✵ CAPÍTULO 4 ✵

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SÃO OS SEUS DEFEITOS QUE FAZEM DE VOCÊ UMA PESSOA ÚNICA.❞ – A Bela e a Fera

•••"MON PETIT, você é um fracasso jogando dominó

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•••"MON PETIT, você é um fracasso jogando dominó."

Como uma poça de sinceridade disse Maurice enquanto ele, Dora e Lyli jogavam algumas partidas de dominó depois que fora servido o jantar de Senhor Christopher. Já haviam retirado a mesa do jantar, que por acaso estava delicioso, Liberty havia comido um pedaço do frango até chupar as gordurinhas dos dedos; as louças estavam na lavadora quase prontas para serem recolhidas. Tomaram seus banhos refrescantes e vestiram-se com seus pijamas confortáveis. Maurice e Lyli estavam em seus quartos gastando neurônios com algo sem relevância quando Dora os chamou para jogar uma partida de dominó, sem muita conversa aceitaram a proposta. Sentaram-se em uma mesa redonda entre a sala de jantar e a cozinha e iniciaram o jogo apenas para se divertir um pouco depois do expediente.

"Eu espero que você tenha sorte no amor, porque no jogo, la miséricorde." A feição de lamentação de Maurice enquanto embaralhava as peças do dominó foi mais que contagiante.

"Não tenho sorte em nenhum dos dois."

"Duvido, mon petit!" Ele girou os olhos. "Olhe esse rostinho. Deve ser cheia de rapazes na faculdade." O chef  apertou o rosto da moça em suas mãos.

"De fato, Maurice." Dora concordou.

"Eu ainda não me preocupei com isso, na verdade." Riu colocando uma mecha de seu cabelo, tão loiro que quase se aproximava do ouro, atrás da orelha.

"Você ainda é jovem, mas na minha época, eu já tinha dois namorados." Lyli e Maurice se olharam impressionados para a governanta. "É verdade. Eu gostava dos dois, não sabia qual dispensar. Um era mais bonito, mas o outro era mais gentil. Fiquei com o dois."

"Dora, esse lado seu eu desconhecia. Madame astuta!" Maurice colocou a mão na boca demonstrando total surpresa.

"Para quê ter um se pode ter os dois?" A senhora falou séria, mas não conseguiu conter o riso no final.

Os três gargalharam, no entanto, sem fazer uma algazarra àquelas horas da noite. Não queriam dar motivos para um falatório do patrão. Já era mais de meia-noite, mas eles não estavam com sono, era sexta-feira à noite. Já havia completado pouco mais de quatro semanas que Lyli estava em seu novo trabalho, o trabalho que por acaso ela ainda estava descobrindo os altos e baixos dele. Os altos: podia comer do bom e do melhor da comida de Maurice, tinha companhia para conversar nas noites sozinhas e não mais se atrasar para as suas aulas na faculdade. Os baixos: aguentar todas as grosserias de Senhor Hartmann e não poder falar nada, Lyli realmente não sabia como os outros suportavam aquilo, deveras nenhum funcionário suportava, só fingia educação e respeito enquanto ele estava olhando, porque na realidade ele era desprezível. Certo dia, Christopher agiu com tanta arrogância que a moça não aguentou olhar aquilo por muito tempo. O motivo? Bom, o motivo era que existia orégano no pão de alho feito por Maurice, e o paladar aguçado do patrão detestava isso. Pobre Maurice! Ele havia esquecido esse detalhe dentre outros milhões de exigências do Hartmann. Não custava nada o patrão ter dito que ele não se agradava em comer o tal orégano e pedisse para o chef retirar os pães da mesa, no entanto, Christopher preferiu agir como um selvagem e áspero. No final, Lyli comeu todo o pão com um restante de rosbife que tinha na geladeira.

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