Parents

Encarando

Josh entrou em seu quarto seguido de Noah, que observava cada detalhe enquanto o loiro fechava a porta. Era um quarto relativamente grande, e estava bem arrumado para alguém que acabara de se mudar.

Todas as paredes eram brancas e o chão com azulejos da mesma cor. Ao lado da porta pela qual os garotos entraram havia um armário preto com portas de correr. No centro estava uma cama de casal coberta por uma colcha também preta. Na outra parede tinha estantes brancas com alguns enfeites. Em frente à cama estava a escrivaninha de Josh, com um computador a algumas canetas em cima. Ao lado havia uma porta que Noah presumiu ser a do banheiro, já que estava fechada. 

—Seu quarto é bem bonito. Arrumou tudo sozinho? — O moreno perguntou, enquanto Josh pegava algumas roupas no armário.

—Sim, fiz tudo hoje. — Ele se vira para o americano, colocando as roupas em cima da cama. — Acontece quando você não conhece ninguém na cidade.

—Ei! Você me conhece. — Noah faz uma expressão falsa de ofensa.

—Mas eu não salvei seu número, então não adianta de muita coisa. Pelo menos até você me chamar no meio da noite para ir em uma festa aleatória. — Josh abre um sorriso, o que faz Noah retribuir e encarar seus olhos.

Josh tinha traços parecidos com os de Sina. Noah nunca havia se apaixonado por ninguém, então ele não sabia qual era a sensação. O moreno pensa que não está pronto para isso, porque se ele estivesse, com certeza teria se apaixonado por Sina. Ela faz o tipo do garoto, mas falta algo.

—Não seja por isso! Me passa o seu celular para eu anotar.

Josh desbloqueia o aparelho e entrega para Noah. Enquanto o moreno digita seu número, Beauchamp começa a se trocar. O americano acaba sua função no celular do seu novo amigo, mas quando vai devolver o aparelho para o mesmo, acaba paralisando.

—O que foi? — Josh pergunta com um sorriso bobo nos seus lábios, enquanto fechava a calça skinny preta que acabara de colocar.

—Nada. — Noah engoliu em seco. — Só não sabia que você malhava.

O moreno coloca o aparelho em cima da escrivaninha de Josh, tentando não olhá-lo. Ele tinha sentido algo diferente quando fez isso. Para se sincero, Noah vinha se sentido diferente desde o dia anterior, quando conheceu Josh. Mas ele afirmava que era apenas nervosismo pelo último ano na escola.

—Eu não malho, na verdade. — Josh coloca uma blusa branca, fazendo com que Noah se virasse novamente. — Eu danço.

—Sério? Que legal! — Noah sorri, um sorriso sincero que contagia Josh e ele acaba fazendo o mesmo. O loiro sempre sofreu bullying por causa de sua paixão pela dança, e achar alguém que não o julgava por isso, pelo contrário, o apoiava, era maravilhoso. — Eu sempre quis dançar, mas sou péssimo nisso. Por isso fico só no canto.

—Um dia você vai ter que cantar para mim, Urrea.

—E você vai dançar para mim, Beauchamp.

Os dois se encaravam profundamente, sem falar nada. O silêncio não era constrangedor, e sim confortável. Era só os dois observando os detalhes um dos outros, tentando procurar algum defeito e falhando.

—Noah, andalo! Vamos chegar atrasados por causa de vocês.

Os dois escutaram uma Sabina brava do outro lado da porta e acabaram rindo. Josh acabou de se arrumar rapidamente e os três logo estavam no carro de Noah.

—Sorte sua, Josh — Sabina começou a falar, enquanto se esticava no banco traseiro. — que eu gosto muito de vir aqui atrás. Porque senão você estaria fu...

—Sabina! Mais educação, por favor. Esqueceu que ele é o convidado? — Noah começou a brigar com a mexicana, enquanto Josh apenas ria ao seu lado.

—'Tá tudo bem, ela é muito engraçada. Gostei de você, Sabina.

—Chupa, Noah! Obrigada Josh, também gostei de você. — Sabina pisca para o canadense, que retribuí a piscada.

—Chegamos! — Noah estaciona o carro em frente à uma grande casa, da onde saíam luzes coloridas e uma música muito alta.

—'Tá tocando CNCO! Vamos logo! — Sabina sai animada do carro, com os garotos logo atrás dela. A mexicana toca a campainha e um garoto alto e moreno logo abre a porta.

—Mamacita, que bom que veio. — O garoto agarrou a morena pela cintura e deu um selinho demorado. — Vejo que trouxe seus amigos.

—Pepe, esses são o Noah e o Josh. Noah e Josh, esse é o Pepe.

Os garotos se cumprimentaram e logo todos estavam dentro da festa. Sabina estava junto com Pepe e alguns amigos do garoto, que a mexicana já conhecia. Noah e Josh estavam parados perto de um sofá conversando, até que uma garota loira se aproximou de Josh, sussurrando em seu ouvido.

Josh olha para Noah como se pedisse licença, e o garoto logo assente, indo procurar um lugar para achar bebidas. Enquanto isso, Josh foi junto com a garota até um grupinho de jovens que estava em um canto.

—Galera, esse é o Josh. O canadense que eu falei pra vocês. — Todos falam 'oi' para Josh, que retribui.

—Espera, como você sabe quem eu sou? Eu nem seu nome.

—Eu sou a Sofya, prazer. — A garota estende a mão para Josh, que a aperta. — Seus pais vão trabalhar na empresa dos meus tios, então me falaram sobre você e como eu poderia ajudar você a se enturmar.

—É, a gente percebeu que você 'tá com o Noah e a Sabina. Além disso, eu sou o Krystian.

—Oi Krystian. Sim, eu 'tô com eles, vocês se conhecem?

—Nós somos da mesma turma de matemática. — Uma garota cacheada fala, enquanto faz uma cara de nojo. — Eu odeio essa matéria!

—E quem gosta? — Josh ri, fazendo os outros o acompanharem.

—Enfim, a gente se fala as vezes, mas não somos tão amigos por causa do pai dele.

—Entendi. Mas me falem, quais são os nomes de vocês?

—Em ordem — Sofya começa a falar, apontando para cada um. — Hina, Krystian, Shivani, Any e eu, Sofya.

—Vou tentar decorar todos os nomes. — Todos riem.

Alguns minutos depois todos estavam na pista de dança. Noah estava junto com Sabina e seus amigos, enquanto Josh estava com os garotos que conhecera a pouco. Noah havia apenas bebido refrigerantes, enquanto Josh já se encontrava um pouco alterado. Noah não havia nem pensado em ficar com alguém, enquanto Josh já tinha passando pela boca de algumas pessoas.

E não foi diferente com Any. A garota havia chamado sua atenção desde o começo da festa, quando se conheceram. E lá estavam eles, no meio da pista de dança, se beijando. Não era incomodo para ninguém, já que havia vários outros casais da mesma forma.

Josh já havia se apaixonado, apenas uma vez. Quando tinha quinze anos, por uma garota chamada Dytto. Mas ela quebrara seu coração, e foi assim que sua vida começou a se tornar um inferno. Desde esse acontecimento, Josh começou a ficar com pessoas sem se apegar. Não era uma regra, ele poderia se apaixonar. Só nunca havia acontecido de novo.

No meio do beijo com a morena Josh fez uma coisa que ele se perguntaria até hoje o porquê. O loiro abriu os olhos procurando por Noah, o achando agarrado com Hina. Para a surpresa de Josh, Noah também abriu os olhos, indo de encontro aos seus. E assim eles ficaram até o final dos beijos, se encarando.