Vossa Majestade (Concluída)

Plebeu

Por Henry;

Acabei de chegar na base militar de Cavalry Barracks, que fica ao sudeste de Londres. Passei seis meses em missão na cidade de Kobane, no norte da Síria para treinar combatentes curdos, contra ao Estado Islâmico que atua naquela área, causando o terror da população local.

Sou Major das forças aéreas Inglesas, desde pequeno quis ser aviador e realizei um sonho antigo do meu pai, já que ele não conseguiu.

Terminei de fazer meus exames e aparentemente estou bem e liberado de missões por alguns dias. Sinto um alívio, pois irei visitar a minha família que mora nos arredores de Londres. Meus pais são camponeses e possuem uma plantação de tomates, produzem e vendem para algumas feiras e restaurantes da cidade. O meu pai já faleceu, hoje quem toma conta da plantação é minha mãe e meu irmão.

- Foi liberado? - pergunta o meu amigo e também Major Christian Fllin.

- Sim. - ainda estou com a roupa verde típica das forças militares, coloco minha mochila da mesma cor nas costas. - Estou indo para casa agora.

- Também, fui liberado de umas obrigações, mas terei que estar aqui na segunda cedo.

- Que azar. - caminhamos até o estacionamento comentando sobre a falta de sorte de Christian.

- Quer uma aposta? - Pergunta Christian. - Quem chegar primeiro em Cambridge paga uma bebida gelada.

- Desde quando seu carro ganha da minha moto? - questiono, acho a minha moto, tiro o plástico preto de sobre ela e está do jeito que a deixei. É uma BMW K 1300 S preta, considero quase como parte da família, já que sou um verdadeiro apaixonado por motos e velocidade.

- Tua sorte! Cara, me arrependo de ter vendido a minha belezinha.

- Quem mandou se casar e a sua mulher fazer a sua cabeça companheiro? - sorrio e montei na moto, retiro meus óculos de sol, os guardo e coloco o capacete. - Te vejo no pub á noite. - acelero e parto em direção a minha casa.

A melhor parte de pilotar uma moto é a emoção, estou no momento a 120 km/h em uma estrada de 90. Minha mãe vive dizendo que eu deveria pegar leve e que eu só poderia acelerar enquanto estou no ar, no caça que piloto, cruzo o céu a mais de três mil km/h.

Depois de vinte e cinco minutos chego em casa, atravesso uma parte de tomates e vejo que estão perto da colheita, paro em frente a um pé e recolho um, está vermelho e suculento. Dou uma mordida, nada como um tomate doce e direto do pé.

Estacionei na porta de casa e entro na mesma, está silenciosa e se não fosse o cheiro vindo da cozinha, poderia dizer que não havia ninguém em casa. Mamãe está cozinhando, cheguei por trás e lhe dou um abraço, o que a faz se assustar.

- Querido, quase me matou do coração. Que susto, Henry!

- Não foi a intenção. - ela me abraça.

- Não sabia que viria hoje, se soubesse tinha preparado algo especial para você.

- O cheiro está formidável. Creio que tudo que a senhora faz é especial.

Ela abre o sorriso acolhedor de sempre. Definitivamente é bom estar em casa. - Cadê o Harry?

- No campo, ele está se preparando para a colheita. Dobramos a produção, como não tivemos fortes geadas esse ano, tudo colaborou.

- E a Katerine? - essa é a minha cunhada, Harry a tirou de casa quando ainda eram novos, o pai dela quase teve um infarto quando descobriu que a filha tinha fugido.

- Foi até a cidade entregar algumas cargas para o restaurante italiano do centro. Daqui a pouco ela chega, desde que ela tirou a habilitação vive dirigindo, para o temor do seu irmão.