Definições

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P.O.V BARBARA

 Eu não consigo empurrar um grão de ervilha sequer pela garganta a quase 3 dias, não por opção claro, quem escolheria ficar esse tempo todo sem comer? Cheguei a um ponto em que simplesmente não consigo, a ansiedade e o medo de não ter a minha filha grudadinha em mim agora estão me dominando.
  Justin me disse milhões de vezes que é apenas uma encubadora, que a nossa filha logo iria pra casa com a gente, mas eu não me conforma em nada, eu quero a minha filha nos meus braços, quero ela em casa, no quartinho que arrumamos pra ela, queria até mesmo acordar tarde da noite com seu chorinho. A parte mais complicada de ser mãe é essa, ter um pedaço de você, bem mais sensível e vulnerável, e a sua vida se baseia apenas em proporcionar o bem estar daquela coisinha, e agora eu me sentia completamente inútil e insuficiente pros meus filhos.

– você precisa comer Bárbara– Justin olhou pra bandeja com a comida intocada

– não é como se eu estivesse fazendo de propósito Justin, você já esteve tao preocupado a ponto de isso te dominar? É como eu estou– falei sentindo o choro entalado, Justin se sentou de frente pra mim na pontinha da cama

–okay, eu também estou preocupado, mas estou tentando fazer a coisa toda funcionar, você precisa comer porquê nós temos 3 crianças agora, eles precisam dos pais fortes pra proteger eles

– eu não sou suficiente pra eles Justin, Sky ter nascido prematura é culpa minha, eu devia ter seguido o repouso e ficado quietinha

– claro que não é, você não teve culpa– segurou meu rosto com as duas mãos e beijou minha pálpebra– eu amo você, e os nossos filhos também te amam, e tem uma coisa, que eu quero te pedir

– tudo bem

– volta pra casa de vez, volta a ser minha e eu juro pela minha vida que vamos fazer funcionar dessa vez– assinto– é um sim?

– sim– ele sorri fraco e sela nossos lábios

– eu é que não mereço você– selou nossos lábios e foi até a bandeja– você vai comer, por nós cinco

– Jus...

– Bah, por favor, só um pouquinho
 
 Justin fez questão de colocar cada colherada na minha boca, enquanto eu, bom eu fiz o máximo de esforço pra engolir. Eu estava cansada de tanto ficar nesse quarto, fraca e exausta, eu sei que preciso estar forte pra cuidar das crianças, eles precisam de mim, mas cada vez que eu olhava pra comida eu me sentia enjoada, era como se meu organismo rejeitasse, sem falar nos pontos, que ainda estavam meio doloridos. Ainda não sei quando vou poder levar minha filha pra casa, mas Justin me garantiu que em menos de 1 mês já poderemos levar ela.

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Voltar pra casa se tornou bem puxado, eu tenho que cuidar dos meninos mesmo com a cabeça cheia, e eles estão impossíveis, com 3 crianças agora,  permiti que justin contratasse outra babá, era muita coisa pra eu lidar sozinha, eu sei que não era isso que eu queria, uma babá exercendo meu papel de mãe, Justin vive dizendo que é só uma ajuda e que eu não vou deixar de exercer meu papel por isso, mas é que eu praticamente fui criada por uma babá e hoje ela é praticamente da família.
Tomei um banho quente, coloquei um vestido soltinho e um tênis, prendi o cabelo em um rabo de cavalo, apesar de meu consciente estar exausto e eu estar estressada, algumas sessões no spa tem levantado um pouco meu humor. A babá já tinha dado banho nos meninos e observava eles assistirem um desenho animado, Justin estava no quintal, em uma espreguiçadeira abaixo de um guarda sol e mexia em um notebook que estava sobre sua perna, me aproximei e cheguei por trás dele, ele estava lendo uma matéria que falava sobre a idade que eu tive filhos e que eu provavelmente estaria com depressão pós parto.

– eu não estou deprimida– me sentei na pontinha da espreguiçadeira e ele ficou calado– foi por isso que a Eva foi me consultar quando eu tive a Sky?

– eu estava preocupado com você

– Justin, eu sou mãe, ela saiu de mim, é desesperador não ter ela aqui com a gente

– eu sei disso, eu sou o pai lembra? Eu só estava preocupado, eu estava tendo que cuidar de vocês 4 e de mim, é muita responsabilidade pra alguém que vivia de farra e bebedeira– respirei fundo

– obrigada, por se preocupar, cuidar de mim e ir contra todos que achavam que eu estava exagerando, que estava sendo dramática– ele fechou o notebook e botou na mesinha do lado

–eu amo você, e eu vou sempre te apoiar– falou olhando nos meus olhos

– me desculpa por ter dado tanto trabalho durante e depois da gravidez, por ser essa louca que muda de humor rápido, eu amo você– ele me deu um selinho

–eu gosto da sua loucura– sorriu

Be alrightOnde histórias criam vida. Descubra agora