A REALIDADE PODE SER PIOR DO QUE PENSAVAMOS

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O dia parecia entediante, suspirava a cada momento, estava sem folêgo, estava exausta. Mas ainda só estava na quarta aula. Sabe quando tudo para em câmera lenta e o tempo não passa? Parecia que as aulas duravam uma hora e não acabava mais.
Desviei meu olhar da lousa para admirar o Luke, porra, ele era tão perfeito em tudo, corpo e rosto e tinha um sorriso encantador, se eu o convidasse para sair? Ele aceitaria? Provavelmente Nina já saiu com ele, primeiro dia de aula mas já deu para perceber que ela saiu com a metade da escola.
Luke nem sequer prestava atenção para a aula de Geografia, ele parecia exausto, com o rosto sem energia, e com a postura cansada.
Eu devia chamar ele, pelo menos para ser meu amigo, quem sabe...
Quando o sinal da última aula tocou, fui atrás do Luke como planejei.
- Ei Luke, espere. Falei andando às pressas atrás dele.
- Ah, Lola, certo? Perguntou ele confuso.
- Sim, estava pensando, quer sair um dia desses comigo? Perguntei olhando para seus olhos, brilhantes e cheio de emoção.
- Bom, semana que vem estou livre mas essa semana estou cheio de coisas a fazer, espero que me perdoe. Falava enquanto guardava seus livros no armário.
- É, bom essa semana não, era para a semana que vem mesmo. Falei disfarçando com um fora que acabei de levar, suspirando.
- Oi amor. Falou Nina passeando as suas mãos em seus ombros largos e depois o beijando. - A garota nova, pelo jeito já conhece meu namorado, Luke Schinnivers.
- Namorado? Perguntei com um olhar confuso e constrangedor.
- Eu e o Luke estamos juntos há dois meses, Lola. Falava ela e depois dando selinhos em seus lábios.
Estava com vergonha, pedindo para sair com um cara que mal conhecia e ainda por cima namorado de uma garota arrogante.
- Me dêem licença. Disse fechando meu armário, olhando para cada passo que eu dava daquele corredor.
Liguei o carro e logo em seguida entrei, deixando minha bolsa no banco do lado, apoiei no volante e fiquei lá, parada pensando no meu passado e como eu poderia mudar meu jeito de pensar daqui pra frente.
- Lola! Disse uma voz masculina e sabia de quem era. Me levantei do volante que estava apoiada e me virei e era o Luke.- Eu aceito sair um dia com você, me perdoe por ter sido tão chato com você hoje, a Nina sempre está de olho em mim pelos corredores.
Eu não consegui dizer nada naqueles instantes, a única coisa que fiz foi sorrir para ele.
- Nessa Quarta, às oito e ponto, você me leva para sair. Falei ligando o carro.
- Ok senhorita Summers. Ele disse rindo enquanto já movia o carro.
Eu mal o conhecia mas já amava a personalidade dele, mas ele parecia controlado pela Nina, não era ele mesmo perto dela, isso todos conseguia perceber. Mas para onde ele me levaria na quarta? E se for um truque dele com a Nina e me deixar parada na porta da minha casa? Estava cheia de perguntas na minha cabeça, mas eu estava com bons pressentimentos.

Abri a porta da cozinha, deixei minha bolsa na sala. Olho para o meu celular e vejo uma mensagem de um número desconhecido.
Perguntava umas coisas estranhas, perguntei quem era. Depois de responder uns cinco minutos, apareceu a foto do Luke, e falando que era ele. Como ele conseguiu meu número? Não passei meu número a ninguém até agora.
Minha mãe abre a porta da cozinha com sacolas de mercado, enquanto eu estava tentando descobrir como alguém conseguiu meu número.
- Filha, comprei ingredientes para fazer sua torta preferida de morango. Ela disse colocando as sacolas sobre a mesa.
- Obrigada mãe, mas agora estou meio confusa em como alguém conseguiu meu número. Falei com ela olhando para a conversa.
- Bloqueia Lola, número desconhecido assim só te mete em confusão ou perigo. Ela disse se aproximando colocando suas mãos na sua cintura fina e olhando para a conversa.
- É tem razão. Falei bloqueando aquele número, mesmo que tenha a foto do Luke, me pareceu estranho, não parecia que as palavras era dele.

- E como foi seu primeira dio de aula na escola nova? Perguntou minha mãe.
- Foi bom mãe, as aulas parecem durar horas para terminar, mas tirando isso foi bom. Falei olhando para seu cabelo. Quando ainda moravámos em Nova Jersey, minha mãe tinha cabelos castanhos, mas antes de mudar para Winnipeg, ela tingiu seus cabelos de loiro claro quase platinado, o loiro caia bem nela e ficava tão bom quanto o castanho. Minha mãe depois que meu pai foi embora e nos deixou, não saiu mais com nenhum outro homem, não porque ela desinteressou de homens mas ela vivia cuidando da nossa antiga casa.
- Mãe, vou sair na quarta com um menino... Olhei bem para ela e depois para a sacola que ela retirava as coisas, ainda mais com os ingredientes que ela havia prometido comprar para fazer a minha torta de morango.
- Seu primeiro dia de aula e já marco um encontro? Ele ria das minha palavras.
- Não é um encontro mas sim uma distração, poxa eu mereço isso. Falei como se tivesse implorando ao seus pés.
- Ok Lola, mas toma cuidado por favor. Ela disse vindo a minha direção e deixando as coisas emcima da mesa.
- Eu tomo mãe, pode deixar, caso ela faça qualquer coisa comigo eu fujo. Falei rindo e ela por fim rindo também.

      A noite era linda, a vista do meu quarto era gigantesca, as luzes da cidade deixava ela ainda mais alegre e cheia de vida, a Lua estava cheia e as estrelas formava desenhos, eu amava admirar a cidade daquela maneira, aquilo era uma euforia, uma sesanção de bem estar que quero sentir sempre.
   Me distrai com o barulho do celular tocando. Era uma mensagem de outro número desconhecido. Droga.
   Meu desespero surgiu quando a mensagem estava escrita "Lola Summers ainda é uma vadia" e com uma foto minha de biquíni.
Quem era esse número, e como arranjou aquela foto minha do ano passado?
  Bloquiei este número com medo de ser algo pior. Eu ainda estava vivendo o meu passado mesmo não querendo. Tudo voltando a ser como antes.
  Eu não quero ser a menina que era antes, eu quero ser normal, mas meu passado faz aquilo ser atormentador.

20 MOTIVOS PARA SER MINHA INIMIGAOnde histórias criam vida. Descubra agora