Sunahara

Capítulo XIV - Mandíbula Um Bruxo Elfo

Depois da noite horripilante com os vampiros quase bebendo do meu sangue.  O Vampiro Last ensinou ao cigano como voltar a ser humano sem causar tanto distúrbio ficando nu na frente de todos nós. Last ensinou-o a usar os elementos da natureza para se vestir quando voltasse a ser um humano, da mesma maneira que Last usava quando deixava a sua forma demoníaca.

Depois que Magno descobriu que ele era um tigre e que o ser humano era a sua mutação, resolveu ficar como tigre e mutar para Humano quando precisasse. Era muito bonito ver aquele enorme tigre deitado ao lado do vampirão. E quando Last falava o tigre levantava sua cabeça peluda com atenção. (ou talvez fosse para ganhar os afagos do seu mestre). Quando Last o afagava o tigre balançava a cauda como um filho orgulhoso.

Era uma noite de inverno e estávamos comemorando meu desempenho como mago Elemental! Sion iria me consagrar. Ele me disse que eu já estava pronta para voltar para casa e para meu exército. (Mas... Como nada pode ser sempre perfeito)!

Tivemos que parar a cerimônia e reunir os amigos.
Um mensageiro chegou até Sion durante a cerimônia e pediu para falar com ele. O tigre parecia saber do que eles tratavam, porque levantou a cabeça peluda com atenção. Eu não entendi o que estava acontecendo... Com um olhar de Sion para ele, o tigre levantou e transformou-se no cigano criando para ele uma veste preta como as do seu mestre e com passos lentos e ainda preguiçosos foi até Sion e o mago nos deixou a par do que era a emergência:

*- Queridos teremos que adiar a cerimônia porque aconteceu algo muito grave! O "mandíbula" resolveu vir ele mesmo buscar o tigre. Ele decidiu que se o tigre estiver no seu covil e sobre seu domínio, sua vida estará a salvo e sua "bola de cristal" ficará mais tranquila.

Elessar falou comigo:

= Bem Raposa! Vamos adiar suas despedidas, vamos precisar de seus préstimos!

- Tudo bem amado! Primeiro a vida de Sunahara.

Então nós os Amigos de Magno decidimos desafiar Mandíbula e seus "Bäshus" de uma vez por todas. Combinamos de nos encontrarmos na clareira de Elessar. Se ele queria o cigano com certeza iria investir com tudo para pegá-lo. Fomos para o local combinado acendemos uma grande fogueira e ficamos conversando sobre coisas banais e corriqueiras como todos fazem a beira de uma fogueira numa roda de amigos.

Até mesmo o grande Vampirão estava presente, porque ele tinha "um trunfo na manga" como disse o cigano. Havia chegado o inverno rigoroso em Uhat. Anoiteceu! O frio aumentava cada vez mais. Eu observava com o canto dos olhos que o cigano não reclamou, mas que tentava se aquecer inutilmente enroscando-se em sua capa preta. Os dentes dele batiam sem parar, ele esfregava as mãos avidamente, porque as pontas dos dedos estavam duras...... Os lábios dele estavam empalidecendo parecia estar entrando em hipotermia.  Sion percebendo isso girou seu cajado sobre a cabeça criando um campo de poder que aqueceu a todos nós.

Elessar pediu a Magno que nos contasse mais uma parte de suas aventuras para que não parecesse estarmos esperando pelo famigerado. Magno concordou em nos contar sobre sua ascensão a espadachim. O cigano pegou um talinho de hortelã no alforje, cheirou depois começou a mastigar a pontinha e a nos contar o que aconteceu depois que quase se envenenou na floresta negra:

- Amigos! Eu nunca havia corrido tanto em toda minha vida.
Depois que Last me alertou sobre as frutas venenosas, continuei a procura por alguma coisa para comer. Fiquei feliz por ele estar por perto e ter me ajudado na minha primeira lição, mas onde diabos ele havia se metido? Que treinamento era aquele? Será que ele não tinha percebido que eu era um garoto e precisava ser salvo? Era o meu pensamento enquanto andava atento pela floresta. Antes quando eu saia em minhas viagens eu ia por perto para saber voltar. Claro eu era um menino, mas não era bobo. Eu estava correndo desesperadamente em direção à mansão...

