Cap. 5: Agente 06

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Algumas coisas pareciam se repetir continuamente na minha vida. O fato de eu estar novamente acordando em um lugar que não fosse minha casa era a coisa mais estranha que vivi nesses últimos dias. O mal estar ainda rondava meu corpo com ápice na área digestiva.
Se não fosse pela escuridão e o balanço em que me encontrava, diria que estava vivendo o mesmo momento de novo.
Lentamente abria meus olhos.
O sono se recusava a me deixar e eu estava babando, como se meus lábios e língua tivessem perdido toda a sensibilidade e movimento. Estava com a cara colada no chão e de barriga pra baixo então provavelmente uma poça de saliva já estava se formando logo abaixo do meu rosto.
Meus olhos aos poucos acostumaram com a escuridão e percebi que estava dentro de uma jaula.
Tentei levantar. Arrastei-me até o canto da jaula de modo que minhas mãos pudessem tocar as barras de ferro e com toda força que tinha (que não era muita coisa) puxei meu corpo que se moveu quase nada.
Vendo  que o meu estado não me permitiria levantar (eu estava verdadeiramente dopada), simplesmente desisti.
Foi quando comecei ouvir um sussurro:

- Hina!

Pensei estar ouvindo coisas e conclui que era o efeito da droga que ainda não havia passado.

-Hey, Hina ! Você está acordada?

Ok. Aquilo não era coisa da minha cabeça.
Tentei responder mas o máximo que saiu foi : slaug.

- Hina! Sou eu, Zac.

Maldito traidor. O que ele estava fazendo aqui.
Tentei me mexer para sinalizar que estava viva.

- Hina, eu vou entrar. Tenho as chaves. Não faça nada se não eles vão nos pegar.

Esse traidor falava como se eu conseguisse levantar daquela jaula. Nem se o sono se fosse eu conseguiria já que meus estômago estava revirado e meu corpo inteiro doía.
Eu não o via, apenas ouvi o barulho da chave de ferro colidindo com a fechadura assim abrindo a jaula.
Em seguida as suas mãos quentes e assustadoramente macias fizeram contato com um de meus braços que foi conduzido até o pescoço dele e na tentativa de me levantar pegou na minha cintura . Infelizmente eu era, naquele momento, como um saco de batatas, nada mais.
Com cuidado ele me colocou sentada escorando-me no canto da jaula.
Minha cabeça pendia pra frente e com medo que todo meu corpo seguisse-a, Zac empurrou ela com os dois dedos indicador e médio e colocou-a escorada entre as frestas de duas barras de ferro.

-Hey, Hina, fique firme eu vou te tirar dessa. – disse ele num sussurro.

Provavelmente temia que outros soldados o escutassem.
Numa tentativa de me comunicar e conseguir informações comecei a falar, lentamente:

-Onpf.. de espftamosf?

Aquilo foi muito bizarro Mas Zac demonstrou seriedade em seu tom de voz:

-Estamos em um caminhão, seguindo diretamente para o Poço. Você foi condenada. – ele parecia aborrecido, mas continuou- escute, beba um pouco de água. Aqui.

Senti algo rígido vindo de encontro a minha boca. Provavelmente era o bico de uma garrafinha e logo havia água escorrendo lentamente para dentro de minha boca.
Algo incomum começou a acontecer. Minha cabeça aos poucos parava de doer e meu sono estava se esvaindo. Senti a força e a vitalidade voltando completamente para meu corpo.
Baixei a cabeça e segurei a garrafinha de água com tamanho desespero como se eu dependesse daquilo mais que tudo e afobadamente deixei aquela garrafinha vazia em segundos.
Estranhamente me sentia muito melhor e tentei levantar, foi quando senti uma forte pontada em meu peito e me contorci de dor.

Hina e a Aldeia Perdida- A Fuga Dos ElementosOnde histórias criam vida. Descubra agora