Cap. 6: O Poço

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- Hey, Zac. Onde estamos? E o que foi aquilo? - falei enquanto sentava me escorando na parede de pedra úmida.

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Tínhamos caminhado alguns minutos. Eu estava mancando e Zac quase me arrastando. A dor ainda não havia sumido por completo mas entendia a urgência da situação então me "arrastava" sem reclamar.
Logo estávamos rodeados de árvores e Mato. O lugar que o soldados haviam me deixado era aberto e bem propício a ataques mas graças a Zac eu já estava longe do perigo. Ele estava me levando a algum lugar como se já conhecesse o caminho. O único problema é que aquele solo já não era mais seco e nem tão "simples" de se caminhar. Havia barro molhado e alguns troncos de árvores podres caídos no chão que me obrigavam a fazer um pouco mais de esforço.
A medida que caminhávamos por entre as árvores o bosque ia se fechando. Até parecia um amontoado de árvores normais, como em qualquer outro lugar. Até Owen tinha um bosque como aquele mas o que havia visto quando cheguei não era nada normal. Eram construções gigantes com formato retangular. Estavam emaranhadas com metais revelando grandes buracos e alguns até pela metade. O chão era de barro como um deserto de terra onde o vento levava de lá para cá todo o pó solto sobre o solo. Algumas construções pareciam apenas simples casas outras centros de comércio. Mas o que mais me chocou foi o estado em que tudo estava. Parecia uma grande cidade e abandonada a muito tempo.
Ao chegar ao que parecia ser o final do caminho demos de cara com uma grande parede rochosa e cheia de musgos como se a floresta estivesse encostada em um monte. Zac não parecia preocupado, simplesmente me largou perto de uma árvore e abaixou-se na frente do grande paredão perto de alguns arbustos que se escoravam na rocha.

- Hina, consegue engatinhar? - falou ele afastando o arbusto com as mãos já revelando uma pequena passagem.

-Acho que sim - respondi vacilante. Ele me olhou com expressão de preocupação como se visse em meus olhos o receio que tinha.

- Hina, depois que estivermos seguros eu te conto tudo, só peço que confie em mim, ok?

Seguimos por aquela entrada. Engatinhando por alguns minutos por aquele túnel estreito e aos poucos ele começava a se alargar deixando-me mais a vontade até que pude me colocar de pé novamente.
O túnel se tornara escuro assim que Zac largou os arbustos fazendo -os voltar pro lugar e esconder a passagem mas eu já via claridade ao fundo enquanto caminhava.
Zac vinha atrás de mim. Ouvi ele apertando o passo e logo estava do meu lado.
Senti sua mão esbarrar na minha e segura-la fortemente. Ele começou a andar mais rápido e de repente já estava me puxando tentando apurar meus passos.
O túnel terminava em uma caverna.
Nela havia um Lago subterrâneo. Sua água era incrivelmente azul cristal.
E no alto, além de grandes rochas bicudas que pendiam havia um pequeno buraco de onde vinha a luz natural do dia que tornava a água muito mais incrível.
Eu estava surpresa e não soube como reagir. Apenas olhava para tudo e em seguida para Zac, tentando entender ou formular uma frase, mas nada saía.

-Calma Hina. Vou te contar tudo, só descansa antes. Você ainda não tá 100%. Pode ficar tranquila, aqui estamos seguros.

Zac, ainda segurando minha mão, levou -me para um dos cantos da caverna. Seus olhos pareciam sinceros ao dizer aquelas palavras e eu não tinha motivo algum para desconfiar dele. Ele estava arriscando sua vida naquele lugar pra me ajudar e além de tudo havia deixado Noah para trás.

Sentamos escorados nas gélidas paredes e ele, largando minha mão, falou:

-Eu sei que está cansada. Se quiser usar meu colo como travesseiro...

Hina e a Aldeia Perdida- A Fuga Dos ElementosOnde histórias criam vida. Descubra agora