Eles colocaram um colchão no chão ao lado da cama de Tina, deitaram e tudo lá fora era noite, caso perguntasse para Andy quantas horas tinha passado, as horas foram infinitas, para ele, tudo parecia ter acontecido a dois mil anos.
Ele não conseguia dormir e evitava ficar movendo-se para não acordar Amanda, não era por não ter sono, porém toda vez que fechava os olhos, a imagem de Tina aparecia, não sorrindo, ela estava caída nos trilhos e ele não conseguia se aproximar, ela pedia socorro, ela dizia o nome dele, ela chorava e mesmo assim os pés pareciam grudados no chão, sempre quando tentava tirar os sapatos, ele ouvia o barulho do metrô chegando e quando o farol surgia tão forte que o cegava de forma temporária, ele acordava, tudo isso parecia acontecer em um segundo, decidiu que não dormiria mais.
Passou duas horas para ele decidir que ficar no colchão sentindo o cheiro dela era algo inútil, saiu do quarto e foi até a cozinha, abriu a geladeira e abriu uma cerveja e foi para o lado de fora da casa, sentou no chão e ficou encarando a rua, nunca mais veria Tina, era algo que ele não sabia como acostumar, pessoas começaram a sair para trabalhar, passavam e o olhavam o julgando por estar bebendo tão cedo, ele não ligava para eles, o que importava é que nunca mais veria ela, a não ser nas lembranças, memórias, fotos, nunca mais tocaria no rosto dela, ou sentia o corpo dela no dele, nunca mais, tudo isso tinha acabado.
Quando terminou a cerveja, a bebida estava quente e ele bebeu mesmo assim, cada gota da lata agora estava dentro dele, ele decidiu beber as outras também, ninguém ia beber aquelas bebidas, era uma parte da herança dela, a cada lata o gosto amargo da cerveja descia na garganta dele, ele odiava cervejas, ele odiava muitas coisas e a cada segundo que pensava, tinha mais motivos para isso.
Amanda acordou, depois de procurar por todos os cômodos, decidiu procurar do lado de fora, temendo que ele tivesse feito alguma besteira e encontrou o rapaz com pelos menos dez latas ao lado e uma na mão, logo ele percebeu que ela estava aproximando-se.
- Vamos brindar a esse inferno que chamamos de vida!
Ele não conseguia lembrar quando tinha bebido e muito menos quando tinha ficado bêbado, não tinha costume, agora embriagado sentia que tinha um futuro, beber, beber e perder a consciência, ou ele poderia consumir uma porção de drogas ilegais deixando toda a realidade em segundo plano, já que a realidade era uma inferno, mesmo naquele estado, sabia que não faria isso, não combinava com ele, o sensação de estar alterado era algo muito ruim para ele, a confusão da sua mente piorava.A voz de Amanda rompeu a falta de palavra entre os dois.
- Liguei no necrotério...Os olhos dela estavam exageradamente abertos, como se também não tivesse dormido, parecia tomar cuidado ao escolher as palavras.-...e me informaram que já retiraram o corpo, que vão enterrar hoje pela manhã, segundo o que a família pegou ela... Lágrimas desceram do rosto dela. -...eu disse que não era possível, que iam me ligar para avisar a liberação, eles, falaram que iam, eles, eles, eles...As lágrimas desciam vencendo toda a resistência que ela poderia ter.- Tudubem, a culpe nãum é sua... As palavras estavam saindo de forma enrolada.-...eles não tão satifesto apenas com a morti dela, eles tambein querem apaga-la, apagar tudu que ela viveu...
Ele levantou com um pouco de dificuldade do chão e derrubou as latas.-...EU NÃO VOU DEIXAR ELA SERAPAGADA!!! Gritou e as pessoas o olharam de forma estranha, um novo julgamento. Andou em direção de algumas pessoas que passavam na rua. - ESTOUVENDO VOCÊiS...Dirigiu a voz para um grupo de pessoas que o olhavam. -...ESTOU CANSADO DO JULGAMENTO DE VOCÊS! CANSADO! CANSADOOO! VOCEIS NOS QUEREM MORTOS? VÃO NASCER OUTROS DE NÓS. Ele gritava com todos os pulmões, as pessoas passavam tentando não passar perto dele, o olhar era de total desaprovação.
- VAI SE FODER, BABACA ALCOÓLATRA! Disse um senhor para Andy.
- Chego tardi, a vida já mefodeu, estou total fudido...Deu uma risada-...devia ter vindo quando eu fiz seis anos, foi ai que eu percebi o que quanto estava fodido. Riu mais e olhou para os lados as pessoas pareciam assustadas com ele, algumas pessoas mudaram de calçada quando viram a confusão. - TINA, LEMBREM DESSE NOME. A medida que falava o álcool parecia que não estava fazendo mais efeito, levantou a voz e depois saiu andando. - A VIZINHA DE VOCÊS MORREU E VOCÊS NÃO LIGAM PARA NADA.
- Estou indo embora, cansei. Disse a Amanda e seguiu rumo ao sol que saia, quem observava ele de longe, parecia alguém apenas banhado pelo sol, poderia estar indo para o trabalho, para a faculdade, ou algo assim, quem o observava de perto, sabia que algo estava errado com aquele rapaz, não podiam dizer o que e muito menos poderiam imaginar o que tudo o que ele poderia fazer.
P.S: Como faz um tempo que escrevi e estou editando agora, estou gostando de ver essa história, não lembrava de tudo.
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Andy e o poder da ação e reação
Mystery / ThrillerAndy é um garoto que trabalha em um laboratório, ele adora computação e cada dia menos gosta de pessoas, ele sabe que sempre foi subestimado pelas pessoas ao seu redor, agora vive em seu apartamento sozinho, onde tenta acalmar as vozes que vivem den...