O início do fim

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Nada mais poderia regredir naquelas províncias. Ao tomar a providência de redefinir a forma de governo, seus pensamentos iluminados e inspirados em nações como Portugal, França e Inglaterra, os reinos só tinham como crescer dali para frente.

Com a última reunião feita antes da decisão, Jihyo conseguiu convencer os outros reis e, apesar de alguns deles terem relutado, não houve argumentos que pudessem ir contra às ideias da jovem princesa que ganhava cada vez mais apoio de acordo com o aproximar da coroação.

Em algumas semanas, as preparações andavam a todo vapor. A Park não parava em nenhum momento com seus afazeres, nem mesmo para organizar sua vida amorosa. Estava bem com Sana, e era isso que lhe importava.

Os reis estavam mais unidos do que nunca, trabalhavam na organização de um consulado, que trabalharia em função da monarquia que iria perder o poder absoluto. Agora, a ideia era fazer uma monarquia constitucional e o caminho a qual traçaram, não se precisava fazer muito para alcançar o objetivo, não era tão longo.

Algumas pessoas da corte eram escolhidas para participar das votações, mas o povo e quem queria candidatar-se também tinha voz, baseado em suas propostas. Estavam começando a falar de política.

A coroa, em cada uma das províncias iria funcionar e mediar da mesma forma: o monarca seria um chefe de Estado e ele serviria de símbolo para os moradores do local, mas seu poder seria reduzido ao implementar o poder do voto através do plebiscito.

Apesar de que alguns dos reis não concordaram, todos chegaram a um consenso de harmonizar as ideias. Mas, o que satisfez os reis, não satisfez a grande nobreza e o clero.

Separar a Igreja do Estado, dar voz ao povo, tirar o poder das mãos do rei, foram só ideias que se tornaram utopia quando os nobres que viviam junto aos reis souberam das mudanças que tampouco agradavam.

O que ninguém queria naquele momento era uma guerra. Tudo parecia caminhar perfeitamente e, uma guerra por poder não era o esperado nem que tivessem se preparado para uma.

Os nobres, sabiam e tinham certeza que, ao rei perder poder, logo perderiam também. Seus privilégios estariam reduzidos a decisões populares e isso era o que menos queriam.

Não tardou para que uma rebelião silenciosa começasse.

Nobre por nobre, eram responsáveis por montar um exército. Diante de conversas as quais não houveram a vitória no que desejavam, iniciaram um golpe. Um golpe que iria tirar a garotinha futurista do poder e fazer todos voltarem a pensar como monarcas absolutos que sempre foram, e que segundo eles, nunca deveriam deixar de ser.

Fazendo a cabeça e induzindo os exércitos de cada um dos reinos, foram enganados ao acreditar que nesse novo governo, iriam perder seus empregos e isso acarretaria em danos a sua família e por esta razão, deveriam impedir uma barbaridade como essa de iluminar as ideias.

Muitos se uniram as forças da nobreza, os conservadores, e um grande exército formado pelos guardas de cada uma das províncias. Mas, muitos foram leais ao pacto que faziam ao se tornar um soldado: defender seu rei acima de tudo.

Para quem via de fora, certamente confundia aquela rebelião com uma guerra espartana liderada por Leônidas contra Xerxes e seus sete mil homens.

O reino e os que estavam do lado de Jihyo, os revolucionários, estavam desfalcados. Tinham pouco menos que quinhentos homens que lutariam para defender os reis. E, a pedido da princesa, mais da metade, iria cuidar do povo, para que houvessem sua  segurança diante do caos.

Os planos corriam e não havia nada que quisesse parar os conservadores. Propostas, conversas amigáveis e até mesmo subornos foram feitos para que cessasse aquela loucura de reinvindicar por um governo absolutista ao qual, se não mudassem logo, em breve, era o povo quem os tomaria e nem mesmo o poder reduzido eles teriam.

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