Oh belo mar de sangue,
Como se formou?
Seria pelos farelos de carne
Da chibata que aqui estralou?
Ou pelo amontoado de corpos
Que um homem
Enquanto desenhava seu bigode,
Com gás formou?
Oh belo mar de sangue,
De que tu és capaz?
De afogar a virgem menina
Que não anda na rua em paz,
De socar o rosto da mulher
Casada com um capataz?
Oh belo mar de sangue,
Onde nasce e onde morre?
Nasce no berço do coração onde o sangue impuro corre,
E morre no túmulo do jovem preto
Onde as lágrimas da sua mãe Maria,
Ainda escorre.
Oh belo mar de sangue,
O que o senhor reflete?
As estrelas no céu perdido dos erros
Presentes nas bocas das nossas crianças como chiclete.
Oh belo mar de sangue,
Que peixes nadam por ai?
Os desejos perdidos de quem nunca Consegue sorrir,
As maldades repetidas por quem
Canta louvor, sem realmente
O sentir.
Oh belo mar de sangue,
Como são suas ondas?
Sujas por todo consumismo,
Pela embalagem que em muitos animais,
Dá sumiço?
Carregada da fumaça das matas queimadas,
Para o homem usar com tanto otimismo?
Oh belo mar de sangue,
Que mensagem vem pelas suas águas,
Escrita em uma pequena garrafa?
De dignidade o ser humano não tem nada,
Só se vê mulher sendo humilhada e massacrada.
Oh belo mar de sangue,
Por onde anda Iemanjá?
Chorando pelo seu filho que nas minhas água,
Veio pra se afogar.
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Na Caneta da Poetisa
Poetry"Porque a vida pode se resumir em poemas." *CÓPIA É CRIME*
