Sinceridade.

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P.O.V MILLIE

A ansiedade e a tristeza me perceguiam. Ter que olhar para o rosto do Finn e não poder falar que eu queria ficar era desesperador, porque é óbvio que eu queria ficar, não que eu não goste de ficar junto à Sadie, é que... aquela é a casa que eu me acostumei a ficar, tinha o quarto que eu mesma havia decorado, e também tinha o quarto onde eu era abraçada enquanto assistia um filme de terror, porque o Wolfhard não gosta de romance.

Já estou com saudade do seu sorrisinho de lado, de suas piadas sarcásticas, de como ele me dá sustos só para me abraçar depois... eu só queria que esse lado dele prevalecesse. Meu Deus, como eu odeio isso! É como se eu já fosse dependente dele, mesmo com todos esses problemas eu não consigo não gostar dele. Cheguei a conclusão de que é praticamente impossível entender o estranho do Wolfhard, porém se ele me ajudasse a entender eu poderia tentar... que ingenuidade a minha, ele nem se importa.

Com toda essa confusão mal peguei meu celular nas últimas 24 horas. Quando liguei, ele pipocou de chamadas perdidas, e eu não consegui evitar querer que fosse o Finn, mas era só a minha mãe mesmo. Retornei a ligação e fui obrigada a ouvir praticamente uma hora de sermão. Confesso que não prestei atenção em praticamente nada que ela estava falando, ainda sentia raiva pelo acontecido no shopping.

Nick havia se oferecido para me levar de volta para a casa da Sadie, decidi aceitar, Sadie já estava fazendo muito por mim oferecendo sua casa, eu não tinha coragem de ligar para ela ir me buscar. A reação dela foi a que eu já esperava, chamou ele de babaca e falou para eu terminar com ele, e isso me fez pensar. Eu não terminei com ele oficialmente, nem tive coragem de jogar a aliança fora ou sei lá.

Meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi a campainha tocar.

- Eu atendo! - Sadie gritou descendo as escadas. - Deve ser os lanches que eu pedi pra gente.

Sadie andou com pressa até a porta, estava chovendo e podia ser o entregador lá fora.

- Finn? - ouvi Sadie dizer.

Senti meu ar faltar. Não conseguia vê-los, mas ouvi a voz dele de volta.

- Não, é o Papai Noel.

- O que você quer garoto?

- Ver essa sua cara é que não é né? É óbvio que eu quero falar com a Millie.

Me levantei involuntariamente e comecei a andar até a porta.

- Tudo bem mas... ela não quer te ver. Passar bem. - falou e em seguida foi fechando a porta.

- Não! - falou bloqueando a porta com o pé. - Sadie, eu preciso falar com ela agora!

- Por que você não vai à merda seu...

- Sadie, tudo bem. - falei parando em seu lado, e os olhos do Finn se arregalaram em minha direção. - Por que você está aqui Finn?

- Precisamos conversar. Agora.

Por alguns segundos fiquei calada. Ele estava tão fofo... alguns cachos estavam escorridos por sua testa por conta da chuva, enquanto o resto estava dentro da toca de sua capa de chuva azul.

- Nós já conversamos. Você é um imbecil, é isto. Fecha a porta Sadie. - pedi começando a me virar.

- Espera, espera! - pediu, e eu parei sem paciência. - por favor Millie. Você me fala que não me conhece direito, e é verdade. Agora eu preciso te contar, por favor...

Tentei ignorar a minha curiosidade mas foi em vão. Senti que precisava ouvi -lo.

- Tá bom Finn. Vamos conversar. - falei e parecia que Sadie iria me matar só com o olhar, mas não falou nada. Finn apenas concordou com a cabeça.

The little psychopath // FillieOnde histórias criam vida. Descubra agora