3° Capítulo

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Acabo acordando atrasada, saio correndo para o banheiro e me arrumo colocando Nick para fora com comida e água, saio com minha bolsa e quando vou abrir o guarda chuva dou de cara com Theo.

-Para de fazer isso! -Xingo com a mão no coração, ele continua me olhando com um sorriso, encostado no carro e com os braços cruzados, nem se importa com os chuviscos.

-Não estou fazendo nada, deixa adivinhar. Está atrasada.

-Errou, estou de saída. -Me viro saíndo e ele me para.

-Deixa que eu te levo, é caminho. -Nego e olho meu relógio.

-Não precisa, tenho dez minutos para chegar e é perto.

-Eu te levo e chega lá em cinco minutos, depois terá mais cinco para comer alguma coisa.

-Já falei que não, até qualquer hora. -Falo saíndo e abrindo o guarda chuva, saio andando pela rua, mas ouço uma sirene.

-Entra ou vai ser presa. -Fala sorrindo e eu ando mais rápido colocando fones de ouvido e o ignorando. -Vamos lá Nayla, não vai te matar. -Eu o olho e ele para o carro ainda com as sirenes ligada.

-Porque quer tanto me dar carona? Sei andar sozinha.

-Opa, calma aí estressada. Eu só quero ajudar.

-Não pedi sua ajuda. -Falo o vendo fechar o sorriso.

-Ótimo, boa caminhada. -Fala cantando pneu e eu suspiro, sigo pela rua até chegar na universidade.

Ando no escuro de volta para casa, pego outro caminho, que Maria diz ser mais perto e mais seguro. Olho em volta vendo pouco movimento nas ruas, me arrepio com o vento e ando mais rápido.

Passo por um beco que sou obrigada a passar, ouço alguns barulhos, mas continuo a andar, em minha frente vejo dois caras conversando, quando vou retornar alguém me pega e me puxa para o lado de uma caçamba de lixo.

Meu coração dispara e eu entro em desespero me debatendo.

-Para de se debater! -Ouço a voz grossa que vive mexendo comigo, meu coração falha uma batida quando sinto seu corpo colado ao meu e sua boca em meu pescoço sentindo sua respiração.

-Vamos sair logo daqui. -Ouço e seguro firme o braço de Theo.

-Anda logo, me passa a encomenda. -Outro fala e eu tento controlar minha respiração, ele continua tampando minha boca.

-É sobre isso que eu vim falar, não estou com a encomenda.

-Como assim seu filho da puta? -Ouço um estrondo e pulo de susto, Theo me encaixa no meio de suas pernas me segurando no lugar.

-Ei, espera aí. -Outro cara fala sem ar. -Meu chefe quer encontrar com você em outro lugar. Fazer mais negócios.

-O dia, a hora e o local. -Diz e eu tento me soltar, Theo está me segurando muito forte e estou ficando sem ar.

-Amanhã, 19:00 na boate de sempre. -Fala e ouço passos.

-Então nos encontramos na Flor Dourada.

Depois de um tempo tento sair de novo, ele suaviza e eu me afasto tossindo.

-Seu idiota, estava me sufocando. -Falo tentando mandar ar para meus pulmões.

-Desculpa, estava concentrado. -Fala e eu suspiro. -O que está fazendo aqui? O de sempre? Interrompendo?

-Não, mudei o caminho achando que era mais seguro, mas estava enganada. -Falo sentindo as gotas de chuva, nos últimos dias anda chovendo muito.

O meu vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora