APENAS ALGUNS CAPÍTULOS DISPONÍVEIS PARA DEGUSTAÇÃO.
Do alto da macieira eu via a grama verde lá em baixo. O silêncio e a paz que eutinha ali eram coisas que me davam força para esperar meus vinte e um anoschegarem, só mais um ano e tudo aquilo seria meu. Mordi a maçã verde, fresca edeliciosa da árvore, quando meu sossego foi interrompido pelo barulho decavalgadas. Olhei para baixo e um cavalo branco se aproximava, havia um homemsobre ele, porém os galhos da macieira me atrapalhavam de enxergar seu rosto.Por um momento pensei que fosse Romeu, mas esse homem tinha o porte fortedemais para ser meu amigo magricela. Se tem uma coisa que não gosto de ver nasminhas terras é um intruso, e ali estava um.
Ele parou bem em baixo da macieira e ficou olhando ao redor, procurando por algo que eu não fazia a menor ideia, já que ali só havia grama, mais grama e a macieira. Ele avistou meu cavalo, Tempestade, e novamente girou o pescoço procurando por alguém. Peguei a maçã que estava comendo, mirei com toda precisão possível e atirei. Houve um baque quando a maçã acertou sua cabeça e ele caiu do cavalo. Nesse momento pulei da árvore e me aproximei.
— Quem é você e o que quer aqui?
Ele me olhou com uma expressão confusa. Usava uma touca que não me permitia ver seu cabelo, mas tinha a pele clara demais, obviamente não era um camponês, os olhos escuros e uma bela boca. Não sei porque disse isso, mas me veio à mente. Ele me olhou por um tempo e se sentou. Na testa dele estava uma marca vermelha causada pela maçã. Ele tocou o local e soltou um gemido.
— Foi você que fez isso? — perguntou irritado.
Abri então meu melhor sorriso.
— Minha pontaria às vezes me surpreende. Não precisa me parabenizar.
— Parabenizar?
Ele se levantou e dei um passo defensivo para trás, afinal ele era bem maior que eu. O intruso então se dedicou a arte de olhar. Olhou meu cabelo, meu corpo, meus pés e voltou para o cabelo repetindo todo o processo algumas vezes. Por fim me irritei e fiz uma careta que desviou finalmente seus olhos de mim. Tocando a testa com uma expressão de desconforto, perguntou:
— Qual o seu nome?
— Não é da sua conta!
— Nome interessante — retrucou dando dois passos em minha direção e, num gesto de puro atrevimento, levantou minha trança loura. — Você tem cabelo de menina, mas se veste como um menino. O que você é?
Quem ele pensava que era? Puxei meu cabelo de sua mão, fui praticamente marchando até Tempestade e peguei meu arco e minhas flechas, me aproximei dele já com o arco em punho, apontei para o meio de suas pernas e alertei:
— Suba no seu cavalo e suma dessa terra.
Primeiro ele arregalou os olhos, depois um sorriso apareceu em seu rosto.
— Sei, você é dessas que banca a valente. Vocês são as mulheres mais excitantes.
— Até onde eu sei ainda posso ser um menino.
Ele me avaliou de novo, preguiçosamente e com um sorrisinho debochado.
— Com certeza, levando em consideração que não tem seios.
Aquele comentário me enfureceu, no segundo em que olhei para os meus seios, ele se aproximou e tomou meu arco, contudo eu fui mais esperta e dei um chute no meio de suas pernas, que gritando de dor, abaixou-se deixando o arco aos meus pés.
— Suba no seu cavalo e vá embora daqui! — ordenei.
— Eu não tenho condições de cavalgar agora! — respondeu entredentes.
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Desencantados - COMPLETO ATÉ 11/01/23
RomancePLÁGIO É CRIME! OBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL. É PROIBIDA A DISTRIBUIÇÃO OU CÓPIA DE QUALQUER PARTE DESSA OBRA SEM O CONSENTIMENTO DO AUTOR! Conheça um príncipe nada honesto e uma princesa nada delicada. A jovem Elise é feita escrava de sua...