21ºCapitulo

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Theo fica falando na minha cabeça, para não fazer isso e não fazer aquilo, eu no entanto, finjo que estou ouvindo, pois estou mudando de música toda hora.

-Chegamos, se lembre, estamos na cena de um crime, tem vários policiais. -Diz e eu o olho.

-Sei, sei, bem Supernatural ou as séries que você costuma assistir. -Reviro os olhos e ele segura meu rosto.

-É sério, não pode tocar em nada, absolutamente nada. -Diz e eu dou um sorriso.

-Adoro quando é mandão, mas eu sei meu amor, só quero encontrar esse desgraçado. -Digo e ele me beija.

-Te amo, iremos conseguir o achar. -Promete e eu ganho um beijo na testa.

Saímos do carro e Theo me espera, entrelaça nossos dedos e me guia para onde os detetives estão, passamos pelas faixas amarelas e entramos pela porta, Theo me olha e eu suspiro apertando sua mão, descemos pelas escadas seguindo para o porão, tampo a boca e o nariz quando chegamos perto dos corpos que ainda não foram levados.

-Porque todos tem freezer no porão? -Pergunto olhando e ele dá de ombros. -Onde acharam a garota?

-Ao lado do corpo do marido. -Diz olhando para o chão e eu a vejo. -Vou falar com os detetives, não toque em nada. 

-Sim, papai. -Reviro os olhos e ele nem sorri, ok, o delegado Theo está em ação.

Suspiro olhando em volta, deve ter alguma pista, alguma digital ou cabelo, ando pelo porão vendo que Theo está concentrado olhando o cara morto. Olho para o freezer, ele está bem suspeito, vejo um fio de cabelo quando me abaixo, corro para perto de Louis e pego de sua mão um saquinho, pinça e uma lanterna com luz negra.

-Ei! -Ele reclama chamando a atenção de Theo, volto para o freezer com os olhares em mim, pego o cabelo colocando no saquinho e então acendo a lanterna, olho para um policial que está perto do interruptor de luz e ele apaga, então ilumino vendo digitais. -Colhe as digitais. -Diz e eu levanto a mão quando voltam a acender a luz. Pego as luvas e levanto a tampa encontrando uma garota, está inconsciente.

-Chama os médicos! -Grito e correm para fazer isso, antes que eu processe os médicos entram e me afastam, Theo segura minha cintura e eu vejo a menina sendo tirada do freezer. -Vamos ao hospital? -Pergunto o abraçando.

-Vamos, antes temos que interrogar alguns vizinhos. -Diz e eu concordo, ele segura meu rosto. -Me espera no carro? Tentarei ser rápido. 

-Tá, só quero estar no hospital quando ela acordar. -Digo e ele sorri beijando minha testa.

Fico sentada na cadeira em um corredor enorme e sombrio, se passa das três da manhã e eu respiro fundo vendo os detetives e Theo vindo da praça de alimentação com meu salgado e meu suco.

-Notícias? -Ele me pergunta e vejo o olhar de Steve nele.

-Não, ainda está inconsciente. -O olho e ele se agacha em minha frente. -E você? -Coloca o prato na cadeira ao lado e me entrega o suco que tomo.

-Nada, estamos esperando notícias do laboratório e da perícia. -Suspira se apoiando em minhas pernas. -Como não ficamos sabendo que eles tinham uma filha?

-Não é a filha, é a sobrinha. -Diz Steve olhando um tablet, Theo a olha. -Os pais da garota morreram e eles ganharam a guarda.

-Com quem ela vai ficar? -Pergunto acariciando a nuca de Theo.

-Temos que saber primeiro se ela tem mais parentes, se não tiver irá para a assistente social e eles irão resolver.

-Sabe quanto tempo terá que ficar aqui? -Pergunto e ele me olha.

-Temos que ver com o médico, ela precisa responder primeiro, mas não está fazendo nada. -Diz e eu suspiro me inclinando e apoiando meus cotovelos nas pernas, Theo acaricia meus cabelos enquanto fico de cabeça baixa e de olhos fechados. -Vai dar tudo certo.

-Eu espero. -Respondo o olhando e ele sorri beijando minha testa e se levantando para conversar com os detetives.

Acordo quando ouço vozes, estou com a jaqueta de Theo nas pernas por estar de vestido, me levanto do sofá da sala de espera e vejo ele com os detetives, Louis está dormindo em outro sofá.

-Bom dia delegado. -O médico chega e já está de dia? -Ela acordou e está desesperada, tentamos acalma-la, mas só pede para ver a tia dela.

-Me diga que não deu sedativos a ela. -Pede e ele nega. -Ok, Nay você pode tentar acalma-la?

-Posso, quero vê-la. -Digo me levantando e colocando a jaqueta sentindo o calor me aquecer.

-Estarei do lado de fora. -Theo diz e eu concordo lhe dando um beijo e seguindo o médico que me leva para o corredor e depois para a porta a direita, quarto numero 45.

-Posso entrar? -Pergunto depois de bater e colocar a cabeça para dentro, ela me olha. -Oi princesa.

-Onde está minha tia? -Pergunta manhosa e eu dou um sorriso.

-Podemos conversar primeiro? -Pergunto e ela assente, me sento na poltrona ao seu lado. -Sou Nayla.

-Kristen. -Diz e eu pergunto sua idade. -Dez. 

-É um nome bem bonito, posso fazer algumas perguntas? -Ela concorda. -Ok, primeiro você está com fome, sede?

-Os dois... -Diz e eu me levanto abrindo a porta.

-Amor, ela quer alguma coisa para comer e beber. -Ele me olha e Steve me encara.

-Irei pegar. -Diz e ele sorri a vendo se afastar.

-Quer que eu faça quais perguntas? -Pergunto e ele me olha.

-Pergunta sobre a família, se ela viu alguma coisa. -Diz e eu concordo, quando vou entrar ele segura minha mão me fazendo o olhar. -Eu te amo.

-Te amo mais. -Dou um sorriso por isso e entro a olhando. -Irão trazer alguma coisa, vamos nos conhecer?

-Primeiro você. -Diz se sentando e eu praticamente me deito na poltrona.

-Ok, sou garçonete, trabalho a um bom tempo em uma lanchonete no centro da cidade, moro sozinha e tenho um cachorro chamado Nikolay, tenho um irmão que mora no Canadá chamado James e... a pouco tempo eu perdi minha melhor amiga Dani...

-Quem é o cara na porta? -Olha e eu vejo Theo de costas.

-O delegado e bom... meu namorado. -Dou um sorriso e ela retribui. -Sua vez, quem são os seus familiares?

-Eu sei que meus tios morreram. -Diz e eu a olho assustada. -Foi o homem mal.

Inteligente...

O meu vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora