Memórias da Alma

Bastardo

Jihyo não saiu do quarto de Sana um segundo sequer. Tinha esperança que ela voltaria, mas a cada dia que se passava, ficava cada vez pior. Não comia, não tomava banho, sequer levantava da cama. Agora, dormia na cama da Minatozaki, abraçada ao seu travesseiro para que pudesse sentir seu cheiro e senti-la mais perto.

Os pais de Jihyo estavam preocupados, o rei Wook via sua princesinha adoecer cada dia mais e se enraivecia com Sana. Se culpava por ter apoiado e incentivado sua filha a criar sentimentos por alguém como a Minatozaki, para ele, ela agora só merecia desprezo.

Já a rainha, procurava respostas. Não conseguia entender o porquê de Sana ter ido embora e, por Jihyo não ter dito nada desde que ela havia ido, as coisas pareciam ainda mais confusas.

— Minha filha... Vamos conversar. Não dá mais para te ver nessa situação decadente. Park, você está chorando a dias, agindo como covarde, não foi assim que te criei. Criei você para enfrentar seus problemas e você sempre demostrou ter aprendido muito bem as lições. Então quero que levante imediatamente e me diga o que está acontecendo. — A rainha entrou no quarto de Sana, logo após receber a informação de Irene de que novamente Jihyo se negava a comer

A princesa demorou segundos para absorver as palavras da mãe e agora como ela havia mandado, mas, ao refletir sobre como estava agindo nos últimos dias, se levantou, sentando na cama de cabeça baixa. Não sabia de tinha capacidade de olhar para alguém.

— Me fala o que aconteceu para Sana ir embora. — Cruzou os braços na frente da filha

— Fomos visitar Umji e depois disso ela disse que queria passar mais tempo comigo então fomos para um bosque mais afastado, onde tem a pote e o lago — Suspirou fundo

— Olha para mim e continue — A rainha falava de maneira imponente fazendo Hyo estremecer

— Senti que ela estava escondendo algo de mim e disse que não deveriam haver segredos entre nós. Ela me disse que... — Levantou o olhar como a mãe havia pedido — Os Minatozaki adotaram ela porque o filho deles nasceu morto e eles não queriam reaver um outro contrato porque nosso reino é próspero. Eles querem nosso dinheiro

A rainha suspira fundo, olhando seria para a filha, foi um choque para ela tantas informações de uma vez. Sequer conseguia pensar em algo que pudesse fazer sentido naquele momento

— Mas... Tudo isso é verdade? — A rainha se pronunciou depois de longos segundos de silêncio

— Por que ela mentiria sobre isso? — Jihyo retrucou — Ela foi embora porque recebia ameaças dos Minatozaki. Se ela abrisse a boca sobre algo, seria perseguida, que sabe morta! — Suspirou — Eu ofereci ajuda... Mas a senhora já pode notar que ela não aceitou

— Eu... Vou falar com seu pai. Isso é muito sério. Não envolve só você e ela. Envolve todos nós. Jihyo você iria se casar com uma moça que sequer realmente deveria, isso realmente é muito grave. Os Minatozaki passaram dos limites! — Era poucas as vezes que a rainha ficava estressada. Sempre foi uma moça tranquila e serena que agia apenas depois de muito ponderar, mas, naquele momento, sua raiva era explícita.

Saiu do quarto às pressas a procura do marido, deixando Jihyo no quarto refletindo as palavras da mãe...

Realmente sentia que estava agindo como covarde e estava deixando sua dor passar por cima de si como se não fosse nada.

Enquanto no castelo a situação se complicava cada vez mais, na vila, na casa de Sonmi, onde Sana havia sido acolhida, estava tudo indo bem.

Sana ajudava na organização da casa e ia até o campo para fazer colheita também, sempre com um manto que lhe cobria, para que não lhe reconhece. Até se aproximou de Seulgi e, as vezes, ensinava a jovem a usar as flechas.