Acordo com conversas aleatórias, abro os olhos e vejo que estou no chão com a cabeça nas pernas de Theo.
-O quê aconteceu? -Pergunto fazendo todos da sala ficarem em silêncio.
-Desmaiou por vinte minutos, está tudo bem? -Olho para seus olhos azuis que estão preocupados.
-Estou, apenas em choque. -Digo me sentando e ele me ajuda a levantar. -O que conseguiram?
-Nada ainda, tentamos rastrear o celular, mas não está fazendo muito sentido de onde está nos mandando ir.
-E para onde seria? -Pergunto e ele me entrega o celular. -Não tem nada, acha que ele está tentando nos enganar?
-Não sei, mas estamos pensando em ir e vasculhar a área. -Diz e eu o olho. -Ele pode ter jogado o corpo em qualquer lugar.
-O corpo? Ela não morreu. -Digo e Louis sai da sala, uma mulher vai atrás dele. -Eu vou junto, talvez eu possa ajudar. -Digo e ele nega.
-Acabou de desmaiar, vai descansar. -Diz e eu reviro os olhos.
-Se eu não for com você então eu vou sozinha ou com o Louis. -Digo e ele fica me olhando.
-Merda! Vamos então. -Diz a contra gosto e eu dou um sorriso, vou segurar sua mão e ele se esquiva entrando no carro.
-Não adianta ficar bravo. É da minha melhor amiga que estamos falando.
Digo e ele ignora acelerando a viatura, liga a sirene e passamos pelos carros em alta velocidade.
Estamos na rodovia e por onde eu olho se tem apenas mato, Theo vira para a direita entrando em uma estrada de terra, me lembro desse lugar, aperto a perna de Theo chamando sua atenção.
-Conhece esse lugar? -Pergunta e eu aceno.
-Na próxima vira a direita. -Peço e mesmo estranhando ele faz o que eu pedi, mais a frente se tem uma casa, onde Dany disse que iria fugir. -Eles estavam planejando fugir, essa casa era da família dele.
-Acha que estão aqui? -Pergunta e eu dou de ombros. -Dany deve ter deixado o celular cair, para não correr o risco dele achar.
-É, mas acha que estão aqui ainda? -Pergunto quando estaciona, vejo um carro vermelho.
-Vamos descobrir. -Diz descendo e eu faço o mesmo. -Quero que fique atrás de mim. -Eu aceno e ele me olha. -Estou falando sério, não banque uma de heroína.
-Tá, vamos logo. -Reviro os olhos e ele segue em frente com sua arma, encosta na porta e a mesma se abre.
Respiro fundo segurando a lanterna, tudo está escuro, vasculhamos a casa inteira, e então eu paro em frente a uma porta.
-Porão, deveríamos ter vindo direto. -Debocha e abre a porta, um cheiro horrível nos atinge e eu tenho vontade de vomitar, meu coração acelera por pensar o pior.
Descemos devagar os degraus e no último ele ilumina em volta, olho para um ponto fixo, um freezer?
-Porque tem um freezer aqui embaixo? -Pergunto e ele fica quieto chamando minha atenção, olho para o corpo do loiro. -Ele se matou.
Digo vendo o buraco em seu queixo, porque ele fez isso? Cadê Dany?
-Vou chamar a perícia. -Diz pegando o celular, eu sigo para o freezer curiosa.
Abro lentamente iluminando, e então eu grito me afastando, Theo corre e me olha, lágrimas saem de meus olhos e eu me ajoelho no chão não acreditando, ele sem entender abre o freezer e logo fecha me olhando.
-Ela... Ela está morta. -Digo não querendo acreditar.
-Vem, vamos para casa e quando tudo estiver resolvido iremos saber o que diabos aconteceu aqui.
Diz e subimos as escadas e fico no carro olhando Theo falar com Louis que nega várias vezes, corre para dentro da casa e Theo me olha, está sendo forte para nós dois, mas sei que está arrasado.
Um dia se passou, não consegui dormir, na verdade eu até tentei, mas pesadelos sempre vinham então resolvi ficar sentada na cama com Theo em meu colo, nenhum de nós pregou os olhos.
Seguimos para a DP onde terei que falar com os detetives que estão resolvendo o caso, eu respiro fundo e entro na sala de interrogatório, dois homens estão de braços cruzados e Theo está no canto da sala.
-Se senta Srta, vamos começar com isso. -Diz e ele parece ser o detetive malvado. -O que era da vitima?
-Melhor amiga, a conheço... conhecia desde quando eu tinha oito anos. -Digo e eles me olham.
-Ok, suspeita de alguém? Ela tinha inimigo? -Pergunta e eu o olho.
-Está mais que na cara que foi o idiota do ex dela. -Digo e ele sorri.
-Não, ele foi assassinado. -Diz e eu me levanto.
-Como assim ele foi assassinado? Quer dizer que um filho da puta está solto e pode a qualquer momento matar outra pessoa?
-Abaixa a voz quando for falar comigo. -Diz alto e firme.
-E abaixa a voz quando for falar com ela! -Theo diz alto fazendo os dois olharem para ele. -Saem, eu irei fazer isso. Quando tiver todas as perguntas respondidas eu digo para vocês e entrego o relatório.
-Esse é o meu trabalho delegado. -Diz o olhando e vejo o maxilar do Theo ficar tenso.
-E está no meu departamento, então saia. -Diz firme e os dois respiram fundo e saem da sala, me sento e Theo se senta em minha frente. -Tudo bem? -Dou de ombros.
-Só quero sair daqui e me trancar no meu quarto. -Ele suspira segurando minhas mãos e então desabo. -Eu não sei o que vou fazer sem ela. -Ouço a cadeira se arrastar e então os seus braços ao meu redor.
-Vai superar, iremos achar quem fez isso. -O aperto me desabando por completo.
-Eu quero ela de volta, minha melhor amiga, minha irmã, Mercedes vai desabar, eu prometi que iria protege-la, eu não cumpri minha promessa. -Ele segura meu rosto e me faz o olhar.
-Irei acabar com o desgraçado que fez isso. -Promete e eu concordo. -Vamos para casa, semana que vem continuamos com o interrogatório.
-Quando vou poder enterrar ela? -Pergunto e volto abraçar, sinto o seu cheiro. -Quero que ela descanse.
-Eu sei, mas vão liberar apenas amanhã às duas, de manhã irei receber o relatório completo. -Diz e eu o olho.
-Me diz tudo o que ficar sabendo? -Ele sorri.
-Claro meu amor, nunca irei te esconder e nem ocultar nada. -Promete me dando um beijo e então seguimos para casa.
Ela está morta... será?
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O meu vizinho
RomansaEla, apenas uma garçonete Ele, o novo delegado que está atrás do chefe dos crimes. Ela, sofre Ele, a salva Ela, fica com trauma Ele, promete a proteger de tudo e de todos Ela, se apaixona. Vidas totalmente diferentes que nunca deveriam ter se cruzad...