✵ CAPÍTULO 16 ✵

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E É ASSIM QUE AS MUDANÇAS ACONTECEM. UM GESTO. UMA PESSOA. UM MOMENTO DE CADA VEZ.❞ - Libba Bray

•••"BOA TARDE, Senhor Moroles

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•••"BOA TARDE, Senhor Moroles. Senhor Christopher Hartmann o aguarda no escritório. Pode me acompanhar." Disse Dora polidamente para o tabelião que segurava sua maleta de couro marrom café ao lado do corpo.

O tabelião assentiu com a cabeça em concordância e seguiu a governanta do hall de entrada até o escritório do patrão que ficava no piso superior. Dora levou o homem de cabelos grisalhos para o escritório e chegando na porta indicou para que o mesmo entrasse.

"Boa tarde, Senhor Moroles. Obrigado por vir." O homem loiro cumprimentou o homem já de meia-idade com um civilizado aperto de mãos. "Pode se assentar." Sinalizou para a cadeira estofada na frente do homem.

"Sinto muito pelo que aconteceu. Espero que tenha uma boa recuperação." Moroles prestou sua consideração ao ver a feição cansada e desarmoniosa de Christopher.

"Estou me recuperando bem, obrigado." Agradeceu olhando para seu braço na tipóia.

"Então, pelo que o senhor solicitou minha presença?" O tabelião abriu sua maleta.

"Quero fazer meu testamento." Foi bastante direto.

"Mas o senhor ainda é jovem para fazer um testamento, não?" Questionou o homem.

"Sim, mas estive pensando, e para morrer basta estar vivo. Não que eu esteja antecipando ou prevendo minha morte, estou apenas organizando tudo como eu desejaria no caso de uma ausência inoportuna, mas acima de tudo, eu gostaria de estabelecer algumas condições ainda em vida para o caso da empresa cair em mãos erradas. Isso é algo que mesmo morto me faria revirar em meu túmulo."

"Neste caso, como o senhor preferir. Por onde começamos?"

Christopher possuía toda a razão em se preocupar com o futuro de seus bens e sua empresa. Um império construído por Otto e aprimorado por Christopher não podia ser desperdiçado. Era fundamental mantê-lo ao longo das gerações, de sua herança genética. Não havia muitas pessoas com quem compartilhar toda a sua fortuna no caso de uma morte inoportuna. Christopher dançava no auge de seus 33 anos e não possuía filhos, tampouco uma esposa. Tinha Kimberly, a namorada, porém não é a mesma coisa que uma mulher que dormisse todas as noites e acordasse todos os dias ao seu lado, o apoiando e aconselhando em decisões. Já estava na hora de começar a forjar sua prole para que houvessem futuros herdeiros. O sonho de Dora era ver crianças correndo por aquela casa atrás de um cachorro grande como um Labrador. Uma casa com criança se enche de vida e muita bagunça. Dora se sentiria muito honrada em ajudar a cuidar dos filhos de Christopher, bem como ela ajudou a criá-lo sendo sua babá. Por enquanto, essas ideias lambuzadas de onirismo vaguevam apenas nos pensamentos de Dora.

O tabelião tomou toda aquela tarde na mansão Hartmann, ou, talvez, o Hartmann tomou todo o tempo do tabelião. Christopher queria ter a certeza que seus desejos ficassem bem entendidos e claros no caso de algum incidente com o mesmo. Ele preferiu ser objetivo e deixar tudo registrado no papel. Nada muito carregado de emoções, usufruía de uma subjetividade em todo o testamento. Todavia, não havia apenas o testamento, mas, um conjunto de leis e regras a serem empregadas para que em sua ausência não culminasse no fim da H Company. Essa era parte mais importante que permanecia valendo até mesmo que estivesse vivo. Uma espécie de manual e normas empresariais da H Company. Esses assuntos se manteriam em segredo apenas com o tabelião, Christopher queria deixar omitido de todos. Na hora certa eles descobririam. Era um processo muito burocrático e necessário.

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