Lia Moore é uma garota complicada, com humores que revezam a cada instante e uma personalidade muito forte.Lia não tem amigos, mais após se mudar para outra cidade sua vida muda completamente, amores, amizades, tragédias e perdas... Como ela vive tu...
4 semanas se passaram desde a festa, nada mudou, minha mãe acabou descobrindo, claro, já que a Tália chamou um número bem exagerado de pessoas. Eu fui proibida de andar de skate por uma semana, Luna não pôde mais usar o cartão pra comprar aquelas roupas nojentas que ela sempre compra (e aliás eu achei foi pouco) e Henri só levou uns esporros.
Eu passei um tempo mal pelo que aconteceu na festa, desde o ocorrido eu ainda não consegui entender direito aquela história e por qual razão ele teria escondido aquilo de mim, mas depois eu já não pensava nisso tanto quanto antes, e quando penso não é tão ruim, é claro que eu ainda quero entender tudinho, mas não adianta ficar me lamentando.
Olho pro celular para ver as horas e logo ao lado, a data, percebo que só falta uma semana pras aulas começarem, um calafrio se espalha pelo meu corpo e decido ligar pra Tália.
Ligação on*
Lia- Tália, você sabe que dia é hoje?
Tália- Você está me ligando para perguntar que dia é hoje, Lia?
Lia- Só responde, caramba!
Tália- É claro que eu sei mas por que a pergunta?
Lia- Falta só uma semana pras aulas começarem Tália, eu não conheço ninguém, não que eu me importe, claro, mas fico me perguntando como vai ser esse ano...
Tália- É claro que você conhece alguém, você está falando com ela.
Lia- Mas você tem seu próprio grupo de amigos, eu posso até tentar me juntar á vocês mas se você me deixar de lado eu ponho fogo no Henri.
Tália- E por que você acha que por fogo no Henri me atingiria de alguma forma?
Lia- Não se faz de idiota, eu vi o climinha pintando entre vocês dois, e eu admito, você sabe provocar! hahaha
Tália- Você viu??!! Lia, devia ter me contado isso ja faz muito tempo, e você vem me contar agora?
Lia- Ah relaxa, eu só estava esperando a oportunidade certa, você sabe, eu vi que você tava demorando e desci já pronta pra te bater, mas acabei ouvindo tudo e me escondi... Além do mais eu super apoio vocês dois, ele tem uma barriguinha de fazer qualquer uma esquecer até o próprio nome! hahaha- rio equanto coloco meus pés para cima encostados na parede.
Tália- Ah Lia também não é assim... Nós só temos uma química, e nunca aconteceu nada, nem um beijo...
Lia- E que química hein?! Você devia ter visto a cara dele quando você saiu! É por isso que é sempre bom olhar depois, nem que seja disfarçando. E eu aposto que vai acontecer algo mais cedo ou mais tarde.
Tália- Talvez, até lá prefiro não criar muitas esperanças. Agora tenho que ir, minha mãe vai comigo comprar os materiais.
Lia- Ok, até mais.
Tália- Até mais.
Ligação off*
Pego meu skate, minhas chaves e desço, quando me aproximo da porta começo a ouvir passos e me viro, era o Henri. Ele estava novamente sem camisa. Merda.
Henri- Pra onde pensa que vai, mocinha?
Lia- Vem cá você não tem nenhuma camisa não? Não tem necessidade nenhuma de andar assim pelos cantos, é sério você tem que parar com isso. Desse jeito não vai dar pra ser amiga da Tália...- digo pra destrair ele enquanto eu abro a porta, pronta pra sair correndo (mas admito que teve um pouco de verdade nas coisas que falei). Logo ele para na minha frente e fecha a porta novamente com uma das mãos. Fico entre ele e a porta.
Henri- O que quer dizer com isso? Que assim não dá pra ser amiga da Tália?
Engulo seco
Lia- Quer fazer o favor de... Não, quer fazer não mais que sua obrigação, de ficar longe de mim? Antes que eu mesma faça isso de um jeito não muito agradável pra você.
Henri- Pelo jeito que você disse não parece que seja isso que você queira, tem certeza?
Lia- Olha só Henri você até que é bonitinho, mas não faz meu tipo, e eu avisei...
Henri- Avisou? Como ass-
Dou um chute certeiro naquele típico ponto fraco. Ele cai de joelhos no chão.
Henri- PORRA, LIA!!!
Lia- Más notícias, acabou o gelo!
Saio correndo e subo no skate, começo a andar nele e depois de um tempo percebo que to perdida no meio do nada, só vejo árvores e nenhum sinal de gente.
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Lia- Agora fudeu, como vou sair desse lugar agora?!
Peguei meu celular e abri o app google maps, mas não estava dando sinal.
Lia- INFEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEERNOO!!!
Eu soube desde a primeira vez que não seria uma boa morar nesse fim de mundo, por que essas coisas só acontecem comigo?
Sento numa pedra, me encolho e começo a chorar. Depois de um tempo, quando já não tinha mais lágrimas para derramar escuto alguém se aproximando.
...- Eu devia deixar você aqui morrer de frio e fome, seu diabinho!
Lia- HENRIIIIII!!!!!!!
Vou em direção a ele e dou um abraço nele, me sinto tão aliviada...
Henri- Ei vai com calma aí!
Lia- Você está mancando, como conseguiu vir andando até aqui?
Henri- Não me pergunte. Só vamos embora.
Lia- Demorou! A, a propósito- miro meu joelho nele e digo- Se você contar pra alguém que me viu chorando aqui, esse joelho vai subir e com gosto!
Henri- Não! Eu não vou contar pra ninguém eu prometo!
Lia- Agora podemos ir.
Depois de um tempo andando resolvo quebrar o silencio
Lia- Como me achou lá?
Henri- Eu fui atrás de você, logo depois de ter me atacado e saído correndo. Por mais que eu tenha ficado com tanta raiva que deixaria você apodrecer aqui, sua mãe não iria gostar e eu teria que procurar você do mesmo jeito, então não faz diferença.
Lia- Pelo visto além de motorista você é minha babá.
Henri- Irmãos mais velhos também fazem papel de babás não é?
Lia- Irmão?- Digo parando, ele vira pra trás e olha para mim.
Henri- É sim sua boba, esses meses com vocês...Já te considero minha irmã mais nova. Você é uma boa pessoa, pensa que sabe se cuidar mas não é tão forte assim, eu vi e foi confirmado quando te vi chorando, então eu vim aqui só fazer o meu papel.
Senti meu rosto corar, não sabia se ficava feliz por ele me considerar irmã dele ou com raiva por ter tocado no assunto de ter me visto chorando.