Alguns dias antes, tinha avistado um ninho contendo um grande ovo, não fazia a mínima ideia de que tipo de pássaro era o bendito ovo, mas parecia ser comestível e seria comida suficiente para um dia inteiro, com uma sobrinha para o dia seguinte. Antes que eu colocasse meu plano em ação, vi uma grande... Ave... Se aproximar do ninho e fazer uma referência maternal com muito carinho e cuidado, depois, sentou-se sobre o MEU ovo...

Eu estava com muita fome, mas não era nenhum monstro sem coração. Deixei-a com o MEU ovinho... Oh... Sem que a ave me visse, tentei sair sorrateiramente de perto do ninho, dei meia volta e segui minha busca por alimento. Estava indo certinho, pé ante pé, prestando a atenção em não fazer nenhum barulho para que a ave não me descobrisse tão perto do seu ninho, mas sem olhar por onde estava pisando...  Esbarrei em um tronco e cai fazendo uma barulheira infernal!
A ave imediatamente levantou seu grande pescoço ficando alerta e olhou na minha direção e eu... Ainda no chão me levantando disse com um sorriso sem graça:

- Oi avezinha, tudo bem?

Mas minha saudação não surtiu o efeito desejado: Vai ver que ela não estava de bom humor ou não foi com a minha cara.
Escutei uma espécie de grito, guincho sei lá, e depois em algum lugar nas moitas, uma sequência de outros. A ave começou a vir na minha direção cada vez mais rápido (ela era enorme) não vi outra alternativa (e como dizia um velho sábio) pernas para quê te quero. E para me salvar das aves que vinham na minha direção, que pareciam umas dez de tanto alvoroço eu pensei enquanto corria muito:

- "Mestre!!! Se o Senhor for do tipo que gosta de fazer entradas triunfais... ESSE É O MOMENTO PERFEITOOOOO!!!.

Eu estava correndo desesperado pela minha vida! Junto com o medo das aves reparei que o terreno em volta da mansão, era diferente de tudo fora da propriedade. Me dava a impressão de um cinza no meio de muito verde. Meu coração de menino se entristeceu com aquele lugar sem vida onde meu mestre residia... Quando em meio a minha carreira desembestada pela vida e a tristeza pela residência do meu Mestre eu olhei para trás com o objetivo de saber qual era a situação na qual eu estava naquele momento... se tinha alguma das imensas aves perto de mim... Foi quando... Senti uma pancada forte nas costas.

Não lembro o que aconteceu em seguida!  Só me lembro de ter despertado em uma cama bem confortável e  arrumada, uma coberta escura, mas muito aconchegante cobria meu corpo que parecia ter sido atropelado por um caminhão.
O quarto era bem bonito com uma decoração que apesar de sombria, deslumbrava meus olhos acostumados com o colorido do meu acampamento: Havia grandes e pesadas cortinas, quadros que eu não compreendia (pois no meu acampamento os quadros eram com as nossas caras) um criado mudo com um copo d'água numa bandeja brilhante, um guarda roupa embutido ( eu percebi que era um guarda-roupas pelas inúmeras portas iguais e cada um com sua respectiva chave). E uma estante com muitos livros.

Era tudo tão imenso e deslumbrante que eu me sentia perdido. Meu corpo doía muito, qualquer movimento era difícil para mim. Com dificuldade me sentei na cama para tomar a água e senti a presença de alguém. Não sei se ele estava ali o tempo todo, de início era um borrão no canto da parede, quando meus olhos e minha percepção foram se acostumando com a penumbra, pude meu Mestre e me deitei de novo sem tomar a bendita água, eu o ouvi dizer:

- Seu sentimentalismo quase custou sua vida Garoto! Quando voce estiver caçando estará coloca sua vida em jogo. E As leis da selva são as seguintes: