Dois dias se passaram desde que prenderam White, eu estou seguindo para a DP nesse momento, Theo não fala comigo nesses dias e eu quero saber o que descobriram ou se deram o caso por encerrado.
-Theo, por favor. -Peço para a mulher em minha frente que sorri quando me vê.
-Ele está sozinho na sala, pode entrar. -Diz e eu olho para o corredor.
-Obrigada. -Digo com um sorriso e sigo lentamente pelo corredor até parar em frente a sua porta, respiro fundo e bato na mesma esperando por sua resposta que não vem.
Abro devagar olhando em volta e vejo Theo no telefone com a cadeira virada, eu me encosto esperando seu telefonema acabar, o que acontece em seguida.
-O que faz aqui? -Sua voz grossa me dá arrepios.
-Tudo bem? -Ouso perguntar e ele se vira me olhando. -O que aconteceu? -Pergunto assim que vejo o seu rosto com hematomas.
-Uma briga, nada demais. -Da de ombros se encostando, sigo até ele. -Eu estou bem.
-Não parece. -Estende a mão que pego, me puxa me fazendo sentar em seu colo. -Dói? -Pergunto acariciando seu lábio inferior.
-Apenas quando dou risada, mas não vai fazer palhaçadas agora.
-Senti saudades. -Digo baixo olhando para o cordão que carrega no pescoço.
-Sinto muito pela nossa briga. -Suspiro e o olho nos olhos. -Não quero que aprenda atirar e nem a lutar.
-Eu quero me sentir segura quando não estou com você. -Digo e ele aperta minha perna.
-Não precisa, sabe disso. Não vou deixar nada de mal acontecer com você.
-Mas e se acontecer? Theo, não tem como você estar em dois lugares ao mesmo tempo.
-Eu sei, mas amor é perigoso. -Diz e eu suspiro, não quero brigar novamente. -O que veio fazer aqui?
-O caso, deu por encerrado? -Pergunto e ele suspira se encostando.
-Sim, descobrimos quem a matou. -Diz e eu desvio o olhar.
-Sinto falta dela. -Digo baixo. -Sempre quando estou me trocando no vestiário me lembro de nossas conversas. -Digo lembrando e sorrindo por isso.
-Eu sinto tanto, sei o quanto ela significava para você.
-Eu tenho que ir, trabalhar para comprar comida para o Niko. -Brinco e ele me faz o olhar. -Te amo.
-Te amo e se cuida, te pego meia noite. -Concordo e ele sorri me dando um beijo.
As horas passam rápido, ouvi boatos que o rei do crime está solto novamente, eu ignorei por ser apenas boatos, Theo me avisaria.
-Está dispensada, hoje foi exaustivo. -A olho e concordo agradecendo por ter sido liberada.
Me troco e pego minhas coisas no meu armário seguindo para a porta dos fundos onde entro em um beco, abraço meu corpo por causa do frio que faz e começo a andar.
Theo deveria estar aqui a vinte minutos, está muito frio então decido ir andando, nem posso mandar mensagem por meu celular ter acabo a bateria.
Respiro fundo tentando parar de tremer, não deveria estar tão frio assim, ainda estamos no verão. Olho para trás quando ouço vozes, do outro lado da rua tem alguns garotos conversando e rindo, viro a esquina e bato de frente com um corpo, caio de costas no chão.
-Olá, querida Nayla. -Reconheço a voz de Carl por não dar para ver seu rosto. -Estava com saudades. -Meu corpo dói quando me lembro de tudo que ele me fez passar.
-Como conseguiu escapar? -Pergunto baixo, mas pela risada acho que escutou.
-Eu era policial, tenho meus contatos. -Informa se agachando em cima de meu corpo, acaricia meu rosto. -Só vim te dar um aviso, estou de volta e pode ter certeza que seu namoradinho vai me pagar com a própria vida. -Diz segurando meu maxilar com força.
-Carl... -Tento e ele aperta mais me fazendo chorar de dor.
-Quero que saiba, irei vir atrás de você, para ver como seu namorado irá morrer e para ele ver esse corpinho sendo maltratado pelo meu.
Ouço sirenes e ele se levanta, quando olho para trás vendo as luzes vermelhas e azuis, solto a respiração que nem sabia que estava segurando.
-Ei, tudo bem? -Theo desce enquanto o carro vai embora. -Desculpa não ter chegado a tempo.
-Ele, Theo ele está solto. -Digo o olhando e seus olhos me avaliam. -Ele me ameaçou e ameaçou você, disse...
-Shh, não precisa dizer, iremos nos cuidar e ele vai voltar para trás das grades.
-Vai se soltar novamente, tem contatos na polícia. -Digo e ele suspira se ajoelhando, eu o abraço me sentindo segura em seus braços. -Fiquei com tanto medo.
-Sinto muito, Louis vai te levar e trazer todos os dias. -Não reclamo e apenas sinto o seu cheiro. -Vamos para casa, vai ficar na minha que tem alarme.
Fico na cama olhando para a porta em minha frente enquanto Theo alimenta Niko.
-Nayla? -Presto atenção em seu rosto. -Não ouviu o que falei?
-Desculpa... Pode repetir?
-Quer comer alguma coisa antes de tomar um banho?
-Não, só quero dormir. -Digo e ele fica me olhando. -Realmente não estou com fome, comi na lanchonete.
-Ok, vou tomar um banho enquanto se arruma para dormir.
Beija minha testa e segue para o banheiro depois de tirar a jaqueta, me levanto e tiro minha roupa ficando apenas de calcinha, vou para o armário e pego uma camiseta de Theo a colocando.
-Eu te amo. -Digo quando sinto seus braços me abraçarem.
-Te amo mais. -Diz e beija minha cabeça.
Alguns minutos depois sua respiração fica calma, eu olho para o teto tentando dormir e tirar as imagens horríveis de minha cabeça.
Parece impossível não me lembrar dos tapas, arranhões, puxadas de cabelo, as palavras sujas e ele me penetrando forte e dolorido, sinto as lágrimas me fazendo fechar os olhos.
Me viro e abraço Theo fortemente, ele retribui em seu sono, peço a Deus para tirar essa lembranças de minha mente, meu peito dói e choro ainda mais quando me lembro de tudo tão nitidamente.
Tento dormir, mas não consigo e tenho medo das lembranças invadirem meu sono, mas cinco minutos depois eu apago.
Agr fudeu d vez...
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O meu vizinho
RomanceEla, apenas uma garçonete Ele, o novo delegado que está atrás do chefe dos crimes. Ela, sofre Ele, a salva Ela, fica com trauma Ele, promete a proteger de tudo e de todos Ela, se apaixona. Vidas totalmente diferentes que nunca deveriam ter se cruzad...