Soltei uma exclamação de surpresa e empurrei a cadeira para trás assustada com o fato de o livro ter me respondido, pior que isso, do livro saber a minha identidade. Olhei ao redor esperando que ninguém tivesse presenciado a minha pequena cena, meu rosto ficou vermelho só de pensar na possibilidade de alguém ter visto.
E para a minha sorte eu me encontrava sozinha na área de estudos, puxei a cadeira com cuidado e me debrucei sobre o livro.
Por favor, demonstre mais respeito estamos em uma biblioteca. A frase surgiu logo abaixo da primeira enquanto a anterior começava aos poucos virar um borrão de tinta e desaparecer. Então quais dos meus segredos você quer tanto saber?
-Pelos Eternos... Como isso é possível? -Sussurrei finalmente percebendo que aquele livro estava falando comigo, mesmo tendo elementos mágicos povoando diariamente o meu cotidiano ainda era difícil acreditar que certas coisas são possíveis. O objeto não perdeu tempo e respondeu Não atribua todo o crédito da minha existência a apenas essas criaturas. -Então atribuirei a quem?
Ao meu povo, os ellenorianos é claro.
-Quem são esses ellenorianos? -Perguntei arqueando as sobrancelhas e relendo a nova palavra que aprendera para ter certeza de que estava lendo certo. Nunca havia achado nos livros sobre história da magia de meu mestre algo sobre esse povo. Nem mesmo Onya ou Karias ou Falis me falaram acerca deles.
É uma longa história e como sei que não é aquilo que está procurando vou resumir dizendo que: o meu povo foi o primeiro a ter a responsabilidade de cuidar dos Eternos.
Levantei uma das sobrancelhas quando li o trecho "Como sei que não é aquilo que está procurando" afinal que tipo de livro é esse que sabe até o que estou procurando? Fiquei em silêncio esperando as páginas me mostrarem as informações que eu tanto queria, já que ele tem consciência das minhas dúvidas.
Mas as palavras pararam de aparecer e as páginas voltaram a ficar lisas e douradas. Meus dedos deslizaram virando as folhas, talvez ele estivesse escrevendo nas próximas páginas. Contudo, elas se encontravam idênticas a primeira.
-O que é isso? Se sabe o que estou procurando por que não me mostra? -Perguntei continuando a virar as páginas e só parei quando a escrita ressurgiu cobrindo quase uma folha inteira.
Por que você não me perguntou e pare de ficar virando as minhas folhas isso é irritante sabia? Parei no mesmo instante em que vi a frase e respirei fundo. "Não vamos nos estressar logo de cara com o livro, Mia" recomendei a mim mesma antes de prosseguir. -Como você pode ter noção do que eu quero e ainda precisar que pergunte?
Por que é assim que funciona o feitiço em que estou preso. Responderei tudo que me perguntar.
-Está bem... Como fortifico minha ligação com o meu Eterno? -O livro demorou um pouco para voltar a escrever. Estava quase desistindo, a música do festival começava a deslizar para dentro da biblioteca me fazendo questionar o porquê de não ir lá fora aproveitar, quando as letras ressurgiram.
Não existe uma receita pronta para isso... A ligação entre um Guardião e seu Eterno é forjada com o tempo, no começo é apenas a sensação de existência, depois passa a ser mentes e memórias compartilhadas e no fim existe "A Ligação" que é resultado da primeira vez que a mão do Guardião toca a cabeça do Eterno.
Minha expressão se fechou, não era exatamente isso que estava procurando por mais que tenha sido bem esclarecedor em vários aspectos. Contudo, queria saber como eu podia acelerar esse processo? O que podia ser feito para o meu feitiço de memória não atrapalhar tanto?
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A Guardiã do Eterno - Livro 2
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