Alfa dos Ratos Licantropos, O Sangue Esmeralda, Clyde Chervron, o Rei dos Ratos... chame como quiser, sou um homem simples e tive uma infância tranquila, assim como todo mundo. Pais assassinados por cães do império, capturado e usado em experimentos com veneno de naga hehe... Espera... sua infância não foi essa maravilha? Acho que sou mesmo muito sortudo hehe. A febre, as enormes agulhas perfurando minha carne como presas, e as severas chibatadas que faziam de minhas costas cascatas rubras... não eram nada comparado com a intensa agonia diária de minhas veias queimando por dentro... Doce infância não é mesmo?
Todos os dias eu era visitado em meus pomposos aposentos, aquela cela suja e enferrujada, por alquimista chefe carregando uma adaga adornada, ele comandava os experimentos, nunca vi seu rosto, era coberto por um tipo de máscara estranha, mas era ele o responsável por manchar o chão com meu sangue, hora usava um chicote com espinho, hora usava sua adaga, seu instrumento favorito era, indubitavelmente, sua preciosa adaga, da qual tinha sede insaciável do liquido rubro que escorria de minhas feridas. A cada quatro meses adicionavam uma gota do poderoso veneno em meu sangue, seria a única forma de meu corpo suportar o constante tormento que deixava minha veias em chamas...
Sobrevivi esse inferno por dois anos, até que chegara o dia... outra gota de agonia seria adicionada a minha míseravel vida... Doparam-me e deitei na mesa de pedra para o procedimento, mas o que eles não tinham conhecimento, é que meu organismo aos poucos estava se acostumando com aquilo, o composto que usavam para me adormecer já era inútil e eu fingi estar desacordado, quando o alquimista chefe virou-se tomei sua adaga e enterrei em seu pescoço, puxei a adaga cortando minha mão, escorrendo pela lâmina aquele sangue infectado e desferi cortes nos alquimistas restantes, então corri, os homens máscarados não conseguiam me acompanhar, o veneno que corria em suas veias começava a fazer efeito, e eles caiam ao chão pálidos e com veias esmeralda pulsando em suas peles. O ferimento em minha mão ardia feito brasas, apertava forte para diminuir a dor, enquanto o líquido espesso e carmesim, escorria como gotas caindo no chão do reino. Atrai olhares de todo tipo, pena nos olhos assustados daqueles que tinham o desejo de ajudar, mas medo de serem mortos pelos cães do império, nojo nos olhos senhores dourados, nobres com suas vestimentas caras e narizes empinados. Corri até adentrar a floresta, um ambiente inóspito, porém muito mais aconchegante que aquele calabouço infernal... Enquanto corria olhando pra trás, esbarrei em um cara alto, vestia chapéu e um pano cobria seu rosto, atrás dele um garoto com cabelos castanho claro, aquele olhar esmeralda, penetrante, bem pálido e sua boca estava meio aberta pela surpresa, o que me permitiu ver duas enormes presas, como a de uma serpente, ele parecia confuso em ter um garoto maltrapilho, roupas manchadas de sangue, e uma face assustada diante dele. O misterioso homem, se abaxou, removendo o pano de seu rosto, viu meu estado e perguntou se eu estava perdido e estendeu a mão para mim questionando meu nome, e o respondi baixo com olhar perdido "Clyde... Clyde Chervron...", e ele se apresentou como Alboreus North. Contei a North sobre os experimentos e o sangue infetado que eu carregava. Ele tratou de meus ferimentos, e me acolheu, me contou sobre o cruel mundo, como ele era digamos... venenoso. Nos meses que se seguiram, minha ligação se fortaleceu com Alboreus e o garoto chamado Landriel. Descobri que Alboreus era um vigarista dos grandes, aplicava golpes, pequenos roubos, e até mesmo por vezes cortava algumas gargantas por algumas peças de ouro. North me disse uma frase que ficou marcada em mim "Você não deve nada ao mundo garoto, então se ele lhe der alguma coisa, pegue e saia correndo". Hoje comando uma guilda de ratos licantropos, os ratos são o terror de inumeros reinos hehe... como formei a guilda e influenciei a queda de muitos reinos? Isso ja é outra história. Me pergunto onde foram parar o velho Alboreus e Landriel, hehe...(Ladino, Humano Mutante)