Capítulo 03

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Esse italiano.. hum... eu não sei não viu!! Me desculpem se houver erros e vamos lá!!

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Augusto Nardelli

Fogo. Quente. Morte. Gritos. Dor. Inferno!

Acordo com a mesma sensação terrível de todos os dias fodidos. Afasto os lençóis encharcados de suor e levanto pulando da cama, tateio o criado mudo a procura do meu cigarro. Assim que encontro o maço e o isqueiro sigo para a varanda do meu apartamento, mesmo vestindo somente uma cueca boxer. Tento controlar o tremor das minhas mãos para conseguir acender a porcaria do meu cigarro, mas falho algumas vezes. Soltou um suspiro irritado e tento novamente até que finalmente consigo controlar a chama na ponta do cigarro. Puxo a fumaça para dentro dos meus pulmões, fazendo meu corpo relaxar imediatamente. Isso é uma merda! Tudo isso é uma verdadeira merda, já se passaram tantos anos e eu continuo tendo o mesmo pesadelo. De novo, de novo e de novo.

É como a porcaria de um ciclo vicioso cheio de coisas fodidas, onde eu tenho certeza que nunca vão parar de acontecer. Vai ser sempre assim, e eu já deveria ter me acostumado, mas porra se não é difícil demais. Mas eu sei o que é isso, eu sei o que é esse sentimento. É a simples e inevitável culpa. Sim porra! A culpa que sinto é tão densa que me destrói a cada dia, eu não consigo parar esse sentimento, não tem como parar. Foi minha culpa que perdi as pessoas mais importantes para mim, se eu pudesse voltar no tempo eu iria fazer tudo diferente. Foda-se aquelas pessoas que dizem que se pudesse voltar, faria tudo de novo. Eu não! Eu não sou essas pessoas, eu sou diferente disso, eu sou um homem assombrado por suas escolhas ruins e eu faria diferente sim.

Uma brisa fria faz os pelos do meu corpo se arrepiarem e eu solto um bufo cheio de fumaça densa do meu cigarro. Ignoro totalmente o frio e continuo na minha maré de ressentimentos, eu ainda tenho alguns minutos antes de enfrentar mais um dia de trabalho. Por isso eu fico no meu canto, aproveitando o meu cigarro rezando para morrer de câncer de pulmão ou garganta. Dou uma risada rouca com o meu pensamento, por que eu sou um verdadeiro infeliz por pensar em uma loucura dessas. Eu tenho muito trabalho para fazer, não posso pensar em mortes, principalmente se essa morte for a minha. Eu decidi, desde o momento, que havia perdido minha família que minha vida seria voltada a caça e extermínios dessas organizações criminosas e é isso que vou fazer.

- Olá, você está bem? - Me assusto com uma voz atrás de mim.

- Oh, olá! - Viro minha cabeça brevemente para ver o pequeno barman que trouxe ontem para casa.

- Você levantou correndo da cama, fiquei preocupado. - Ele disse coçando a nuca sem jeito.

- Não, não se preocupe. Estou bem, só vim para um cigarro. - Falei de modo sério balançando o cigarro entre meus dedos.

- Posso ver. - Ele disse dando um sorriso sem graça.

- Desculpe, mas eu não lembro seu nome. Como se chama mesmo? - Perguntei tentando não soar ignorante.

- Tudo bem, eu imaginei que você não lembraria meu nome. - Ele disse dando de ombros e eu cerro os olhos.

- Por que você diz isso? - Pergunto ainda concentrado na sua linha de expressão.

- Isso é muito simples. - O garoto deu uma risada sem graça. - Você não havia me perguntado e para falar a verdade nem eu perguntei o seu. - Ele deu de ombros e eu assenti voltando a olhar para frente.

- Você aceita? - Perguntei mostrando o maço de cigarros e ele faz um som esquisito com a boca.

- Essa porcaria faz mal à saúde. - Ele disse com um tom de voz de julgamento e eu dei de ombros.

RENDENDO-ME AS SUAS PROVOCAÇÕES - Spin-off da Série Irmãos Aandreozzi DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora