Eu entrei no escritório do papai carregando com cuidado a xícara de capuccino.
Ele era o rei, a pessoa que dava a palavra final, aquele que levou a nossa sociedade a paz e justiça, não sozinho, longe disso, meus outros pais tiveram papéis importantes naquele cenário, principalmente meu pai Can, contudo pai Tin foi quem respondeu por tudo aquilo.
E ele fez bem, por isso eu concordava com a decisão final de nos mudarmos de vez para uma ilha tão remota. Meus pais se dedicaram vinte anos a OMMP, chegara a hora de seguir em frente. Eu queria minha família vivendo apenas para ela mesma e sabia que podia ser um pouco de egoísmo da minha parte, mas era o que sentia no âmago do meu ser.
Meu pai olhava a janela com as mãos nos bolsos e semblante pensativo. Várias vezes eu encontrava sua majestade naquela posição e sorri pequeno, afinal aquele era meu pai e rei, uma pessoa genial, com forte propósito, um pai de família exemplar no que era preciso ser, contudo uma pessoa que não queria mais carregar a coroa que tinha sobre a cabeça.
E eu o ajudaria no que fosse necessário, para sempre.
Parei ao lado dele e lhe estendi a xícara vendo finalmente o que ele via. Nosso mordomo, Kyungsoo entrando no carro enquanto Nessie fazia o mesmo no banco de trás com óculos escuros e aparentemente nervosa.
Eu sabia o porquê.
— Vai tarde - Meu pai resmungou pegando a xícara da minha mão e bebericando – Hummmm está ótimo, como sempre.
— O melhor para o meu rei.
Disse um pouco divertida enquanto o carro saia do pátio em direção a estrada ao longe que levava a rodovia e pôr fim, a Paris.
— Os maridos do Soo vão ficar chateados por ele ter sido o chofer dela.
— Era isso ou Nessie poderia não chegar viva no aeroporto – Meu pai continuou olhando para a janela com um sorriso mal – Ve quer só mandar alguns pedaços dela de volta para casa.
— E você deixaria – Não era uma pergunta, eu conhecia meu pai, ele riu baixo – Papai, acho que de fato deveríamos adiantar a mudança, vocês estão ficando incontroláveis...
— Por isso você está aqui, meu amor, para vigiar seu pobre pai - Ele me olhou e então riu mais alto – Relaxe, ela vai chegar viva na floresta dela.
— Que bom, vamos evitar maiores problemas.
— Maria, meu amor, você deveria pensar sobre a coroa.
— Obrigada, mas não. Eu estarei onde meu rei estiver. Nem uma milha a mais – Suspirei e deitei minha cabeça no ombro dele – Ainda está se debatendo sobre esse assunto?
— Que mais tenho a fazer senão encontrar alguém para ficar com essa coroa?
Eu suspirei, na verdade eu vinha me debruçando sobre aquele assunto tal qual meu pai fazia e tinha encontrado uma resposta aquela tarde, contudo não sabia como ele veria minha proposta. Ela seria no mínimo polêmica e na mais horrível das possibilidades, insanidade.
— Papai, eu tenho um nome - Tin se virou e me olhou nos olhos com seriedade e atenção. E esperou, me dando a oportunidade que quase ninguém teria. Eu coloquei uma mecha dos meus cabelos volumosos atrás da orelha e disse apenas um nome – Azaléa.
Por alguns segundos fez-se um silêncio profundo entre nós e até mesmo fora daquele escritório. Aza era a esposa de uma das flores machos, tio Ren e mãe de Isa, Dora e Joshua. Ela tinha se tornado a primeira guardiã da OMMP depois de mais de dois séculos sem mulheres na guarda. Ela era sábia, ponderada, inteligente e forte.

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Irmãs Phiravich
FanficAté onde você é capaz de ir para conseguir o que quer? Para essas garotas, o céu era o limite e como o sangue é mais espesso que a água, elas iam provar que não era filhas do maior rei que a OMMP já viu, atoa. No mundo dos pets e donos, um comum é u...