Red - Imagine Chanyeol

E: Sozinha

Red

"Ela começou
Estou enviando um sinal de perigo de dentro."
– Monster, EXO.

Acordei com certo custo, estava cansada e minhas pernas formigavam como nunca. Minha cabeça não doía mas eu sentia uma sede infernal e meu estômago revirava. Sentei na cama e estranhei, onde eu...?

– Puta que pariu...! – Tampei minha boca ao recordar o que havia acontecido ontem. – Como eu fui me meter numa dessas?!

Não gostava da ideia de ter que me acostumar a ter uma surpresa a cada vez que acordava.

Eu dormi na casa de Kim Junmyeon, fato, as louças caras do banheiro confirmavam por si só. Tirei e dobrei a fantasia, deixando-a ao lado da muda de roupa, que encontrei no banco que ficava no pé da cama, e entrei no box sem demora. Pensar que isso ou o que aconteceu ontem foi um sonho só poderia ser piada, tudo aconteceu, tudo.

Coloquei meu rosto sob a ducha forte ao lembrar-me de Chanyeol.

A escola não seria mais a mesma a partir de agora, minha rotina estava se despedaçando diante dos meus olhos e seria ingenuidade demais da minha parte dizer que não, que Park, diretamente e indiretamente, não cagou grande parte do que eu tinha. Seria ele meu karma? Muito provável que sim, mas como Suho havia dito, faltavam menos de 60 dias para eu me livrar desse ruivo babaca.

Perguntava-me como estaria Yoonji agora, esperava que bem e que nossa pequena discussão não afetasse nossa amizade. Ela era minha melhor amiga, eu não poderia perdê-la. Meu peito doía só de me imaginar afastada da baixinha de cabelo chanel, se eu não estivesse tão exausta, acreditava que eu me permitiria chorar por medo de isso acontecer.

Fazia algum tempo desde que eu encarava um azulejo específico, afogada em pensamentos, por isso tratei de me lavar rapidamente e deixar o cômodo agora úmido e cheio de vapor.

As roupas eram simples e aparentemente serviam em mim mesmo que ficassem largas. Blusa de algodão e bermuda de moletom, ambos em tons escuros. Fiquei incomodada com o fato de estar sem roupas íntimas, o bico de meus seios marcava levemente o tecido e eu não tinha com o que tampá-los. Suho não era nenhum santo e eu tinha receio de ele tentar alguma coisa sabendo que eu estou vestida com "pouca roupa".

Segundo meu celular, nada de aula hoje. Já era por volta das dez da manhã e meu estômago roncava com uma selvageria absurda. Eu precisava armar um jeito de chegar em casa sem que minha mãe e as vizinhas fofoqueiras me vissem chegando com essa roupa e com a fantasia numa sacola de papelão.

Bufei e tirei o turbante, colocando a toalha na maçaneta do banheiro e rumei até a cozinha.

– Bom dia, chapéu. – Sorriu rapidamente e voltou sua atenção para o celular em sua mão.

– Sério que você vai me chamar assim? Que saco. – Sentei-me a sua frente na mesa retangular. – Bom dia, Junmyeon.

Apesar de ser um dos mais responsáveis do grupo, Suho gostava de implicar com os outros num ato de pura diversão, demonstrando ser um pouco mimado e egocêntrico. Não o julgava. Todo mundo tem um lado ruim mesmo, o errado é se fingir de burro e não assumir suas verdadeiras faces.

– Pode se servir à vontade, eu vi que você gosta bastante de comer. – Pousou o celular na mesa e me encarou. – Com ressaca?

– Não, mas eu preciso forrar meu estômago. – Peguei uma louça e enchi com pãezinhos, uvas e bolo de côco. Um pouco de café foi colocado numa caneca por ele, agradeci. – Sinto como se um buraco fosse se formar na minha barriga a qualquer momento.