14° Capítulo

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Ando pelas ruas até o banco da cidade, Theo teimou em ir para a DP e me obrigou a pagar minhas contas, disse que não preciso me preocupar, que nada vai acontecer, eu estou rezando para isso.

Faço o que eu tenho que fazer e vou direto para uma lanchonete, estou faminta e demorei mais que eu estava prevendo, James me mandou uma mensagem dizendo que acaba de comprar uma passagem e que vai viajar hoje a noite, até pediu para Theo lhe dar uma carona, reviro os olhos quando respondo que irei perguntar se ele vai querer o levar.

Os ferimentos de Theo estão se curando, ele é teimoso demais quando vou fazer os curativos, diz que eu não preciso me preocupar e que ele mesmo poderia fazer isso, fora as vezes que ele tenta fazer alguma coisa comigo e eu quase que me entrego de corpo e alma, Theo vive me provocando com seu corpo seminu andando pela casa.

Saio do banco com os fones de ouvido, dou risada com as mensagens de meu irmão e logo meu celular começa a vibrar, dou um sorriso quando vejo a foto de Theo dormindo.

-Celular de Nayla, o que desejas? -Pergunto brincando e parando em frente a uma loja que tem um vestido lindo.

-Onde está? -Pergunta parecendo desesperado.

-A cinco passos desde sua ultima mensagem, Theo eu estou bem. Não vai acontecer nada de mal comigo, você quem me falou isso de manhã.

-Sim Nayla, disse quando o cretino do Ray estava preso, ele conseguiu fugir a dez minutos. -Meu coração falha uma batida. -Vá para um lugar seguro, irei te buscar.

-Que lugar seguro eu vou Theo? -Pergunto e vejo um carro mais longe, olho bem para ele que está um pouco atrás de um poste. -Theo... É possível ele estar atrás de mim nesse momento? -Pergunto baixo e ouço sua respiração.

-Eu estou chegando, em cinco minutos eu... -Meu celular cai no chão quando me pegam por trás e colocam um pano em minha boca e nariz, aos poucos perco as forças e então desmaio.

Theo

Bato no volante depois que ela para de falar, ouço o som de pneus derrapando, o problema é que eu nem sei onde é essa loja.

-Alô? A mulher acabou de ser sequestrada. -Uma voz feminina e chorosa diz.

-Aqui é o delegado, me dê o endereço que irei imediatamente. -Digo e ela me diz o endereço, Louis anota no GPS e estamos a cinco minutos do local. -Louis, pede para todos os detetives procurarem por ela, diz para James ficar na casa dela e caso alguma ligação dizer para me ligar.

Falo e saio do carro, ando até a mulher que me diz que não entende muito de carros, quando lhe perguntei da marca, também me fala que foi muito rápido e não conseguiu ver a placa, respiro fundo e vejo a marca de pneus.

-Theo, ela disse que se parece com aquele carro. -Aponta para o Fusion do outro lado da rua. -Preto.

-Claro, fica aqui e tenta descobrir se viram mais alguma coisa, eu vou ver as câmeras de segurança, temos que encontrar a Nayla.

Nayla

Acordo com minha cabeça latejando, olho em volta com a mão na mesma e vejo que estou em um quarto escuro, estou no chão em cima de um colchonete fino, tem um prato com alguma coisa dentro e uma garrafa de água.

Fico encolhida tentando pensar no que fazer, talvez não seja o Ray, ou eu sou muito azarada?

-Finalmente acordou, achei que tivesse morrido. -Vejo uma garota de lingerie. -Sou Louise, a enfermeira.

-Onde estou? -Pergunto e ela sorri se abaixando e verificando se estou bem.

-Na casa do chefe, faça tudo o que ele mandar. -Pede se levantando quando um ruivo entra.

-Bom dia bela adormecida, tem que comer ou poderá desmaiar. -Diz da porta, ele é bem bonito. -O gato comeu a sua língua? Anda, o chefe quer te ver.

Me faz levantar e me leva por um corredor, descemos algumas escadas e chegamos em um pátio, parece ser uma fabrica.

-Estamos em uma fabrica? O que fabricam? -O olho e ele me olha.

-Bem esperta, fabricamos entorpecentes. -Responde parecendo não se importar se eu sei ou não.

-Carl, a trouxemos para você. -Diz e eu vejo o loiro que foi um dia para a lanchonete com o Theo.

-Seu traidor. -Cuspo e ele sorri cruzando os braços.

-É um prazer te ver também. -Diz e eu reviro os olhos.

-Você é o chefe? Você quem Theo vai levar? -Cruzo os braços e ele me bate, gemo.

-Muitas perguntas, você não é ninguém aqui então vai abaixando a bola, sou o filho do Ray se é isso que quer saber, não sou eu quem ele quer levar para não sei onde.

-Sua amiga? -Olho para Ray que me olha. -Opa, é um prazer revê-la.

-Escroto. -Resmungo e ele segura meu pescoço, me tira do chão e tento respirar, mas ele aperta ainda mais. -Theo vai te matar. -Falo com dificuldade.

-Quero ver ele descobrir onde eu estou primeiro. -Diz sorrindo e me joga no chão, caio aos pés do ruivo. -Come ela para ver se fica mais relaxada. - Diz e o cara me pega pelo braço.

Sou levada para um quarto onde é bem arrumado, tem uma estante enorme com livros.

-Tudo bem? -Pergunta e eu suspiro. -Se senta.

-É uma ordem? Vai fazer o que ele disse? -Pergunto com medo.

-Não sou como eles, então sorte sua que tem a mim. -Diz me entregando um copo de água. -Eles acham que eu sou marrento, mas apenas finjo. Vou dizer que te quero, como minha...

-Não precisa dizer. -Digo bebendo e o olho. -Porque está fazendo isso?

-Porque depois que te resgatarem, o que eu vou ajudar a acontecer, não quero ser preso ou morto, espero que me ajude nisso.

-Acha que Theo vai conseguir me encontrar? -Pergunto e ele sorri.

-Comigo por perto, com toda certeza. Me dê uma ou duas semanas e você vai estar na sua cama bebendo uma garrafa de cerveja e comendo pizza. -Da um sorriso e eu faço o mesmo.

Aliado...

O meu vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora