Assassinato às cegas.

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P.O.V MILLIE

- Tá brincando, não é? - falei já sentindo meus olhos se encherem de água.

- Eu nunca brincaria com algo tão sério! Você ultrapassou todos os limites! Você me desrespeitou! Arrume suas malas, vou comprar nossas passagens, nós iremos embora amanhã mesmo.

- Não, mãe! Mãe... por favor não faz isso comigo! - segurei seus braços ficando desesperada.

- Não adianta chorar agora!

- Por favor! Você não pode fazer isso! - supliquei soluçando de tanto chorar.

- Millie, para! - ela me empurrou tão fortemente que acabei caindo no chão e ficando por lá mesmo.

- Eu. Te. Odeio! - cuspi as palavras pausadamente, fazendo ela engolir em seco.

- Arrume suas coisas logo. - disse por último, antes de sair batendo a porta com força.

- EU ODEIO VOCÊ! EU TE ODEIO MUITO! - gritei queimando em raiva, mesmo que ela não estivesse mais me ouvindo.

Ouvi passos largos correndo até mim e logo senti alguém segurando meus ombros. Levantei a cabeça e Finn estava me encarando com os olhos arregalados.

- O que aconteceu, amor?

- A minha mãe...

- O que tem ela?

- Ela vai me levar, Finn... - ele franziu o cenho, confuso. - Ela vai me levar de volta para o Brasil.

- O que?! Como isso aconteceu? - questionou com a voz falha.

- Em um momento de raiva eu acabei contando para ela que nos estamos juntos e ela surtou completamente. Eu não estava pensando nas consequências e essa foi a minha pior decisão.

- Millie... - sussurrou meu nome enquanto derramava diversas lágrimas.

Ele me encara incrédulo, como se esperasse uma resposta dizendo que era brincadeira e que na verdade tudo ficaria bem. Porém nada, nada estava bem.

- Millie você não pode me deixar! - exclamou inquieto. - Eu não tenho motivos para viver se a única pessoa que é capaz de me dar pelo menos um pouco de felicidade não vai estar mais comigo! Eu prefiro morrer!

- Me desculpa! Me desculpa por favor! - ele me encarou magoado e fui surpreendida quando rapidamente Finn se sentou no meu colo e encaixou a cabeça no vão do meu pescoço, como um bebê assustado.

- Vai ficar tudo bem. Você pode ter certeza disso. -  ele disse com um tom de voz firme enquanto molhava meu pescoço com lágrimas incansáveis.

- Como você sabe?

- Eu apenas sei, Millie. Ela não vai te tirar de mim.

Nem sempre são válidas nossas maneiras de amar. Nem sempre são válidas nossas maneiras de odiar. Nem sempre são válidas nossas maneiras de viver. Não somos totalmente perfeitos ou imperfeitos demais. Somos apenas seres humanos burros em nossa maneira de agir.

P.O.V NOAH

Eu que estava dormindo como um anjinho no sofá da sala depois de uma bela maratona de "you", fui acordado por gritos histéricos de uma pessoa mais histérica ainda, que tinha atrapalhado meu sono minutos antes com um telefonema desagradável.

- NOAH! NOAH ABRA ESSA PORTA AGORA!

- Calma! Tô indo! - levantei do sofá ainda sonolento e fui até a porta, a abrindo lentamente.

- Noah.

- Oi, mãe. Lembrou que eu existo além da Chloe? - ela ficou me encarando por alguns segundos, com fogo nos olhos, antes de entrar na casa sem me responder.

The little psychopath // FillieOnde histórias criam vida. Descubra agora