Quando eu escrevi todas aquelas cartas, eu não sabia se teria alguma resposta, não das pessoas para as quais eu mandei e muito menos, de mim para comigo mesma... Mas a verdade é que a cada carta que eu escrevia para alguém, mais eu descobria sobre mim mesma...
Foram tantos sentimentos descobertos e à flor da pele, tantas cicatrizes, tantos lugares que eu revisitei... Não é fácil se desnudar e se entregar tão completamente a algo ou a alguém, porém mais difícil do que se deixar ver a partir dos olhos dos outros, é se deixar ver nu por detrás de seus próprios olhos...
Foram tantas falhas e tantos acertos, algumas vezes fui egoísta demais, outras vezes, madura demais... Por vezes medrosa e quase infantil, inconsequente ou mediana... No entanto, minha mãe estava certa ao dizer que nunca existiu uma receita para nos ensinar a viver de verdade... Só se vive acertando e errando, só se vive tentando...
Vovó, você tem razão, o meu quadro mais bonito, não precisa ser perfeito, precisa ser real e nele eu pinto com tons misturados, pois hoje eu entendo afinal, que o amor é movimento, se fazendo com a mescla de cores e tempo.
Fim.
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Sobre nós: Cartas para as mulheres que amei. (Esconderijo- a série.)
Romantik"A tela em branco e a ponta do pincel sujo com tinta seca... Olhos cansados que transbordam sem transbordar, palavras engasgadas que eu não consigo falar, saudade adormecida que precisa acordar." Se você recebesse uma carta de alguém que passou po...