Park Jimin tinha uma vida invejável: notas boas, uma aparência que arranca suspiros, os melhores amigos que se poderia pedir e, não menos importante, o namoro perfeito. Só tem um problema: faz dois anos que mantém um relacionamento admirável e saudá...
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EM MAIS DE UMA década de amizade, Taehyung nunca falhara em fazer Jimin se sentir melhor quando mal por algum motivo, nem que fosse um pouquinho.
Houve a vez, quando tinham dez anos, em que o cachorrinho de estimação do Park falecera e Taehyung pediu para os pais para que pudesse passar o fim de semana na casa do amigo ─ não era como se ele já não passasse mais tempo lá do que na sua própria residência, para falar a verdade ─ e se empenhou tanto em distrair o melhor amigo que, quando a segunda chegou, Jimin nem sequer lembrava mais do ocorrido. Assim como também a vez em que o pai do loiro foi hospitalizado após um acidente e, enquanto a mãe passava as noites com ele, Taehyung praticamente arrastou Jimin para sua casa e este ficou todo o período de recuperação do pai com os Kim.
Como podia esquecer também o dia em que foi escolhido como orador da turma para cerimônia de finalização do ensino fundamental, tivera uma crise de ansiedade antes de subir no palco, se escondera no laboratório e Taehyung o achara com facilidade e conseguira acalmá-lo mostrando vídeos idiotas de gatinhos fofos no Youtube, além de seguir com ele de mãos dadas de volta ao auditório?
A vida de Park Jimin era aquela montanha russa de picos de energia bons e ruins, e em todos eles Kim Taehyung estava presente. Ele era a razão para todos os vagões da vida do Park não descarrilharem de uma vez só e, de alguma maneira, voltarem aos trilhos em dado momento. Taehyung tinha o angelical talento de tornar a pior das situações em algo simples de ser lidado e, principalmente, resolvido. Ele sempre sabia o que dizer, o que fazer e como compreender a situação. Fora Taehyung que lidara com muitas das crises de Jimin, que segurara Jungkook forte quando este desabou em lágrimas após uma discussão terrível com os pais, que fizera Hiyori não desistir de um teste após ter falhado na primeira tentativa.
Havia um único caso isolado em que nem mesmo a presença do Kim conseguira fazer Jimin se sentir melhor, sentir como se não estivesse tão absurdamente perdido e inconsolável que não havia motivo para continuar tentando. O Park não culpava o melhor amigo por isso, porque ele nem sequer tinha conhecimento do que levara Jimin a faltar quase duas semanas de aula, não responder mensagens ou ligações e simplesmente sumir, naquela época. Tudo o que ele sabia era o que o próprio loiro dissera após, finalmente, aparecer na escola com um sorriso pequeno e um olhar cansado:
─ Eu só estava doente, Tae. Tô melhor agora, não se preocupa. Não tem nada de errado comigo.
E não tinha.
Mas Jimin não acreditava nas próprias palavras, por isso guardou o acontecimento consigo por todos aqueles anos, por isso fingiu que o problema não existia e não causava pesadelos vez ou outra, ou arrancava seu oxigênio e trazia lágrimas aos olhos em situações extremas. Não havia nada de errado.
Não, até Yoongi aparecer. Até Min Yoongi, com seu sorriso pequeno, seus olhos brilhantes e suas palavras aconchegantes, forçar caminho para seu coração, arrebatando-o de tal forma que este nem sequer pertencia-lhe mais ─ era do mais velho, completamente dele. Não havia nada de errado até a aparição do aspirante a músico mostrar para Jimin que daquele problema ele não podia fugir, por mais que o evitasse por vários e vários anos, mentindo tanto ao ponto de enganar a si mesmo. Estava tão enebriado por sua própria ilusão que, agora, a verdade parecia tão errada e sem sentido que tudo o que Jimin gostaria de fazer era fugir para longe tudo, e nem Taehyung seria capaz de consertar isso agora.