13- Fururo ( Bella Swan)

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Capítulo 13 – Futuro (Bella Swan)
Era mais um dia normal para mim e isso já era cansativo. Eu tinha que ir visitar meu pai no trabalho e era algo que eu não gostava muito. Ele havia esquecido uma pasta com alguns documentos importantes e agora eu tinha que ir lá levar para ele.
Já havia se passado dois anos desde a morte da minha mãe, então meu pai nunca mais voltou a ser o mesmo cara alegre e feliz, havia virado um viciado em trabalho.
Não posso culpá-lo, afinal, essa foi a única maneira que ele encontrou para curar a sua dor. Já eu, bom, entrei de cabeça em uma fase rebelde e isso quase fez eu reprovar no último ano na escola.
Agora estava eu aqui em frente à empresa dele esperando ser liberada para subir e deixar os papéis.
Eu até poderia deixar com Sara aqui na recepção mas eu queria ver como ele estava, já que quase nunca eu o via em casa.
- Senhorita, pode subir. — Sara disse, sorrindo gentilmente.
- Obrigada. — Digo, indo para dentro.
Pego o elevador e aperto o último andar, meu pai não era um qualquer aqui, ele tinha nome, era chefe geral dos sistemas, ele tomava conta da parte de informática, site, provedor, tudo em relação a isso nas empresas era com ele. Ele ganha muito bem e fazia o seu trabalho melhor ainda.
A porta se abriu e saí do elevador, caminhei até a sala dele e bati na porta, sua secretária não estava. Era Suelen, ela nunca estava por perto mesmo, vivia fofocando com as outras secretárias, pelo menos era assim que minha mãe falava dela.
- Oi, senhor, aqui estão os papéis. — Digo, entrando.
Ele levanta a cabeça tirando por um curto segundo os olhos do computador e sorri ao me ver.
- Achei que teria que pedir para um entregador ir lá buscar já que você nunca responde minhas mensagens e nem mesmo retorna meus telefonemas.
- Não é verdade. — Digo. — Eu mando carinha feliz sempre.
- Bells, querida, você não devia estar na aula agora? — Ele perguntou, mudando o rumo da conversa rapidamente. —  Não vi a hora que você chegou. Espero que não tenha se metido em confusão novamente, mocinha.
- Cheguei no horário de sempre. — Digo. — E só tenho aula hoje no terceiro tempo, então ainda dá tempo de chegar na faculdade.
- Acho bom. Não quero estar jogando dinheiro fora com você, mocinha.
- Está investindo em meu futuro.
- Assim espero, mocinha. — Ele diz. — E não vamos esquecer do seu último incidente, não quero ser acordado às três da manhã porque minha filha foi presa por estar brigando.
- Acho que já ouvi o bastante. — Digo, pegando minha bolsa. — Por favor, veja se almoça no horário, vou deixar um recado com sua secretária para lembrá-lo de comer.
- Pode deixar. — Ele diz. — Te amo, filha.
- Hum, eu sei.
- Também te amo, pai. — Ele diz, em forma de zombaria, me lembrando o que eu realmente deveria dizer.
Saio da sala e a sua secretária já está de volta, mas ela não está sozinha, um cara alto e muito bem vestido está com ela. Ele deixa alguns papéis e então sai seguindo a outra direção, onde ficava a sala da presidência.
- Oi, Suelen. — Digo, me aproximando.
- Menina, olá, não vi você chegando.
- Na verdade já estou saindo. Por favor, não deixe meu pai esquecer de comer. — Peço a ela.
- Pode deixar, sou eu que peço a comida dele já que ele quase nunca sai para almoçar.
- Ok então, obrigada.
Dou um sorriso e sigo para o elevador, lá aperto o botão chamando e fico esperando, estou parada quando a porta se abre e algumas pessoas saem do elevador, menos uma que fica me olhando como se estivesse vendo um grande monstro ou um fantasma.
Ele era alto e usava um óculos escuro, não dava para ver seus olhos. Usava terno caro, possivelmente Dolce & Gabbana ou algo do tipo. Estava com os cabelos molhados e de certo modo desalinhado, acredito que ele tenha bagunçado passando a mão por ele sempre que fica nervoso ou agitado.
- Vai descer? — Eu pergunto, quando vejo que ele não sai do elevador.
Ele me olha e não responde nada, então eu entro e aperto o botão. Me sinto incomodada com sua presença, é como se ele me avaliasse em cada movimento meu. Não sabia dizer se ele estava em choque ou algo assim. Eu usava crachá escrito visitante. Honestamente, não estava entendendo sua reação, será que ele era louco ou maníaco? Só espero que ele não tente nada porque as coisa ficarão complicadas.
