Sua Mata

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Em plena manhã, esperar um abraço e não recebê-lo
Machuca.
Sentir a respiração do vento e a raiva da tempestade,
Me identifico com ela,
Sozinha e fria.

Todos conseguem desfrutar dos seus bons sentimentos
E o aroma do seu carinho voa pelo ar.
Mas para mim, o botão desta flor se fechou,
Esta flor está podre,
Seu cheiro é de raiva e solidão.

Seu coração sádico me escolheu para sofrer.
A minha mente já se desmanchou uma vez,
Se despedaçou e eu enlouqueci completamente,
Porque meu desejo ultrapassou minha sanidade.

Então eu corri, atravessando a floresta do ódio,
Nadando pelo rio da tristeza,
Subindo na árvore do ego.

Sai da sua vida, da sua mata fechada.

Você veio atrás pois a floresta precisava ser controlada,
O rio precisava abaixar
E as árvores, serem podadas
Então eu vi pela primeira vez a cachoeira dos seus olhos,
E assim meu coração voltou a bater.

Porém você insiste no mesmo caminho
E eu não sei quanto tempo aguento nesta mata
Sabendo da outra índia que anda pelos campos do seu coração.

Eu sei que teme minha ida,
Eu sou seu equilíbrio, sua cabocla sagrada,
Mas não posso suportar.
Vou-me embora para a cidade...

Já que meu coração se tornou puro concreto.

Na Caneta da PoetisaOnde histórias criam vida. Descubra agora