Ter sonhos é o que há de mais humano em nossa essência. O sonho de Lyli é trabalhar em uma grande Editora e suscitar sua paixão pelos livros e pela escrita. Ingressando em sua vida adulta a moça precisa de um emprego para se manter morando sozinha n...
❝ RESPIRAR PARIS, ISSO CONSERVA A ALMA. ❞ – Victor Hugo
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•••"MON DIEU, ma chérie! Acorda! Monsieur Christopher já está tomando seu café da manhã e você nem se levantou."
Maurice entrou desesperado batendo seu sapato mocassim pelo chão. Lyli levantou sua cabeça com um lado do rosto todo amassado de tanto dormir. Estava descabelada, os olhos inchados e cheios de remelas. Ainda esperando sua alma voltar para o corpo e tentando se situar do que estava ocorrendo ela espreguiçou-se. O chef abriu as cortinas e escancarou as janelas, fazendo com que Lyli pusesse a mão cobrindo os olhos por causa da claridade.
"Mas meu despertador nem tocou, Mauri." Falou com a voz ainda rouca.
"É porque eu passei aqui para desligar seu despertador. Ontem você dormiu tarde." Disse o amigo puxando-lhe o cobertor azul naval.
Lyli lembrou-se da noite anterior quando ela precisou arrumar toda a mala de Senhor Christopher novamente. Ele parecia querer apenas mostrar a ela quem comandava a casa, quem era dono de tudo lá. Com cuidado e paciência a moça organizou todas as roupas dentro da mala de um modo diferente que agradasse o patrão. Antes de deitar ela ainda teve que ajeitar as coisas que levaria para a França e a roupa que usaria na viagem, isso tudo acumulou e quando terminou todos os afazeres já era tarde da noite. Tudo bem que o Hartmann fosse um pouco difícil de lidar, todo aquele azedume e grosseria eram impossíveis, mas Lyli não deixava que pisassem nela por muito tempo.
"Levante-se, mon petit!" Maurice estalou os dedos na frente do rosto da moça que voltou para a realidade.
"Já levantei. Já levantei. Calma." Ela saiu tropeçando nos próprios chinelinhos que estavam na beirada da cama.
"Vou arrumar seu café da manhã." Maurice disse e saiu do quarto.
Lyli agilmente tomou um banho, não lavou os cabelos, pois haviam sido lavados no dia anterior, estavam bem limpos e mesmo que estivessem sujos ela estava atrasada e não teria tempo de lavar. Escovou seu dentes, fez alguns alguns caracóis nos fios loiros para dar algum movimento nos cabelos e passou uma maquiagem leve. A roupa, ah, a roupa foi algo que Lyli escolheu com destreza na noite passada, porque não podia ser algo muito apertado, queria algo visualmente bonito, estiloso e confortável para aguentar a viagem sem se exaurir. Achou uma boa solução um tênis branco no pé, daqueles que quase todo mundo tem um igual, uma calça e uma blusa de seu agrado. O casaco ela levaria na mão juntamente com uma mochila com seus documentos, dinheiro e tudo mais que tinha valor. Na Austrália estava um calor quase que insuportável, mas na França devia estar um frio de rachar, portanto o casaco iria com ela. Lyli pegou sua mala e mochila de mãos e saiu do quarto deixando tudo na cozinha para tomar seu café da manhã preparado pelo melhor chef de toda a Oceania. Pelo menos era assim que a moça considerava Maurice.
