O consultório do 2º Andar

Capítulo 2: Pode me chamar Drª. Leela

Uma mês depois de Leela começar a trabalhar, ela sente-se no topo do mundo! Após várias consultas está mesmo a começar a ver progressos em vários pacientes.

 A Dra. Trenda Scooter ajudou-a bastante, uma vez que Leela trabalhou para ela durante o seu estágio e ela está a dar-lhe tanto apoio como nunca esperou receber!  

Hoje combinaram ir almoçar ao Streets, um restaurante na rua, para falarem sobre a adptação de Leela o que provavelmente irá parar, como sempre, ao vício de Trenda por plantas e por Seinfeld.

Ela adorava Trenda, porém ela tinha uma capacidade incrível de fazer com que todos os assuntos fossem parar às suas orquídeas.

Antes de sair do consultório Leela passa por Kate, a sua secretária, que está a ler uma revista. Leela ri-se porque ela nem dá pela sua presença e depois observa a capa da revista. 

Não pode ser! 

—Kate— ela chama-a. 

A secretária olha para Leela assutada dando um riso nervoso. Ela põe a revista em cima da sua secretária

— Quem é esse homem na capa da revista?—Leela pergunta, curiosamente.

 Kate fecha a revista num movimento brusco, observando a capa.

—Ah, este homem?— Kate pergunta banalmente.— Pelo que percebi é muito famoso na rede dos negócios internacionais e vai ocupar o cargo do pai falecido. Não me interesso muito pela área dos negócios.— diz ela voltando à secção das celebridades.

—Ok Kate, obrigada. Eu vou almoçar com a Dra.Trenda, quando é a minha próxima consulta?—ela pergunta, enquanto procura o seu telemóvel na mala.

—A sua próxima consulta é ás 15h, bom almoço!

O consultório de Trenda é no andar debaixo, então Leela desce as escadas e encontra-a a despedir-se de um paciente.

—Não se esqueça, tem de ter calma e pense naquilo que lhe disse.— ela diz ao seu paciente. 

Trenda pega no seu casaco e mala, e quando se apercebe da presença da sua colega sorri aliviadamente.

— Vamos almoçar?—ela pergunta— Estou esfomeada!

—Posso dizer, que não é a única.—Leela responde num tom divertido.

Ao chegarem ao restaurante, sentam-se e pedem as suas respetivas comidas. Leela estava com tanta fome, que a única coisa que conseguia pensar era na sua pizza com cogumelos e peper ...  

—Então, com tem sido o choque de realidade? Já levaste com o balde de água fria, ou continuas a estar nas mil maravilhas.- ela diz interrompendo os pensamentos de Leela.

 Ela recompõe-se na sua cadeira e encara Trenda.

Leela sabe que não ela não vive num conto de fadas, até porque nem tudo é perfeito. Ter essa perceção não vinha da sua compreensão enquanto psicóloga, mas sim enquanto pessoa que viva todos os dias no planeta Terra. Nem sempre corre bem, até porque o comportamento humano é imprevisível, e nem sempre é fácil entender o outro lado, o lado que está à sua frente e que está exposto e frágil. 

Leela sorri cordialmente e responde à sua colega.

—Para ser sincera nem tem sido um grande choque, não acredito que seja muito diferente do estágio, exceto o sentimento de responsabilidade que duplicou desde que comecei a trabalhar mesmo a sério.— Leela responde enquanto reflete um pouco nos seus pensamentos.

—Pois costuma ser sempre assim no início não se preocupe. Pode contar comigo sempre que precisar de ajuda.— ela diz sorrindo para Leela, pegando na sua mão.