Papéis Invertidos - Yoonmin ABO

Capítulo vinte e quatro - Final

Se à exatamente um ano atrás me perguntassem como eu me imaginaria num futuro não tão distante, eu certamente responderia que hospedado no melhor hotel de Paris, tomando um chá gelado em frente à Torre Eiffel com meu chofer segurando minhas milhares de sacolas enquanto eu analisava qual país seria o meu próximo ponto de partida. Não que eu esteja reclamando de minha atual situação. Jamais. É só que se me dissessem que em poucos meses eu estaria jogado em uma cama granfina, com um ômega que havia me marcado ao meu lado e dois bebês deitados entre a gente, eu sem sombra de dúvidas riria da cara dessa pessoa. Mas como eu sempre digo, a vida tem dessas de querer nos surpreender, não é mesmo?

Assim que descobrimos que eu estava esperando gêmeos, um casal ainda por cima, a minha vida virou um verdadeiro fuzuê, indo atrás de todo o tipo de coisas para bebês que vocês possam imaginar – o lado bom de ter um ômega rico dando as caras rs −, sendo sempre controlado pelos surtos de preocupação de Jimin – fora os de possessividade, aquela praga não deixava ninguém se aproximar de mim −, recebendo visitas de várias pessoas que queriam ser padrinhos – até mesmo da hipocrisia em pessoa vulgo Jeon Jungkook, pois é, acreditem −, mas obviamente acabando por escolher Jin e Namjoon como padrinhos de Jihoon, e Chanyeol e Baekhyun como padrinhos de Joo Hyun. Já devem imaginar a treta que deu por Kyungsoo ter ficado de fora da festinha.

Como previsto, os enjoos com o tempo foram sumindo, mas, como nada nunca é tão fácil para Min Yoongi, logo foi dando lugar para uma dor desgracenta nas costas. Pois é, carregar dois filhotes definitivamente não é uma tarefa fácil, e eu acabava por agradecer que Jimin não me deixasse fazer praticamente nada. Por que aquela peste tinha que ser tão perfeita?? Além de estar sempre preocupado com o meu estado, certificando de que estava tudo bem com a minha saúde ou fazendo massagens em meus pés inchados, sempre que as preocupações vinham à tona, ou quando as contrações começavam a se intensificar, ele sempre se deitava ao meu lado e começava a me fazer carinho enquanto dizia palavras bonitas, praticamente me tratando como a coisa mais preciosa de sua vida. Alisava minha barriga já grandinha, distribuía beijos pelo meu rosto e os descia para a elevação que protegia nossos dois anjinhos. Sim, eu sei que sempre reclamei de coisas melosas do tipo, então culpem meus hormônios de grávidos por ter amado receber todos esses mimos rs. Mas o que me surpreendia, era que cada vez mais Park Jimin conseguia me mostrar que eu não poderia ter tido escolha melhor quando decidi ignorar todos os meus receios e aceitar seu pedido de namoro, pois eu nunca havia me imaginado com um ômega e agora não saberia viver sem estar ao lado de um. Independente se acabamos acelerando um pouco as coisas por já termos trocado a marca e por mim já estar grávido, não tinha importância, já que eu sequer tenho dúvidas de que não poderia ter um companheiro e um pai pros meus filhos melhor do que aquela peste fofa.

Enfim, continuávamos na casa dos Parks já que havíamos combinado que ficaríamos lá até ambos concluírem nossas faculdades – que começaríamos juntos já que o Park preferiu me esperar −, e então começar a nos sustentar por conta própria. Pois é, só pra esfregar na cara de todos que me chamaram de interesseiro. Adeus, luxos (e eu vou fingir que nem estou me importando de dar adeus àquela banheira maravilhosa kkk cada k é uma lágrima).

Os meses iam passando tão rápido que cada vez mais eu me desesperava um pouquinho enquanto sentia a ansiedade transbordando ao mesmo tempo. O receio pelas complicações do parto, que já haviam sido avisadas por Taemin, fora o constante questionamento de se eu conseguiria cuidar de dois pequenos seres tão frágeis. Não nego, eu estava com medo. Porém ao mesmo tempo, a ansiedade em finalmente conhecer meus bebês, conhecer seus rostinhos que provavelmente seriam tão lindos quanto o do pai Min, era tanta que conseguia ultrapassar minhas preocupações.

Após os enjoos terem parado eu havia virado uma verdadeira máquina de engolir de tanto que comia, e ai de quem falasse alguma coisa. Se antes eu podia usar o argumento de que estava me alimentado por dois, imaginem depois de saber que estava me alimentando por três? Mas, obviamente, Jimin não me deixava comer o que eu queria – que se resumiam em besteiras −, o que acabou resultando em algumas briguinhas que logo terminavam com seus argumentos sobre a saúde dos filhotes e comigo comendo aquelas sopas de folhas caladinho. Aquele pilantra sabia usar bem o meu ponto fraco.