Cap 9. Resposta para a mulher com quem eu ainda quero dançar.

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   Hey! Quanto tempo... Como você está? Que bom que gostou da propaganda, no fim, você tinha razão, o azul mesclado ao laranja vestia bem a modelo... Confesso que me surpreendi com a sua carta, principalmente por termos terminado de maneira tão sensível, porque ambas estávamos à flor da pele.

  Eu esperei por tanto tempo ouvir dos teus lábios que você me amava... Sabe, eu também te amei, te amei a ponto de me esquecer de que um dueto não se faz em um solo, durante o nosso relacionamento, eu ignorei em vários momentos que precisávamos dançar como uma dupla, como parceiras e eu só segui dançando como se não houvesse amanhã e um dia, não houve mesmo.

  Malu, a culpa não foi só sua, não se desculpe, nós duas tentamos o nosso melhor para fazer funcionar, mas estávamos em pistas distintas, estávamos dançando em ritmos e compassos diferentes, usando cada uma um fone de ouvido separado, ouvindo cada uma, sua própria música.

  Nosso tempo só foi desencontrado, quisera eu que tivesse sido de outra maneira, mas não adianta se lamentar pelo que passou ou pelo que não passou, precisamos focar sempre no agora, em estar e se fazer presente. Do passado, nós só podemos levar a memória e o aprendizado e do futuro, bom, ele ainda não existe, a ele só podemos dedicar nossos sonhos e desejos, porque é no presente que se encontram as reais possibilidades. Sabe, nós fomos presente quando nos permitimos ser e fomos futuro quando um dia sonhamos os mesmos sonhos... Eu não quero me tornar passado... Não com você.

  Calma... Isso pareceu um pouco dramático, eu sei... Me deixa reformular, eu fiquei feliz de você me mandar uma carta, nela você me disse coisas lindas, mas de certa forma, você se culpou pelo nosso fim e a culpa não foi só sua, éramos uma dupla, pelo menos, até nós deixarmos de ser. Foi real enquanto durou, mas não adianta chorar e reclamar do que passou, afinal, o tempo não caminha para trás... Do futuro, nós não temos como saber, porém podemos sonhar, desejar e eu desejo poder voltar a fazer parte da sua vida, não como sua garota, mas podemos seguir sendo parceiras de guerra, como um dia nós quisemos ser.

  Então... Me liga? Podemos marcar de tomar um suco... Sem cobranças, sem passado e sem futuro, só o presente. Eu e você dividindo talvez pela primeira vez a mesma pista de dança, sem passos certos ou errados, bora só nos mexer, sair lugar. Topa?

  Acho que é isso... Eu vou te esperar.

  Abraço da menina que quer te ver dançar, Nara.

Sobre nós: Cartas para as mulheres que amei. (Esconderijo- a série.)Onde histórias criam vida. Descubra agora