A inteligência me excita

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Era uma sexta-feira à noite, e eu estava online, e um cliente entrou na minha sala. 

Acho que a maioria dos relatos começarão mais ou menos assim: "eu online, um cliente".   

Sexta-feira à noite, a maioria das pessoas saem para se divertir, mas eu não estava mais saindo de casa, antes já evitava sair, agora só saio por obrigação. A verdade é que nunca tive paciência para conhecer pessoas, acho o roteiro entediante, e não consigo ficar forçando simpatia para impressionar os outros. Faz bastante tempo que não fico bêbada e ficar sóbria tem sido pior do que uma ressaca. 

Meus finais de semana eram resumidos à ler e-books e artigos, assistir alguma série na Netflix, atualmente estou acompanhando "Você / You" (nossa, isso ficou bem stalker); ficar vendo memes e compartilhando bostas no Facebook, onde todo mundo sabe que eu tô na merda mesmo; me divirto jogando com um amigo, atualmente estamos jogando Ragnarok, é onde mais me distraio para não ficar triste, fim de relacionamento é sempre uma fossa. Mas eu não quero falar de tristeza não, quero falar de putaria. 

Então, era uma sexta-feira à noite...

Eu já tava entendiada de ver séries, filmes, escutar músicas, estava com dor de cabeça para ler. Estava com enxaqueca há dois dias, me entupindo de remédio, sem plano de saúde e sem sorte no SUS. Resolvi entrar um pouco no site onde trabalho para tentar levantar um grana, nos últimos meses eu não conseguia pagar o cartão de crédito todo, a minha situação estava complicada, azar no jogo, azar no amor, e sorte no azar. 

Fiquei online, e ultimamente estava chato, ficava horas sem clientes, mas eu precisava tentar.

Entrou um cliente na minha sala, e fui logo dando boa noite, mas sem esperança dele responder, sei lá, poderia ser um mal educado, mas ele respondeu o meu boa noite, perguntou se eu estava bem e puxou assunto. Poderia ser alguém interessante, e eu estava entediada.  

Mas mesmo sendo alguém interessante, poderia partir a qualquer momento, porque poderia ser casado e a esposa aparecer, poderia ficar entediado, poderia ver algum perfil mais interessante, poderia cair a internet, enfim, poderia sumir do nada. 

Sim, era alguém interessante e inteligente, a gente conhece pela conversa, ali tinha conteúdo, eu não tinha dúvidas. A principio pensei que ele fosse psicologo pelo nosso assunto, depois quando ele disse que conhecia o local onde eu estudo, pensei que poderia ser algum professor da universidade, depois pensei que ele era psiquiatra, pois eu tenho um imã para atrair psiquiatras, deve ser porque sou meio desequilibrada também. Enfim, descobri que era neuro. Pelo menos foi o que ele deu à entender. Mas depois descobri que ele era médico mesmo. 

A conversa estava tão gostosa, que eu recusei 4 convites para o chat privado, só porque eu estava realmente gostando de conversar com ele, mesmo sendo no chat gratuito. Não pensem que eu tô rica para ficar assim recusando chats pagos, eu estou endividada, mas a conversa estava muito boa. 

Claro, que ficou muito melhor quando fomos para o chat exclusivo, mas eu teria ficado horas conversando com ele no gratuito. Embora eu estivesse com preguiça de encontros, parece que o encontro veio até mim. 

Eu subi a cam, e mostre o rosto com mascara, e ele disse que eu tinha os olhos muito expressivos. Ele era detalhista, algo raro até na minha vida normal, mais raro ainda no virtual.  

Pela primeira vez eu fui sincera com alguém na cam. 

Eu falei a cidade onde morava, falei a faculdade onde estudava, e eu tirei a máscara em um certo momento, mas só mostrei metade do rosto, não consegui mostrar o rosto completo. E se ele perguntasse, eu teria falado o meu nome verdadeiro. Sei do perigo de passar informações verdadeiras sobre mim, mas se ele aparecesse onde eu estudo, eu não iria achar ruim, ou seja, ele sabe onde pode me encontrar. 

Talvez ele não saiba, mas tudo o que eu falei era verdade. 

Ele era muito lindo, não que beleza importe tanto para mim, mas era o tipo de homem que não passa despercebido, sem contar nos detalhes que pude observar: era muito charmoso. Não ouso descrevê-lo com detalhes, deixo por conta da imaginação de vocês. 

Como se não bastasse ele ser interessante, inteligente, bonitão, charmoso, ainda tinha o mesmo fetiche que eu tenho: lugares públicos. Ele era excitante. Numa só noite, eu fantasiei várias coisas com aquele homem, diversas formas de ser fodida por ele, e detalhe, sem me tocar.  Não sei exatamente a ordem em que imaginei, mas vou descrever cada cena. 

Quando eu tirei a calcinha, ela estava encharcada. Eu ainda não tinha me tocado, mas só de imaginar eu fiquei com muita vontade. Na verdade, eu ainda estou com vontade. 

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