Contos Lannister

O amor é aceito e a desgraça evitada

Joanna Lannister ficara grávida logo após o casamento com Tywin. Apesar de ser uma mulher nascida e criada na Fé dos Sete, acreditava que muitas questões não poderiam ser respondidas por septãs, mas por bruxas ao invés delas. Então, um dia foi até uma bruxa nos arredores de Rochedo Casterly para prever se sua gravidez e parto correriam bem e se seu filho viria ao mundo saudável.

A bruxa era uma mulher muitíssimo enrugada, com pele amorenada pelo sol. Devia medir no máximo um metro e meio e tinha bolsas embaixo dos olhos. O cabelo era meio desgrenhado, indo até os pés da velha. Vestia roupas pouco melhores que trapos. Mas os olhos eram de um azul quase assustador de tão claro e cristalino, coisa que surpreendeu a Senhora do Rochedo.

Gal, que era o nome da bruxa, perguntou com amabilidade o que uma senhora e seus dois filhos por nascer ali faziam, já que a vida no castelo devia ser boa e não precisavam se aventurar por um canto distante daqueles. Joanna sorriu, também com gentileza.

- Então são gêmeos – e acariciou seu ventre de três luas, um pouco maior que o comum – você é boa, assim como ouvi nos murmúrios das criadas. Me diga mais: Qual o sexo das crianças? Nascerão bem? Eu terei um bom parto?

Gal jogava runas e ouvia espíritos. Parou para fazer ambas as coisas e dar à Joanna as informações que tinha pedido.

- Serão um menino e uma menina. Nascerão muito saudáveis, além de belos. O parto correrá bem, fique tranquila. – Disse essa última coisa com uma piscadela de um de seus velhos olhos.

Joanna, com seus cabelos trançados e enredados e um vestido simples para não chamar atenção, entregou uma bolsa de moedas a Gal pelo serviço. A amável bruxa ficou satisfeita e disse mais: - Seus filhos amarão muito um ao outro. Realmente amarão. – Gal não disse a exata forma de amor, temendo que Joanna se ofendesse. – Além disso, alerte sua filha quando tiver idade para que jamais vá até Maggy, A Rã (bruxa que ficava na direção oposta de Gal), pois isso destruiria o futuro dela.

A Senhora de Rochedo Casterly assentiu e disse que voltaria quando precisasse de algo, sendo generosa com moedas e outras coisas que Gal quisesse. A bruxa se curvou pouco, pois sua velha coluna não permitia uma reverência tão grande.
***

Passadas algumas luas, tudo aconteceu como o previsto: Bom parto, crianças saudáveis e lindas. Foram nomeados Jaime e Cersei. Quando a mãe percebeu que as crianças apenas dormiam se estivessem no mesmo berço, pensou estar vendo o amor que foi previsto, ou até mesmo imaginava que o fato de eles terem dividido seu ventre os fazia não quererem se separar.
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O tempo passou mais ainda, e Joanna percebeu que não era apenas amor fraterno que haveria entre seus filhos... Estavam apaixonados, ela viu, ainda que de uma maneira infantil. Era nítido que aquilo só cresceria ao longo dos anos. Mas Joanna aceitou e os encobriu, tanto do pai (que passava muito tempo longe) como das criadas, ainda que desencorajasse beijos nos lábios e quaisquer atividades impróprias para crianças.
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Mais uma vez, a Senhora do Rochedo tinha sido visitada por seu amado marido algumas vezes e se encontrava grávida. Era hora de recorrer a Gal.

Dessa vez, Joanna já chegou entregando a bolsa de moedas, ansiosa por saber sobre o terceiro filho.

Mas Gal demonstrou tristeza: - Este que espera é um menino, mas nascerá anão e será muito odiado, especialmente por sua filha e marido. A senhora sangrará até a morte dando à luz. O filho em sua barriga também matará o pai quando for adulto. – A bruxa via a expressão de pavor, total desespero de Joanna ao ouvir aquelas palavras. – Mas existe uma maneira de evitar isso.

Joanna não queria acreditar, mas Gal acertava em tudo o que dizia, mesmo que parecesse uma maldição. – Como? – Joanna perguntou, muitíssimo aflita. – Mas um momento depois, percebeu o que teria de fazer.