Você precisa de mim

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Jihyo fazia seu trabalho de manter o reino em ordem. Os danos causados na invasão já estavam sendo reparados e o castelo já estava em ordem com tudo em seu devido lugar.

A princesa Park, pela noite, não quis comer e ficou nos balanços do jardim. Dali, pode ver a luz do quarto de Sana acessa e de algum modo, aquilo fez seu coração pulsar mais rápido.

Queria ir até lá e ver como Sana estava, se havia se alimentado e se estava de recuperando bem, mas o seu orgulho era tão grande que mal conseguia perguntar aos criados como a norteana estava.

Cansada de sofrer a ausência de alguém que estava tão perto, retornou aos seus aposentos e deitou-se tentando dormir.

Sana por outro lado, queria a todo custo ver sua amada e passou o dia insistindo para vê-la, mas sequer pôde sair da cama.

Já no cair da noite, sabia que a princesa Park tinha insônia e por isso, assim que fora deixada sozinha pelos criados, levantou-se para ir atrás de Jihyo.

Ao passar na frente de seus aposentos, não precisou nem bater na porta pois a mesma estava aberta, encontrou a princesa na sacada, seu cabelo solto fazia um leve movimento por conta do vento gélido da noite.

Sana entrou no quarto limpando a garganta, o que fez a Park se virar e se surpreender

O que faz aqui? E onde estão seus modos? Não pode entrar no meu quarto assim, se retire imediatamente — Jihyo oscilou um pouco

Para. Para de parecer imponente. Para de querer fingir não se afetar com minha presença, eu estou aqui Hyo, e eu quero saber de você — Atreveu-se a se aproximar — E não diga que não quer saber de mim, porque eu sei que você quer e eu imagino quantos dias passou tentando pensar como seria nosso reencontro

Sana tinha razão e droga, Jihyo odiava o fato de ela estar assim tão certa. Odiava o fato de ela lhe conhecer tão bem e de terem uma conexão de almas que ia além do que elas poderiam entender, sempre havia algo que as ligava.

Eu... — Suspirou. Não iria ceder — Eu já pedi pra sair — Virou de costas a ela novamente

Sana se aproximou mais — É verdade o que Irene me disse? — A mais nova murmurou para que ela continuasse — É verdade que não quer me ver? Que quer que eu vá embora? Que nada mais nos une?

— Sim. — Respondeu com pesar, mas não deixou transparecer. Seus olhos marejaram, e Sana não pode ver em razão da princesa que estava de costas.

Então me diz isso olhando nos meus olhos — Sana lhe virou

A mais nova suspirou pesadamente, seu coração doeu — Eu... Eu... Não quero mais te ver. Eu quero que vá embora porque... Nada mais nos une

Seu coração doía e teria chorado se não tivesse sido surpreendida pelos lábios de Sana no seu.

Não queria corresponder àquele beijo, mas seu corpo não atendia seus comandos, ele atendia aos toques de Sana e esses, gritavam incessantemente que queria a norteana o mais perto possível.

Como sentiu falta daquela sensação de borboletas no estômago, aquele carinho que só Sana sabia fazer enquanto a beijava e principalmente daquela conversa silenciosa que só suas almas podiam compreender. Elas criavam memórias o tempo todo e eternizavam aqueles segundos fazendo tudo se tornar inesquecível.

Os pulmões gritam por ar, e em suas mentes elas praguejaram isso, queriam continuar naquele ósculo que criaram mas tiveram de quebrar. Se entreolharam, mas Jihyo não conseguiu manter o olhar e desviou.

Memórias da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora