Quem ama não vai embora

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Os reis estavam tentando se familiarizar novamente com sua casa e entender o que se passou no tempo em que estavam fora. Jihyo, com toda sua paciência, explicava-lhes os acontecimentos mais importantes

O povo comemorava com festança a volta de seus reis, não que Jihyo não fosse uma boa líder, pelo contrário, mas os dias que lhe fizeram ficar no comando só atraiu desordem e gastos para os cofres do Centro.

Enquanto a princesa Park matava a saudade que tanto sentiu dos pais e falava tudo o que ocorreu na ausência dos mesmos, Sana passou mais uma vez todo seu tempo no castelo trancada no quarto. Tudo o que ela queria era uma visita da princesa, mas tudo o que ganhou foi a visita de criados de hora em hora para lhe servir e garantir sua boa estadia.

Papai... E essa criança? não podemos nos livrar dela? — Jihyo tentava não parecer desumana com sua pergunta. Mas sinceramente era o que realmente queria: se desfazer daquele feto que crescia cada vez mais dentro dela

Filha... Isso... Eu não tenho nem palavras — A rainha soltou um longo suspiro e ficou de pé andando de um lado para o outro tão aflita quanto a princesa para saber a resposta do patriarca

— Você está louca? Nunca mais fale isso, está me ouvindo?! Não vou deixar você se livrar do meu neto —  O rei tentava esconder sua raiva

Essa criança vai ser um bastardo? Vai mesmo trazer desonra à toda a linhagem de reis?

Meça suas palavras garota. — A irritação agora era visível — Ele vai ter um pai sim. Você irá se casar com Sehun, o verdadeiro pai dessa criança

Mas eu não quero — Quase choramingou

— Você não tem querer. E sabe bem disso. Nasceu para servir seu povo. E é isso que está fazendo

A rainha que apenas observava tudo, se aproximou da filha e começou a fazer carinho em sua mão. Tentava de algum modo, naquele ato, passar alguma confiança, alguma certeza de que as coisas ficariam bem; Já que ela não podia fazer nada a não ser obedecer ao patriarcado.

Mãe... faz alguma coisa — Olhou para a rainha com súplica

- Eu não posso fazer nada querida. Me desculpa — Soltou um longo suspiro pesado — Mas e Sana? Você não falou nada dela e pelo reino o que mais se fala é da princesa que salvou sua amada de ser morta na espada de um homem que luta pelo amor não correspondido

— É assim que os boatos tem corrido? — Ela riu acompanhada da mais velha — Sana está se recuperando. Pegou um resfriado por teimosia e eu a trouxe para cá. Assim que estiver melhor, ela irá embora

Acho bom. — O rei se pronunciou — Não quero essa garota perto de você

— Eu não entendo o senhor. Uma hora acha que Sana e eu devemos ficar juntas e outrora quer que ela fique o mais longe possível. Afinal, o que você fez fato quer — A Park mais nova estava irritada, e com certeza aquilo lhe traria consequências mais tarde

— Eu quero que essa garota vá embora do meu castelo. IMEDIATAMENTE! — Se alterou

—  Ela não vai agora. Eu não vou deixar. Ela não está bem, deixá-la ir seria desumano

Eu não me importo. Essa garota é um perigo pra você. Olha como você tem ficado rebelde. Não foi assim que eu criei você

— Sim. Foi sim. Você me criou para contestar tudo aquilo que não fosse do meu agrado. Eu não quero casar. Eu não quero ter essa criança. Eu não quero deixar Sana sair doente — Jihyo olhava profundamente na íris castanha escura de seu pai

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