Um mês morando sozinha e sobrevivi, claro que isso é graças a Alice, babá dos meninos, sem ela eu estaria doidinha agora. Com tanto acontecimento comecei a pensar em universidades e cursos em que eu possa conseguir estudar sem ficar muito tempo longe dos meninos, afinal, ao contrário do que a Clary pensa, eu não quero ser sustentada pelos meus pais e pelo Justin, preciso do meu próprio dinheiro, já que tenho dois filhos pra criar.
- Alice, fica com os meninos enquanto eu pego o suquinho deles
- Tá bom- ela senta no sofá
Coloco o suco de laranja nas duas mamadeiras e levo pra sala, entrego uma pra Alice e a outra eu coloco na boca do Kurt, apesar de eles já conseguirem segurar sozinhos preferem não fazer por pura preguiça, então eu, ótima mãe que sou fico segurando a mamadeira até o bonitinho terminar de beber.
Como eu esperava, o pai deles não aparece tanto quanto disse que apareceria, mas comparado a quando eu estava na casa dele, ele tá bem mais presente. Ainda vive grudado na Hailey, e acho que talvez estejam até ficando, eca.
Sento no chão e coloco a mamadeira vazia na mesinha de centro, encosto minhas costas no sofá e pego o controle da tevê.- como tá a faculdade Alice ?- pergunto
- tá bem, estressante mas bem- eu rio
- E a sua mãe ?
- ela queria vir pra cá também, morre de saudade dos meninos
- Com certeza o Justin não saberia viver sem a Emeraude- ela ri
- é verdade- a campainha toca
- por falar no cão, você pode abrir ? Não consigo levantar daqui tão cedo- ela levanta do sofá com o Jordan nos braços e vai abrir a porta
- Oi bebê- ele pega o Jordan dela- Oi Alice
- Oi Justin- ela fecha a porta assim que ele entra
- Bárbara- o idiota vem até mim e se senta no sofá
- oi- digo simples
- eu vou lá na cozinha lavar as mamadeiras- Alice avisa e pega a mamadeira dos meninos
Kurt se levanta apoiado no sofá e consegue subir o mesmo até chegar no pai dele, que começa a brincar com os gêmeos. Só de ver a cara dele eu tenho vontade de vomitar ele todinho, quando eu criei nojo do pai dos meus filhos? Não sei exatamente, só sei que criei. Me levanto do chão sem um pingo de coragem no corpo e me forço a ir pro meu quarto.
Minha cama tá um caos, cheia de papel e canetinhas, não que seja algo importante, mas ultimamente eu descobri um talento secreto pra desenho, desde então é só o que tenho feito, passo o dia desenhando bolsas, sapatos, lingeries e essas coisas. Recolho os papéis formando uma pilha com os mesmos, coloco a pilha na mesinha de vidro que fica perto da cama e jogo as canetinhas de qualquer jeito na gaveta.
Me jogo na cama e ligo a tevê. É isso que eu tenho feito além de desenhar, eu sei que parece desespero pra evitar pensar em certas coisas, e talvez seja isso mesmo, eu estaria mentindo se dissesse que não fiquei magoada com tudo isso envolvendo o Justin e nosso término, tá que as coisas já não estavam tão bem, mas ainda não era oficial, era como se eu esperasse que as coisas milagrosamente mudassem entre a gente. Então sim, estou desesperada pra me distrair e empurrar meus pensamentos pra um cantinho escuro e escondido da minha mente.
Coloco a primeira temporada de Game of Thrones e abro o primeiro episódio. Fico fixada o suficiente na série pra não perceber quando o Justin entra no meu quarto, isso quando eu já estava chegando ao terceiro episódio, sem nem perceber que já tinha passado tanto tempo.- Os meninos dormiram- ele diz e eu assinto
- pede pra Alice trancar a porta quando você sair- desligo a tevê e fecho os olhos
- Bárbara, já faz um mês desde que a gente terminou, temos dois filhos, ou seja, uma ligação eterna, não dá pra ficar nesse pé de guerra
- você está nisso sozinho, eu estou em paz
- você entendeu o que eu quis dizer
- Justin, minha cabeça tá doendo muito, eu não tô com paciência pra suportar mais uma das milhares de conversas iguais que tivemos esse mês, se você sente que tem algo errado o problema é com você, eu tô de boa com isso, só vai embora e me deixa quieta
- não vou embora até você prometer que vai parar de me evitar
- eu não tô te evitando seu idiota, o mundo não gira ao seu redor, eu cuido deles todos os dias, isso me deixa exausta, quando você vem eu só te deixo com eles sozinho porque vocês quase nunca se vêem mesmo
- eu venho sempre que posso
- claro, há coisas mais importantes que filhos, entendi, agora rala
- o que ?- fico sentada na cama
- você interpretou o papel de pai por muito tempo até, fiquei surpresa, mas aí você cansou de ter que abdicar de festas pra trocar fraldas, suco no lugar de bebidas, sei que parece tedioso pra você, enfim, onde quero chegar... Quero apenas dizer que não é só você nessa história, eles te vêem mais do que estavam vendo quando eu morava na sua casa e você estava em turnê, é óbvio, mas duas, três vezes na semana não é suficiente, são crianças em crescimento, precisam do pai mais do que nunca, e onde o pai está ? Se embebedando e ficando com vadias
- de onde você tirou isso? Que merda você tá falando Bárbara- ele tá parado do lado da cama, me encarando
- diz então, o que é mais importante que os seus filhos?
- NADA BÁRBARA, NADA NESSA VIDA É MAIS IMPORTANTE PRA MIM DO QUE ELES, E SE EU VEJO ELES TÃO POUCO ASSIM É CULPA SUA
- vai se foder, saí daqui
- se não aguenta ouvir, não começa
- que inferno, você não vê eles porquê não quer, sabe onde moro, não está mais em turnê e pode levar eles pra passar o dia com você, eu não ia te impedir de fazer isso
- okay, eu vou ser um pai mais presente, só tô de saco cheio de viver nessas brigas infantis e ridículas com a mãe dos meus filhos, porque não quero que eles cresçam em um ambiente tão agressivo e instável
- Justin, aí é que tá, eu fico quieta no meu canto, e pode não acreditar, mas eu sequer abro a boca pra falar no seu nome pra alguém, apesar de eu ter motivos pra fazer isso, mas você sempre fica com esse papinho de " quero viver em paz " e insiste nisso até eu me irritar com você, e sinceramente ainda não entendi porquê estamos brigando pelo mesmo motivo que brigamos ontem, semana passada, retrasada e o resto do mês todo
- eu só sinto que as coisas estão estranhas entre a gente
- Tá Justin, eu prometo tentar deixar as coisas menos tensas, agora vai embora, minha cabeça só tá doendo mais ainda e esse calor não tá ajudando, liga o ar antes de sair
- obrigada- ele diz e eu me jogo na cama, escuto o barulhinho do ar sendo ligado- até depois
-tchau- digo e logo a luz é desligada e a porta fechada
Merda!

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Be alright
Dla nastolatkówAtravés da tempestade e através das nuvens Solavancos na estrada e de cabeça para baixo agora Eu sei que é difícil baby, dormir à noite Não se preocupe, porque tudo vai ficar bem Vai ficar bem Através de sua tristeza e pelas brigas Não se preo...