Sabia que a Kristen era familiar, assim como sua mãe deitada no chão, mas como não fui perceber que era tão próxima de Dani?
-Nayla? -Olho para Theo que está em minha frente. -Você os conheceu? -Pergunta e eu aceno devagar.
-Kristen era prima de Dani. -Digo baixo e ele suspira. -Os assassinatos devem ter alguma ligação com a família de Dani.
-Ou ele estava apenas se divertindo. -Vejo Steve vir logo atrás. -Puxei a ficha dele e digamos que é bem longa.
-Assassino profissional? -Theo pergunta e ela sorri.
-Psicopata, isso sim. -Digo e ele me abraça.
-Os dois para ser exato, no total ele tem mais de vinte vítimas mortas do mesmo jeito que os casais, fora a parte que ele morou em um orfanato e depois seguiu direto para um centro psiquiátrico daqui da cidade.
-Estamos lidando com um louco, meu Deus! -Digo e sinto o beijo de Theo em minha cabeça.
-Vamos até o local e você veja com Carl algumas coisas sobre o White. -Theo manda e abre a porta do carro para mim, acho que se esqueceu da nossa discussão sobre não me deixar ir.
Seguimos pela rodovia e vejo os nós dos dedos de Theo ficarem brancos por estar apertando firme o volante, quando coloca uma mão no câmbio eu coloco a minha por cima e ele suspira segurando minha mão enquanto acaricio a sua.
Depois de duas horas chegamos a ponte que liga nossa cidade com a vizinha, Theo para o carro e descemos entrelaçando nossos dedos enquanto caminhamos para perto dos policiais.
-Acha que ele pode estar na mata? -Pergunto e Theo da de ombros.
-O que temos? -Pergunta e enquanto o policial diz tudo que sabe eu sigo para a beirada da ponte, olho para baixo e o mato realmente está alto, acho que se eu estivesse lá iria me cobrir inteira.
-Não acho que ele esteja lá embaixo, teria morrido na queda. -Digo para a policial ao meu lado, ela me olha.
-Nunca se sabe, talvez os matos amorteceram a queda e ele apenas fraturou alguns ossos. -Diz e eu penso nisso, pode estar certa. Olho mais a frente e estranho por ver um pontinho vermelho e preto.
-Amor. -Chamo não tirando os olhos do local. -Theo! -Falo mais alto, sinto suas mãos em minha cintura. -Olha nessa direção. -Aponto e sinto o seu aperto.
-É ele, atrás dele! -Grita e todos saem correndo. -Você fica aqui. -Diz e eu concordo, ele pega sua arma e desce da ponte pela lateral, eu sigo para o carro e fico apreensiva esperando por ele.
Se passou uma hora e no momento estou mudando de estação no rádio sem parar, até que ouço um barulho, olho em volta e eu estou sozinha, ignoro e volto a mexer no rádio, até que o vidro se quebra me fazendo gritar e pular de susto, vejo o cara que Kristen descreveu, só não achei que ele fosse tão forte, ele passa pela janela e tenta me pegar, tento sair e fico o chutando.
Abro a porta caindo de costas no asfalto, meu pé fica preso no cinto e começo a gritar e chorar, ele dá a volta no carro e se aproxima quando consigo me soltar, me arrasto no chão e quando vou me levantar ele segura me pé, me vira e eu começo a implorar.
-Por favor... -Peço o vendo ficar por cima de mim e segurar minhas mãos. -Eu imploro. -Digo o vendo pegar uma faca, nego olhando em seus olhos e ele sorri.
-Foram essas, as mesmas palavras que sua amiguinha disse antes de morrer. -Choro ainda sentindo a lâmina em minha pele, ele corta minha bochecha me fazendo gritar de dor. -Não tem ninguém para te salvar.
-Está enganado. -Digo com um sorriso o fazendo fechar o seu, Theo bate em sua cabeça e ele desmaia caindo no chão. -Theo. -Ele me puxa para levantar e me abraça.
-Você está bem? -Segura meu rosto e vê o corte. -Vamos cuidar desse corte e ir para casa. -Diz e eu o abraço chorando em seu peito. -Está bem agora, não vou te deixar sozinha.
-Fiquei com tanto medo. -Digo baixo e sinto seu beijo em minha cabeça. -Não quero mais ficar aqui.
-Vamos para casa. -Me olha e eu concordo. -O prende e me mande a fixa dele completa, estou dois dias sem dormir, diz para Louis tomar conta agora. -Pede para um homem que concorda e nos deseja bons sonhos.
Me concentro na chuva caindo fora do carro, começou a chover a pouco tempo, precisávamos disso, estava muito seco. Ainda não consegui parar de chorar, acho que estou em choque, estive próxima da morte.
-Hey, tudo bem. -Sinto sua mão em minha coxa, eu o olho e vejo que estamos em sua casa.
-Ele disse que implorei como a Dani implorou. -Digo e o vejo suspirar.
-Tenta esquecer isso, vamos entrar e eu vou cuidar do seu ferimento. -Concordo e saio correndo para minha casa, abro a porta encontrando Niko no sofá. -Se senta que eu vou limpar isso.
Me sento no sofá e acaricio os pelos de Niko que volta a dormir, Theo desce as escadas com o kit de primeiros socorros nas mãos e se senta na mesinha de centro pegando tudo que vai precisar, nem vejo pois fecho os olhos, sinto a ardência em minha bochecha e choro por isso, logo estou com o curativo.
-Vai dormir aqui? -Pergunto abrindo os olhos e vejo seus olhos me observando. -O que foi?
-Sinto muito por não ter ficado com você. -Diz e eu dou um sorriso.
-Não coloque a culpa em si mesmo, sabe que eu fui teimosa o suficiente para ir atrás de você. -Digo e acaricio seu maxilar. -Quero aprender.
-Não entendi. -Sei que entendeu, e sei que não vai aceitar.
-Quero aprender a atirar e a me defender. -Ele nega e se levanta. -Theo, vai ser melhor se eu aprender, você não vai precisar ficar me protegendo.
-Não, nem tente me convencer. -Diz subindo as escadas e eu o sigo. -É perigoso e eu consigo te defender.
-Mas.. -Tento e ele se vira, está furioso.
-Sem mas, vou para a DP. -Parabéns Nayla.
-Não ia dormir? -Pergunto descepcionada e ele nega saíndo do quarto e me deixando sozinha, ouço a porta bater e respiro fundo saíndo do quarto para dar comida ao Niko. -É, eu sou uma idiota. -Ele me olha e abaixa as orelhas.
Concordo com ele...
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O meu vizinho
RomanceEla, apenas uma garçonete Ele, o novo delegado que está atrás do chefe dos crimes. Ela, sofre Ele, a salva Ela, fica com trauma Ele, promete a proteger de tudo e de todos Ela, se apaixona. Vidas totalmente diferentes que nunca deveriam ter se cruzad...