Capítulo IX - Encanto e Decepção

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Nota do Autor:

 Os elfos não possuem a mesma facilidade que os humanos têm, em fingir que está tudo bem. Quando os elfos estão se sentindo quebrados, divididos em tantas partes, quando são assolados por tristezas e angústias, eles não sabem por onde começar a juntar tudo, não tem ideia de como enfiar as peças que se desmontaram para se armar novamente e fingir que nada aconteceu como nós os humanos fazemos. A falta de confiança nessas possibilidades diminui as esperanças de feitos excepcionais. Nestas situações, é fácil eles sentirem-se como fantoches à mercê do destino. A quem eles respeitam e acatam mesmo que estejam abatidos, prostrados. "Alquebrados"


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Depois que Dseyvar entregou a Ampulheta para a Senhora cigana e desmaiou.

Deixaram que ele ficasse descansando na Barraca. Afinal de contas ele passara por um grande estresse. Fizeram uma padiola e levaram Mah para a tenda de Soraya (a Senhora cigana que pediu a ampulheta). Last não era bem vindo entre eles por ser um vampiro, então ele apenas seguia em silêncio o cortejo 'Gitano Andaluz' que se descortinava na escuridão da estrada, dirigido pela sorte nômade dos pensamentos que seguiam o próprio curso. Magno e Enrico carregavam a padiola, as mães ciganas faziam suas orações para proteção espiritual e Last os Seguia como protetor material. 

Quando chegaram à tenda e acomodaram a ciganinha. Soraya preparou um amuleto com a ampulheta e pediu ao Cigano Magno que fosse buscar o Bardo Galeon Haruk bem rápido ou não teriam mais chance. Magno perguntou se não seria melhor pedir a Elessar que fosse busca-lo. Porque o elfo é mais rápido ele pode tele transportar-se. Soraya disse que Elessar estava cuidando dos ferimentos de Sitaara e dos meus e não poderia nos abandonar no momento. Então Magno foi correndo por entre as árvores o mais rápido que pôde. No caminho pegou um "arando" vermelho madurinho (uma frutinha muito rica em propriedades medicinais) e começou a saborear enquanto seguia o caminho da taberna. Magno estava com fome, não se alimentava desde a manhã nas montanhas de Vangah. Ao saborear o arando, ele se se lembrou de algo que passou a uns dez anos atrás mais ou menos, depois de uma noite com visitantes no acampamento cigano:

Narração do Cigano

- Que lembrança boa! Ao saborear essa fruta colhida assim na árvore do meio da floresta lembrei-me de quando eu era menino e algumas crianças visitaram meu acampamento, convidada por um "calon" que estudava ciências humanas na cidade. Aquelas crianças me deixaram muito triste quando me disseram que ficaram decepcionados com meu povo! Era uma noite fria e como de costume, fizeram uma grande fogueira no meio do acampamento. As crianças do meu povo corriam de um lado para o outro esperando pra comerem a carne que os ciganos estavam temperando para assar nas brasas da fogueira e saborearmos. 

Alguns meninos até dançavam junto as meninas ciganas que foram dispensada dos afazeres enquanto suas mães e irmãs mais velhas preparavam alimento para todos. Eu estava um pouco afastado, não tinha nenhuma vontade de estar entre as "brincadeiras infantis". Ficava de longe só observando tudo enquanto mastigava meu saboroso talhinho de hortelã. É um costume. Eu não podia acreditar que Já  se passara uma semana desde que encontrei o "Sir Elegante" e nunca mais o tinha visto. Os visitantes me deixaram mais acabrunhado ainda por dizerem aquilo; Eles achavam; que nós os ciganos passávamos dia e noite cantando e tocando. "Gypsy Kings"! Achavam também entre isso: * Que nas fogueiras eram feitas magias diariamente e que o acampamento tinha um eterno aroma de incensos. * Que as Ciganas não paravam de dançar rodando suas saias de 20 metros. * Que os homens todos viviam vestidos de cetim e seda pura, bebendo vinho e tocando violinos. *Perguntaram até pelas carruagens e pelos nossos cavalos brancos. 

SunaharaOnde histórias criam vida. Descubra agora