Se o mundo acabasse amanhã e você soubesse hoje, o que você faria?

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"Se o mundo acabasse amanhã e você soubesse hoje, o que você faria? Para quem ligaria?"

Não parou diante da placa, já tinha visto ela tantas vezes, que não podia contar, todos os dias passava por esse caminho.
Entrou no metrô, se fosse para o trabalho, ele pegaria no período da noite, no que chamam de contra fluxo, assim o metrô era sempre bem vazio e ele podia sentar, hoje era cedo, era quase oito horas da manhã, ele teve dificuldade de entrar no vagão, já que carregava a casinha de gato, casinha esse que tinha sido alterada, ele tinha vedado tudo, com vidro, caso tivesse qualquer tipo de animal, ele morreria.

O homem que tinha sido acusado de empurrar Tina, tinha sido chamado apenas para dar depoimento, ele disse com todas palavras que o "O traveco, deve ter cansado de viver e por isso fez isso", as câmeras mostravam  ao contrário, Tina não queria morrer, ela apenas queria um emprego e quando Andy leu o depoimento, respirou fundo, nem todos tem sorte de felicidade, ele já estava no inferno, mesmo sem morrer, os jornais e locais que noticiaram o caso faziam piadas com o que tinha acontecido, o mundo era deles e não de pessoas como Andy e Tina.

Carlos era o nome do homem, depois que descobriu os dados dele, conseguiu rastrear todas as informação dele e quando ele espirrou ao lado do jovem , pediu desculpas.- Tenho alergia a perfume! Disse ele com falsa timidez.- Meu nariz vai escorrer, vou pegar meu lenço. Fez um sinal para mover o braço.As pessoas deram um pouco de espaço para ele se mover, ele enfiou a mão no bolso e tirou o celular e um lenço,  ele tinha programado um vídeo para ser postado através de algumas contas falsas que tinha criado, para não ter trabalho para postar, estava quase na hora, faltava pouco tempo, assou o nariz no lenço, espirrou mais duas vezes de maneira exagerada e as pessoas ficaram encarando ele de forma incomodada, guardou o celular, o sinal da porta alertou que era hora de descer, foi andando juntamente com as pessoas e  puxou a porta da casinha e voltou a colocar o lenço no nariz, ninguém tinha visto o que ele fez, não fazia uma diferença, não faria por um dez minutos, andou pela estação e pegou um ônibus, desceu duas paradas depois, pegou mais dois ônibus, largou a casinha do gato a três quadras de casa e trocou de roupa, todo o tempo em que andou na rua usava o lenço no sobre o nariz, o lenço estava com um produto criado por ele, assim ele mesmo que contaminado, não seria tão forte para o óbito.

Ao chegar ao seu último local  ele tinha no rosto um sorriso e esse era sincero, pegou a mochila que estava atrás da lixeira, sabia que essa hora, os pacotes que ele tinha enviado para a família de Tina com toda a certeza já tinham sido abertos e mesmo sendo algumas garrafas vazias ao olho nu, ele sabia que alguém sempre tem mais curiosidade do que o outro, então seu plano era perfeito, ele chorou um pouco, colocou uma máscara anti-gás, subiu em uma bicicleta e saiu pela cidade sem rumo, os locais onde existiam ONGs e outras locais para as causas LGBTs, tinham recebidos algumas informações de como se proteger, mesmo assim ele sabia que a criação de um novo elemento que não tinha sido testado em grande escala, não dava para saber o que aconteceria de fato, ele tinha demorado cinco anos fazendo pesquisas e no ultimo mês ele tinha entendido para o que ele poderia usar todo seu conhecimento.

As vozes contaram para ele e ele sabia para onde ir, ele sabia o que fazer, tudo sempre esteve dentro de você, agora não eram inimigos dentro dele, era aliados e quando elas riam, ele ria também, formavam uma equipe.

Enquanto isso na televisão, páginas da internet, youtubers, apareciam imagens de Tina, sorrindo, correndo e até mesmo alguns trechos de vídeos em que ela falava alguma coisa, o som que saia de fundo era de Andy, onde ele relatava o que tinha acontecido com sua amada e como todos continuavam impunes e em como ele não via mais salvação para essa sociedade e mesmo assim ele seria benevolente e mataria as pessoas sem dor, já que o vírus que ele criara, agia de forma que fazia com que o cérebro fosse desligado primeiro, assim os espasmos do corpo e todas as outras ações involuntárias do corpo que levavam o óbito, não seria pela mente computado. 

No final do vídeo, Andy aparecia sorrindo e dizia: Boa sorte ao tentar sobreviver.

Andy e o poder da ação e reaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora