Capítulo 4: Jantar dos Smiths

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Ao entrar no carro Travis olha para mim e consigo ver nele um olhar cansado, provavelmente deve ter saído agora do plantão de inúmeras horas no hospital, mas mesmo assim arranja tempo para mim

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Ao entrar no carro Travis olha para mim e consigo ver nele um olhar cansado, provavelmente deve ter saído agora do plantão de inúmeras horas no hospital, mas mesmo assim arranja tempo para mim.

-Como vão as coisas no hospital? —pergunto

-Sabes aquele miúdo, o Ron?—Ron é um miúdo com leucemia, e o meu irmão é do tipo de pessoas que se apega facilmente e este garoto tem 9 anos e honestamente é um guerreiro, apesar de todos os tratamentos esgotantes sempre que ia visitar Travis ao hospital ele estava sempre com um sorriso na cara e com algo a dizer.

-Claro! O que se passa com ele?—pergunto curiosa

-Os tratamentos dele estão a ir melhor do que esperado e estamos muito positivos que ele possa vencer!—diz ele radiante.

-Isso é fantástico Trav!

-E como estão a ir a coisas no consultório?—pergunta lingando o pisca do carro.

-Bem, acho..—Digo um pouco incerta

-Conta lá ao maninho Lee.—Nós sempre fomos muito próximos, mas quando mudámos ambos para Nova Iorque é como se conseguíssemos detetar o que se passa com o outro. Estranho, eu sei!

Conto-lhe a história toda do que se passou com o James, os acontecimentos do bar e a cena no consultório enquanto ele estaciona e vamos andando até ao apartamento dele.

-Bem a isso é que podemos chamar coincidência.- diz ele dando uma gargalhada.

-Trav não te rias! Ele nem sequer me vê como uma psicóloga mas sim como uma vidente! Como é suposto ser profissional quando nem sequer te levam a sério?-ele interrompe-me ainda rindo mais, enquanto abre a porta de sua casa.

-Vidente barata?-- diz ele num tom divertido.-Agora sim quero conhecer esse James!

Deparamo-nos com a nossa mãe a olhar com um ar curioso.

-James? Quem é o James?- diz olhando esperançosa para mim. Desde que eu e o Colin acabámos que ela tem esperanças que encontre alguém. A minha mãe julga que para ser feliz preciso de um homem, e de preferência alguém como o meu ex, se ela soubesse o que ele me fez provavelmente não falaria tanto nele.- Já te disse que tens de arranjar alguém, querida! Não te faz bem estares sozinha, precisas de um homem para te animar a vida e te comprar coisas bonitas!

-Uau Mãe, a primeira vez que me vês em cinco anos e é isso que tens a dizer?-dou uma risada irónica.-Nem um "tive tantas saudades filha" ou "como está a ser a tua primeira semana de trabalho"? E conheces algo chamado amor próprio? Eu não preciso do amor de outra pessoa para me sentir bem comigo mesmo!-digo exasperada

-Não vale a pensa insistir com ela Lee, já sabes que não muda.- diz o Travis ao meu ouvido numa tentativa de me animar.

-Lilith, querida, deixa a Lee em paz! Por amor de Deus, ela tem idade suficiente para saber o que a faz feliz!-diz o meu pai aparece com um brilho nos olhos. Corro para ir abraçá-lo com todas as forças. De todos estes 5 cinco ano o que mais senti falta, de longe, foi o meu pai. Sempre tivemos uma relação muito boa, que compensa deveras o facto da minha mãe ser como é. -Meu amor, estás tão linda!-diz afastando-se um pouco e consigo ver lágrimas nos seus olhos. -Como foi a tua primeira semana de trabalho?-- pergunta curioso.

O consultório do 2º AndarOnde histórias criam vida. Descubra agora