Agradeço quando cheguei ao meu andar e saí com ele me acompanhando, sorri e acenei para Sara e devolvi seu crachá.
- Até, menina. — Ela disse, sorridente.
- Até mais, Sara. — Digo e pego o capacete da moto e vou embora.
Tinha que cuidar ou me atrasaria para a aula. Quando estou passando pela porta vejo que o homem está falando com Sara, não sei sobre o que mas ele olha em minha direção, então arruma seus óculos e caminha em direção ao elevador novamente.
(...)
As aulas foram chatas, eu passei a maior parte do tempo desenhando, esses que eram completamente estranhos para mim. Imagens que vinham em minha cabeça e não sabia de onde eram e nem por que, lugares que poderiam ser considerado contêiner de fadas mas eu sabia que não eram reais. Quando a última aula terminou meu professor me chamou.
- Senhorita Clark, poderia vir aqui?
- Aconteceu alguma coisa?
- Na verdade queria falar sobre seus últimos trabalhos.
- Não estou entendendo.
- Bells, seus desenho são incríveis, você será uma ótima desenhista gráfica, porém, é difícil entendê-los, são desenhos que mexem com o imaginário e em alguns pontos chega até a ser assustador. — Ele explica. — Bom, ainda não sei qual tipo de público você quer atingir com seus desenhos ou qual carreira seguirá, mas você precisa dar uma suavizada se deseja realmente seguir esse ramo, mas em todo caso são ótimos os seus trabalhos.
- Obrigada.
É tudo o que digo, eu não sabia se ele tava criticando ou elogiando, no entanto seria difícil explicar para ele que meus desenhos são parte dos meus sonhos ou algo do tipo. São imagens que aparecem em minha cabeça ou simplesmente surgem quando estou dormindo, me fazendo acordar suada e ofegante, e algumas vezes gritando por medo.
Devido isso fiz terapia por longos anos e ninguém conseguia explicar o que se passava em minha mente. Quando uma doutora sugeriu aos meus pais que fosse internada em uma clínica a minha mãe simplesmente deixou de me levar às terapias alegando que "Ninguém vai internar minha filha, ela não é louca".
- Levou bronca? — Karen, uma amiga, perguntou.
- Não, acho que ele estava elogiando meus trabalhos. — Digo.
- Você acha? Não tem certeza?
- Ele usou algumas palavras contraditórias.
- Acho que ele quer trepar com você. — Ela diz, rindo.
- Passo. — Digo. — É você que gosta de fazer isso para ganhar notas extras.
- Cada um se vira como pode, baby. — Ela diz, sorrindo. — Vai à festa na sexta?
- A do Carter? Ainda não sei, se tiver algo melhor para fazer provavelmente não.
- Ficar olhando as estrelas não perece ser um bom programa.
- É porque você não sabe como olhar elas. — Digo, ligando a moto e indo embora.
Cheguei em casa, liguei a secretária eletrônica e fiquei ouvindo os recados, já era noite quando cheguei e meu pai ainda não estava em casa.
- Bells, querida, chegarei tarde.
Essa era sua mensagem, algo que já sabia, ele estava trabalhando no projeto novo e isso acontecia, quase nunca o via em casa. Ou seja, era dia de jantar sozinha e subir no telhado para contemplar as estrelas.
Eu me chamo Isabella Swan Clark, era filha de Eleonora Swan e de John Clark, meu nome foi escolhido por uma nativa ao sul da Itália onde minha mãe me teve, ela era arqueóloga e estava lá a trabalho. A mulher que é uma espécie de curandeira disse que tinha um destino brilhante e que eu era reencarnação de alguém, bom, essa parte eu nunca acreditei na verdade, nunca acreditei em nada dessas histórias mas eu gostava de ouvir a minha mãe contar sempre que eu pedia. Essa mulher escolheu meu nome e ela disse que meu destino estava ligado ao de alguém que logo eu descobriria.
Bom, eu nunca descobri nada, tudo o que sei é que faço a minha própria sorte e depois que minha mãe morreu parei de ouvir ela contar como foi o meu nascimento.
(...)
O dia começou bem, consegui encontra meu pai durante o café mesmo ele estando lendo o jornal.
- Preciso que me acompanhe em um jantar da empresa, querida. — Ele disse.
- Pai, eu...
- Bells, você é a única que posso pedir para ir. — Ele diz.
- Tudo bem. — Digo a muito contragosto. — Mas não ficarei muito tempo, depois da sobremesa caio fora.
- Obrigado, querida. — Ele diz, levantando. — Vejo você à noite, querida.
- Ok.
- Te amo, linda.
- Idem.
Ele apenas sorriu e pegou sua pasta, indo embora como fazia todas as manhãs.
Continua...

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