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─ VEM CÁ ─ Taehyung começou ao entrar no quarto sem ao menos bater na porta ─, me explica de novo um negócio. Por que você não vai para o aniversário da Hiyori mesmo?
Jimin suspirou, cansado. Estava indo muito bem em sua terapia particular ─ o que consistia em passar horas apenas encarando o teto do quarto e não pensando em nada específico ou importante ─ até o instante em que seus melhores amigos invadiram seu espaço sem permissão e, muito menos, sutileza.
Ergueu os olhos para observá-los e percebeu que estavam combinando nas roupas ─ o que, com toda a certeza do mundo, deveria ter sido ideia de Taehyung. O mais velho usava uma camisa marrom e estampada com uma frase em inglês, a qual o Park não entendia, por baixo de suspensórios fofos e, naquele dia, havia decidido se livrar das lentes e usava os óculos quadrados que viviam guardados no fundo da sua última gaveta da sua escrivaninha. Jungkook, por sua vez, usava uma camisa preta e jaqueta da mesma cor da vestimenta do namorado, além dos inseparáveis timberlands. Jimin teria dito a eles que estavam adoráveis, se não estivesse ocupado demais tentando buscar uma resposta boa o suficiente para a pergunta do Kim.
No dia em que se assumira para Hiyori, a menina o acompanhou até em casa e despediram-se com um abraço esquisito na entrada. Antes de ir embora, a Iki o convidara sem jeito para comparecer a festa do seu aniversário, que seria aquele sábado. No momento, ainda envolvido por um turbilhão de sentimentos novos e conflitantes, Jimin abriu um sorriso tímido e confirmou sua presença porque, afinal, era de Hiyori que se tratava. Eram amigos há muito mais tempo que foram namorados, então a situação deveria voltar aos trilhos em dado momento, certo?
No entanto, Jimin sabia que não seria assim tão fácil. Seu inferno particular de descoberta e aceitação não podia ser comparado a qualquer outra coisa, mas ainda era ciente que, para Hiyori, a situação era tão complicada quanto. Ela o amava, de verdade. Jimin sentia isso em cada palavra, olhar e beijo seu. Sentia seu carinho, seu cuidado, sua admiração. Quando passavam tardes deitados na cama do Park, sem dizer nada e apenas aproveitando a companhia um do outro, o amor da menina transbordava por todos os poros do seu corpo, como um imã atraindo Park Jimin em seu campo eletromagnético, puxando-o para a gravidade dos seus olhos grandes e expressivos. Por isso, sentia-se tão insuficiente. Por isso, sentia-se tão pequeno. Nunca poderia amar Iki Hiyori da forma que ela o amava.
Engoliu em seco.
─ Vai ser na casa do Seokjin hyung. ─ Lembrou e ocupou-se em focar seu olhar em um detalhe aleatório da sua coberta, buscando escapar dos olhos inquisitivos dos amigos.
Um novo peso se fez na cama e Jimin não precisou desviar o olhar para saber que tratava-se de Taehyung; o perfume amadeirado do Kim o abraçou, tentando acalentá-lo. Taehyung acariciou os fios do seu cabelo gentilmente antes de dizer em um tom grave e carinhoso:
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Strangelove
Fiksi PenggemarPark Jimin tinha uma vida invejável: notas boas, uma aparência que arranca suspiros, os melhores amigos que se poderia pedir e, não menos importante, o namoro perfeito. Só tem um problema: faz dois anos que mantém um relacionamento admirável e saudá...