O: Equilíbrio

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Red

"Eu sou a sua antinomia

Sou uma parte da sua existência (Como fazemos?)

– Monster, EXO.

Um zunido distante me trouxe de volta a consciência, irritante e doloroso. Espremi meus olhos quando me deparei com a claridade do cômodo, onde eu estava? Meu corpo doía, principalmente minhas costas e minha cabeça, tanto que levantei o tronco com certa dificuldade.

– Que bom que acordou. – O som de sua voz vibrou em meus ouvidos. Perdi completamente o ar assim que encarei seus olhos. – Sabia que você era forte mas não imaginei que sobreviveria dessa vez, pequena. – Sorriu.

– Chanyeol... – Custei muito para conseguir dizer seu nome, me sentia muito fraca.

– Eu não entendo como um corpo extremamente frágil foi capaz de suportar tamanho sofrimento. O que te move? Orgulho? Paixão? Amor? – Bastou dizer essa palavra para que meu coração travasse. Ele riu. – Então é isso... – Tamborilou seus dedos em uma das coxas e veio até mim.

Chanyeol agachou-se calmamente ao meu lado da cama, e me encarou, suas íris negras cintilavam.

– Você me ama, pequena? – Disse de forma ponderada, como se debochasse de mim e risse internamente disso já sabendo a resposta.

Eu tinha vergonha de mim mesma. Vergonha de não ser capaz de esconder meus sentimentos de Chanyeol e, principalmente,  vergonha de sentir algo tão puro por alguém que não dava a mínima.

Comprimi meus lábios, sentindo uma única lágrimas escorrer de minha bochecha esquerda até cair. Doía muito. Eu o encarava como se visse minha própria morte, já fora do corpo, visualizando claramente os detalhes daquele fim, o meu fim.

Em outras palavras, ele era o meu fim da linha.

A maldita linha que me ligava a Chanyeol era vermelha, da cor de seus fios, da cor de meu sangue, da cor de minhas lágrimas. Tal linha que entranhava-se em cada pedaço de mim, suturada delicadamente, deixando gotas vívidas que mais tarde secariam a cada ponto feito. Era meu destino estar conectada a ele, soube disso assim que seus lábios foram selados aos meus.

Fechei meus olhos lentamente, absorvendo mais daquele toque tão tênue.

Não era um sonho, eu sentia minhas costelas me perfurarem e minha cabeça doendo como se estivesse rachada. Eu só queria entender como ele conseguia fazer isso comigo.

Chanyeol tornou o beijo mais intenso, mesmo se mostrando muito delicado, e foi me deitando no colchão macio com toda a calma do mundo. Arfei com o atrito das minhas costas com o colchão. Sua mão direita alcançou meu rosto, fazendo um carinho ali, e em seguida pegando minha mão e entrelaçando nossos dedos.

Eu já estava esperando o golpe final, não havia razão para ele estar sendo tão cuidadoso sem que fosse me surpreender – negativamente – no final.

A vontade que eu tinha de tocá-lo era enorme mas eu mal conseguia me mexer, pois isso me contentei com o calor de sua mão na minha. Retribuir o beijo também não estava sendo a mais fácil das tarefas, Chanyeol estava sendo muito terno e isso me inquietava ao mesmo tempo que me derretia.

E como esperado, o primeiro golpe veio.

Assim que ele alcançou minha cintura com a outra mão livre e traçou um caminho até a parte posterior da minha coxa, apertando-a, o som de meus ossos quebrando no peito me fez arregalar os olhos e arfar sôfrega.

Red - Imagine ChanyeolOnde histórias criam vida. Descubra agora