VINTE

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Cheiro de algo queimando, meus olhos se abrem minha cabeça doía muito a primeira coisa que vi foi Branddon. Ele estava no chão, a cabeça escorria sangue e as roupas estavam queimadas. Eu olhei para cima e vi uma garota que parecia estar possuída, qualquer um tomaria um susto mas eu a olhei com tédio.

-Essa aqui acordou patrão-a garota siliba como uma cobra, alguém me puxa pelo braço eu não estava mais na floresta, estava cheio de corpos, milhões parecia aquele tipo de lugar que um se esfregava um no outro no inferno. Meus olhos estavam fracos e minha respiração lenta, onde eu estava afinal?!

Um cara de terno. Caio. Estava fumando cigarro com cara de tédio quando me viu seus olhos se iluminaram.

-Letícia-ele me salta formalmente, mas com algo a mais no olhar.

-Caio? Este é mesmo seu nome?-pergunto zombeteira eu queria sair logo dali.

-Sim. Não gostou? -ele vira a cabeça para um lado me olhando curioso-você parece péssima.

-Obrigada-eu reviro os olhos, ele está tão próximo quanto Branddon.

-Um dia irei fode-lá na frente do seu namoradinho, e você não revirara os olhos.

-Esperarei este dia.

Caio vai embora e a garota me joga no chão ao lado de Branddon. Ele me olhava curioso.

-O que foi?-pergunto aborrecida por ele me olhar daquele jeito. Um jeito mais íntimo.

-Nada-ele desvia o olhar, estávamos encostados um no outro eu olhei para seu seu terno. E depois para mim mesma meu vestido branco estava sumo e eu estava descalça, meus pés estão pretos e estou suada nada sexy.

-Onde estava?-pergunto num sussurro e olho curiosa para as algemas pressas na minha mão, pressa junto a de Branddon.

-Eu poderia perguntar o mesmo.

-Caminhando.

-Sei...-ele desvia o olhar-caminhando.

-Como foi o seus assuntos-ignoro seu tom zombeteiro, não quero brigar com ele mas minha paciência está curta.

-Ótimo.

-Ta.

-Ta.

-Ta-eu digo mais grossa do que gostaria mas ele não prece ligar.

Olho para as algemas novamente, estava na hora de eu lutar. Passo os dedos envolta do aço metálico, que dá pequenos choques. Passo a unha onde devia estar a chave da liberdade, aperto o fecho forte até meus dedos ficarem brancos e eu ouvir um craque. A algema se abre, Branddon me olha chocado eu conduzo seus dedos e faço-o apertar o fecho que se abre facilmente.

-Denada-resmungo olhando envolta, Branddon derruba três guardas e pegamos as armas e um molho de chaves.

Corremos em direção a floresta,já tinha anoitecido. O cheiro de fumaça não estava muito longe, tinha um pouco de noveiro as árvores estavam retorcidos e agradeci por Branddon estar do meu lado.

Minhas pernas começaram a doer, e parei para ter fôlego Branddon tão calma que invejei ele.

-Eu preciso descansar-digo recuperando o fôlego, estávamos correndo por longos minutos.

-Descanse quando estivermos longe-ele resmunga.

Eu o olho irritada. Já tinha passado do meu limite, eu quis chorar, arrebentar a cara dele, quem ele pensava que é para falar tão grosso comigo? O que eu fiz para todos me odiarem? Pelo jeito só de existir já foi um crime. Me senti muito furiosa e tenho certeza que Branddon viu a ira subindo pelos meus olhos, minhas mãos apertavam o vestido com força e minha vista estava embaçada pelas lágrimas que eu não atrevia chorar. Não na frente dele. Nunca.

Eu me virei irritada e sai correndo, não aguentava mais ele. Não aguentava mais ninguém. Porque todos tinham que ser tão cruéis?! Eu gostaria de ter morrido já no dia do meu Nascimento. Ou melhor, meus país nunca terem se separados fui muito doloroso aquela época tinha manifestação por causa dos presidentes, preconceitos, roubos, assassinatos, estupros e eu tenho que lidar com o mal humor de Branddon?!

Eu paro ofegante caindo no chão, as lágrimas começam a sair dos meus olhos eu já não aguentava mais nada. Não achava mais razão para viver, não conseguia me manter bem. Não conseguia lidar com Branddon, Aryane essas pessoas que me julgam e me desprezam eu gostaria de desligar tudo. Partir, se um dia fui feliz não lembro mais ou foi a muito tempo. Agora era só dor, sofrimento e coisas ruins acontecendo. As lágrimas desceram com mais força ao lembrar da minha família, eu devia ter ignorado Branddon, eu devia ter sido mais uma adolescente despreocupada e irritante que faz drama porque os pais se separam. Mais não.

Eu fui forte, não por mim mas pela esperança de um dia fugir daquilo agora que fugi quero voltar, mais não posso porque sei que estou errado. Não aguento mais viver, não aguento mais essas mortes, preconceitos, tudo o que Aryane está fazendo. 

Eu gostaria de poder ir para casa, deitar na cama ver o pôr do sol com as minhas amigas novamente e rir novamente, nem lembro do próprio som da minha risada se alguém quer me ver sofrer esta conseguindo. Se quer ver eu um lixo está conseguindo. Talvez Deus queira me punir por ser uma vaca mentirosa e burra. Por que eu me julgo assim e se pudesse eu pularia de um penhasco mas queria abraçar Annebeth novamente, minha melhor amiga na qual eu não via a séculos .

Eu gostaria de ouvir a voz dela falando se eu morresse ela morreria também, e sei que ela contaria os próprios pulsos por mim amizades como essa não se tem todo dia e eu a ignorara. Como eu sou...horrível.

Eu mereço morrer, mas também quero viver quero ter filhos, carrega-los nos braço, sentir seu cheirinho, se sentir amada, protegida, ser uma boa psicóloga, uma boa esposa, sentir a natureza, poder ajudar as pessoas doentes... eu me odeio.

E agora eu decido lutar. Eu estou sofrendo inconsequente, mas eu mereço viver. Mas agora eu vou lutar. Eles que se preparem.

Tempestades no invernoOnde histórias criam vida. Descubra agora