O nosso para sempre.

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P.O.V FINN

Fui andando tranquilamente até chegar ao porão "secreto". Digo secreto porque sou o único que sabe de sua existência. Abri a portinha de madeira barulhenta e observei o local.

- Perfeito...

Andei até uma mesa de madeira no centro da sala e coloquei Faminta em cima.

- Hum... por onde eu começo? - me perguntei olhando em volta, até avistar uma corta. - Ok. Isso vai servir.

Peguei a corda do chão e comecei a enrola-lá em volta da gata, quando senti que estava firme pude descansar os braços.

- Meu Deus, isso vai ser muito legal. - sorri pegando meu machado no chão.

Ergui o machado e descarreguei um violento golpe no animal. Sua cabeça foi completamente arrancada para fora do corpo. Muito sangue escorria pela mesa, formando uma imagem simplesmente linda. Ver o interior de um ser vivo é incrível, ainda mais se você pode tocar.

Coração... rins... cérebro...

Estou pensando seriamente em cursar medicina.

Tiro uma bela foto, como faço com todos, depois coloco seu corpo em um saco plástico.

- Você vai direto para o meu baú, Faminta.

Limpei o local antes de sair. Quando terminei coloquei o machado em seu devido lugar e logo depois saí. Meu plano era ir direto para o meu quarto, mas meu "maravilhoso " pai apareceu quando eu passei pela sala.

- Ora... Ora... Ora... - falei o observando. - Então quer dizer que o meu pai perfeito voltou a beber?! - brinquei, olhando para a garafa de uísque em sua mão esquerda.

- Não enche, moleque!

- Wow, cadê a sua paciência de pai perfeito? Tá caindo junto com a sua falsidade?!

- Cala essa boca agora! - gritou tombando para os lados.

- Nossa, você tá um nojo. - fiz uma careta.

- Obrigado, mas eu tenho espelho!

- Ah, mas não parece. - revirei os olhos.

- O que é isso? - perguntou olhando o saco preto em minhas mãos.

- Não é da sua conta.

- Você é tão insuportável...

- Então somos mais parecidos do que eu imaginei. - sorri e ele franziu as sobrancelhas.

Encarei o mesmo se sentando no sofá e um detalhe acabou chamando a minha atenção. Um retrato da minha mãe.

Engoli em seco, sentindo uma raiva repentina tomar conta dos meus sentidos, mas tentei respirar fundo.

- Por que você está com uma foto dela? Não tinha jogado tudo fora?!

- Eu sinto falta dela.

- Ah, é mesmo?! Do que exatamente?! De deixar ela de lado? De bater nela? De proibir ela de sair com as amigas dela ou ir trabalhar? Não, melhor! De trair ela com uma qualquer todo o final de semana?

- Olha o jeito que você fala comigo!

- Eu falo do jeito que eu quiser!

- Quer saber garoto?! Você é um insuportável! E realmente, eu não ligo nenhum pouco para você!

Eu sempre soube disso, mas no fundo queria que fosse diferente.

- Eu não... - se levantou, andando até mim. - Eu não suporto mais olhar pra essa sua cara, Finn.

The little psychopath // FillieOnde histórias criam vida. Descubra agora