Minha Musa, Madrugada

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No começo de uma conversa
As duas da madrugada,
Onde contava a realidade controversa
De uma amizade abalada

Madrugada concordou comigo,
E pela primeira vez em semanas
Senti que de novo tinha um amigo.

Contava sobre a menina que morreu,
Aquela que viveu minha vida até ali,
Onde minha "eu" forte realmente nasceu,
Pra pisar na garganta de cada um que um dia me desmereceu.

Madrugada me elogiou,
Disse que essa tal de "eu", ela sempre admirou
E confessou, que sentia muito por tudo
Que a "eu" passou.

Contei para ela sobre o karma,
Pagar dívida para receber felicidade,
Madrugada sorriu com ingenuidade
E disse que me apoiaria com toda a nossa irmandade.

Logo chegamos na fé,
A única coisa que eu tinha naquele momento,
Além do meu lamento,
E quanto mais a conversa evoluia, mais ganhava enriquecimento.

Madrugada disse que sua fé estava abalada,
Eu disse para ela não ficar chateada
A fé nunca se é calada,
Sempre pode dormir no seu berço, amada.

Recebi uma mensagem que dizia
"Você é poeta ou corna? Só fala de traição"
Isso chocou meu coração,
Mas respondi logo um "não"

Sou poetisa sim,
Fato é que já passei por muita coisa ruim,
Que não preciso de um sorriso no rosto,
Ou de te dar palavras e histórias bonitas,
Só para agradar o seu gosto.

Voltei a conversa com Madrugada,
E falamos sobre o amadurecimento
Pelo sofrimento,
E o quanto vale cada sentimento.

Vivendo a vida por momento,
A montanha russa estando no alto ou no baixo,
Tudo serve para o seu próprio refinamento.

E lamento,
Que nem todos aprendam
Com seu próprio tormento.

Tudo é questão de tempo,
E deixar a dor ser levada pelo vento.
A transformando e aprendendo.

Olhei fixo pela janela e vi,
Claro como o Sol que iluminaria o próximo dia,
Madrugada, minha linda amiga fria.

Na Caneta da PoetisaOnde histórias criam vida. Descubra agora