Universo Alternativo - Década de 1960

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Estados Unidos, 1963.

Cersei era uma mulher bela, com cabelos pouco abaixo dos ombros e enrolados nas pontas. Costumava usar vestidos de bolinhas até os joelhos, com saias rodadas.

Ela era casada com Robert, o dono de uma fábrica de charutos, que parecia fumar metade do que produzia.

Quando se casaram três anos antes, ele era um homem diferente, galante e romântico, coisa que agora havia se reduzido a somente resquícios. Ele gostava de exibir a esposa para os amigos, como um troféu, nas festas em que iam.

Porém, tal casamento era vantajoso para ela: Caso enviuvasse, herdaria a fábrica, também sendo mal visto uma mulher solteira ou desquitada. Além disso, a única família que tinha era seu irmão gêmeo, Jaime, pois seus pais tinham morrido de tifo quando eles tinham três meses de vida, e o tio que os criara também, de tuberculose, 17 anos depois.

Já havia fofocas o suficiente que não precisavam ser aumentadas, caso fossem ambos solteiros e morassem juntos. Inclusive eles seriam presos se denunciados pelo relacionamento.
***

A Guerra do Vietnã estava em curso, e Jaime era militar. Com um histórico médico impecável, ele foi convocado para o fronte de batalha.

No dia anterior à partida, foi até a casa de Cersei. Robert estava fora, supervisionando o funcionamento de sua empresa.

Jaime contou para a irmã que iria para a guerra, desesperando-a:

“- Não, eu posso arranjar uma fuga para o Canadá ou alguém que falsifique seus registros médicos. Robert não vai porque tem pulmões péssimos, podemos—"

Ele a interrompeu.
“- Não, eu cumprirei meu dever com o nosso país. Eu vim para me despedir. Mas eu posso voltar, voltar para você. Escreverei cartas durante todo o meu tempo lá.”

Ela continuava muito temerosa, e ele resignado apesar do medo.
“- Eu também escreverei, sempre. Eu quero que você me conte tudo o que vir lá. O quanto pensa em mim. Tudo, tudo, tudo.”

Eles se abraçaram. Jaime usava uma camiseta branca e um short verde escuro, roupas de treino militar. Cersei achava aquilo sexy e muito másculo.

Ele foi até o banheiro e rapidamente se barbeou com uma gilete, rindo e dizendo que Cersei o cortou muito da última vez que fez sua barba, e ele não queria chegar já ferido na guerra.

Mas ainda faltava algo para que o soldado estivesse pronto: O corte de cabelo. Desta vez foi colocada uma cadeira no meio da sala, em frente a TV, e ele entregou a máquina a Cersei, pedindo que ela raspasse tudo, pois na guerra ele economizaria tempo com isso.

Ela passou a mão nos fios dourados do irmão e disse: “- Eu gosto do seu cabelo, é uma pena. Quando voltar e envelhecer, espero que você não fique calvo.”

Ele pegou na cintura dela, falando de modo bem-humorado e provocante: “Acredito que como velho, eu terei coisas mais importantes com que me preocupar.”

Então ela fez todo aquele dourado sumir. Assim que terminou o corte, sentou-se no colo dele e começou a beijá-lo, os dois muito vorazes. Os beijos se tornaram carícias e as carícias terminaram com eles dois no quarto e na cama.

Antes que Jaime fosse embora, os dois trocaram o lençol. Cersei tinha tendências feministas, o que Jaime achava sexy. Portanto, ela cobrava que dividissem tarefas.

Quando ainda moravam com o tio, era Cersei quem costumava cozinhar. Era relaxante para ela. Porém, um dia ela desafiou Jaime a fazer a comida. Quando provou do prato, disse que como cozinheiro ele era um excelente militar.
***
Três meses se passaram, e agora Cersei tinha certeza de que aquela tarde havia rendido um fruto, pois estava grávida.

Contos LannisterWhere stories live. Discover now